terça-feira, 16 de agosto de 2011

Poder público dá mau exemplo com comportamento ambiental incorreto em Manaus

 A paisagem cinza da avenida das Torres. Com extensão total de 6,3 mil metros, a rodovia não foi projetada com ciclovia

Obras que não contemplam ciclovias, arborização, além de transporte coletivo ineficaz, tornam Manaus cada vez mais cinza

A paisagem cinza da avenida das Torres. Com extensão total de 6,3 mil metros, a rodovia não foi projetada com ciclovia (Bruno Kelly - 04/10/2010 )
Apesar de estar localizada em plena floresta amazônica, a capital da defesa e preservação do meio ambiente está longe de justificar o título ambiental. A falta de alternativas que incentivem a população a usar veículos não poluentes, obras públicas que não contemplam ciclovias e transporte coletivo precário, são apenas alguns dos fatores que tornam o verde de Manaus cada vez mais cinza.
A cor da poluição também revela o crescimento do comportamento ambientalmente incorreto na cidade. A conclusão é do deputado e presidente da Comissão do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do (ALE-AM), Luiz Castro. Ele afirma que o poder público é o primeiro a dar mau exemplo e que a infraestrutura de Manaus incentiva a população a poluir sempre mais.
Os conjuntos habitacionais construídos pelo Estado, a ponte sobre o rio Negro, a avenida da Torres, entre outras obras, ainda em execução, são alguns dos exemplos negativos de construções que deixam de lado o apelo ambiental, segundo Castro. “Essas obras foram planejadas sem ciclovias e sem nenhum projeto de área verde. Sem opção de transporte eficaz, a população passa a usar mais carros e, consequentemente, a poluir mais. O transporte coletivo não funciona. Tem muito mais carros nas ruas”, disse.
veículos
Segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran/AM), até julho deste ano, 516.632 veículos estavam em circulação em Manaus que figura como a capital com a maior frota do Norte do país. Em todo o Estado são 604.319 veículos. O número de veículos movidos a combustíveis alternativos, como por exemplo, veículos elétricos, não foi divulgado.  
Além da falta de alternativa de construções ambientalmente corretas e a poluição, ruas e avenidas sem arborização e o desmatamento revelam o problema do  aumento do calor na capital.
Para Castro, não é só a poluição dos veículos automotivos que contraria o título de capital verde: a poluição dos igarapés figura como um problema crônico no meio ambiente. Ele afirma que o poder público é dos principais vilões dessa área. Conforme um levantamento feito pelo parlamentar, apenas os prédios da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam), Ministério Público Federal (MPF) e Tribunal de Contas do Estado (TCE) tratam o esgoto e resíduos e mantêm normas para redução o desperdício de energia elétrica e coleta de lixo. Em contrapartida, a maioria dos prédios e repartições públicas polui o meio ambiente.
“Os prédios públicos despejam os dejetos sistematicamente nos igarapés, sem nenhum tratamento. Escolas e, principalmente, os hospitais que deveriam produzir saúde produzem doenças”, disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário