quarta-feira, 31 de julho de 2013

Chimpanzés ganham novos direitos nos EUA

Jane Goodall diz que foi uma epifania que a levou a deixar para trás seus pioneiros estudos de observação dos chimpanzés na natureza -que revelaram a complexidade social e emocional desses animais- e a embarcar numa vida de ativismo global.
Aquele momento aconteceu numa conferência há 27 anos e a levou a lançar uma campanha de proteção aos chimpanzés -os que estão na natureza e os que vivem em cativeiro.
Os ativistas que defendem os direitos animais conquistaram vitórias importantes no mês passado, quando duas agências dos Estados Unidos tomaram medidas que, juntas, podem chegar perto de sustar as experimentações médicas com chimpanzés.


 
Em 26 de junho, o Dr. Francis S. Collins, diretor dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), em Maryland, anunciou que mais de 300 dos 360 chimpanzés pertencentes ao NIH serão aposentados em santuários nos próximos anos.
O anúncio se seguiu à proposta, feita 15 dias antes pelo Serviço de Pesca e Vida Silvestre dos EUA (USFWS), de incluir os chimpanzés, inclusive os confinados, na lista de espécies ameaçadas de extinção. O plano aumenta as barreiras para a realização de experimentos com chimpanzés, ao exigir autorização para quase qualquer tipo de pesquisa médica com os animais, a não ser os que envolvam apenas observação ou exames que façam parte de consultas veterinárias normais. As permissões seriam dadas apenas quando as autoridades considerassem que a pesquisa em questão seria benéfica aos chimpanzés.
Goodall escreveu sobre seus estudos com chimpanzés ao longo de anos no livro “The Chimpanzees of Gombe: Patterns of Behavior” (Os chimpanzés de Gombe: Padrões de comportamento).
“Sempre senti que eu não tinha as credenciais necessárias para enfrentar alguns desses profissionais de laboratório, com seus aventais brancos”, comentou recentemente, falando de sua casa na Tanzânia. Mas, depois de publicar seu livro, ela passou a ter mais autoconfiança.
Nos últimos anos, enquanto grupos de defesa do bem-estar animal travavam uma forte e pragmática campanha contra experimentos invasivos, como sujeitar chimpanzés a vacinas e tratamentos contra doenças humanas, Goodall teve conversas ocasionais com Collins, alguém que talvez seja o exemplo máximo em termos de profissional de laboratório. “Fiquei impressionada desde nosso primeiro encontro”, comentou acerca de Collins. “Ele concordou que algo deveria ser feito e o fez.”
O caminho que levaria às últimas decisões começou em junho de 2010, quando o NIH começou a transferir 186 chimpanzés que estavam vivendo “semi-aposentados” em Alamogordo, no Novo México, de volta à vida de utilização em pesquisas. Eles iriam para o Instituto de Pesquisas Biomédicas do Texas.
“Foi isso o que desencadeou todo o movimento”, contou Sarah Baeckler Davis, da Aliança de Santuários de Primatas da América do Norte. “Foi quando todos nós começamos a gritar contra a transferência dos chimpanzés.”
Os animais tinham sido usados em pesquisas pela Fundação Coulston, na instalação de Alamogordo, fechada após muitas acusações de maus-tratos. A entidade Save the Chimps [Salvem os chimpanzés] trouxe alguns deles para a Flórida, onde existe o maior santuário de chimpanzés da América do Norte. Outros ainda estavam em Alamogordo, mas não estavam sendo usados em pesquisas.
Políticos conhecidos pediram uma revisão da necessidade de utilizar chimpanzés em pesquisas. Outros grupos de defesa dos animais se aliaram à causa.
O NIH cedeu, e Collins pediu ao Instituto de Medicina que realizasse o estudo. Divulgado em dezembro de 2011, o relatório concluiu que há pouquíssima necessidade de chimpanzés em pesquisas médicas. Os chimpanzés, segundo o relatório, devem ser usados apenas em casos necessários para a saúde humana, e, mesmo nessas situações, os animais devem ser abrigados em grupos sociais, com muito espaço e elementos adicionais.
No mês passado, Collins aceitou o relatório do comitê. “Boa parte das pesquisas conduzidas com chimpanzés não se justificavam mais, porque tínhamos outras maneiras de obter as mesmas respostas”, disse ele. “Além disso, é preciso levar em conta que chimpanzés são criaturas especiais.”
Os ativistas não defendem apenas os chimpanzés. Para Jane Goodall, “uma vez que você admite que não somos os únicos dotados da capacidade de pensamento e de emoção, isso levanta questões éticas sobre como usamos e abusamos de outros seres”. (Fonte: Folha.com)

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Cientistas descobrem como recarregar o celular usando urina

Uma equipe de cientistas britânicos afirma ter conseguido desenvolver um mecanismo que consegue recarregar parcialmente a bateria de um telefone celular usando apenas urina.
Em um artigo publicado pela revista da "Real Academia de Química", os cientistas afirmam que conseguiram produzir energia elétrica suficiente para enviar mensagens de texto, usar a internet e fazer uma rápida ligação telefônica.
 


De acordo com o artigo, os especialistas agora esperam poder desenvolver a tecnologia das baterias com combustível microbiano que permitam recarregar totalmente um celular.
"Utilizar um produto de dejeto como fonte de eletricidade é notável. Estamos muito entusiasmados porque se trata da primeira vez que se consegue isso", afirmou o cientista Ioannis Ieropoulos, que participou dos estudos conjuntos entre as Universidades de Bristol e do Oeste da Inglaterra, além do Laboratório de Robótica de Bristol.
"A beleza disso tudo é que não estamos nos apoiando na natureza errática do vento ou do sol: a urina é uma fonte sem fim", afirmou Ieropoulos, especialista em eletricidade microbiana.
A tecnologia das baterias de combustível microbiano permite produzir eletricidade diretamente através da degradação da matéria orgânica, abrindo assim o caminho para o desenvolvimento combustíveis de muito baixo custo e, inclusive, gratuitos, como a urina.
Neste caso, a urina permite estimular os micróbios que geram eletricidade.
"Fazer uma ligação é a operação que exige mais energia de um telefone celular, mas chegaremos ao ponto em que poderemos carregar a bateria para períodos longos", afirmou Ieropoulos.
Fonte: AFP, Londres

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Mais de 700 espécies entram para rol de ameaçadas e extintas

Status de vários grupos foi reavaliado, como o dos camarões; agora, 20.934 animais e plantas integram Lista Vermelha.
 O número de espécies extintas e ameaçadas de extinção no planeta Terra continua a crescer por conta das atividades humanas, segundo a nova versão da Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), divulgada hoje. Mais de 700 espécies de plantas e animais foram adicionadas à lista nas suas três categorias de ameaça, elevando o total para 20.934.
Entre elas estão várias espécies de coníferas (árvores com flores em forma de cones ou pinhas, como os pinheiros), que são os maiores e mais antigos seres vivos do planeta. O status de todo o grupo foi reavaliado, e concluiu-se que 34% das espécies de coníferas estão ameaçadas de extinção.
Uma das que correm mais risco é a araucária, ou pinheiro-do-paraná, classificada desde 2006 como criticamente ameaçada. Espécie típica das regiões mais frias e de maior altitude da Mata Atlântica brasileira, ela teve sua área de ocorrência reduzida drasticamente nas últimas décadas, por causa da conversão de matas nativas em áreas de agricultura e silvicultura.
 E agora, com o aquecimento global, pode ser que a coisa piore mais ainda para essa árvore, que prefere temperaturas mais amenas. "A modelagem do impacto das mudanças climáticas indica que até o final deste século a espécie poderá estar extinta na natureza", disse ao Estado o botânico Carlos Joly, da Universidade Estadual de Campinas.
Ele ressalta que as listas de espécies ameaçadas (dentre as quais, as da IUCN são referência mundial) são uma ferramenta científica indispensável para a conservação da biodiversidade. "A recém-criada Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), cuja proposta preliminar do plano de ação 2014-2018 foi colocada em consulta pública na semana passada, utilizará revisões como esta da IUCN, no primeiro diagnóstico global previsto para o final de 2018", afirma Joly.
A IPBES foi criada em 2010 pelas Nações Unidas para fazer pela biodiversidade o que o famoso IPCC faz pelas mudanças climáticas. E Joly é um dos diretores do Painel Multidisciplinar de Especialistas do órgão.
Estatísticas. Dentre as 20.934 espécies consideradas ameaçadas de extinção na nova lista, 4.090 estão na categoria "criticamente em perigo" (137 a mais do que na anterior). Algumas recebem até mesmo uma anotação como "possivelmente extintas", quando já não são vistas na natureza há algum tempo. Como, por exemplo, um camarão de cavernas da Flórida que passou para essa categoria.
O grupo dos camarões de água doce foi avaliado por completo pela primeira vez nesta revisão: 28% estão ameaçados. Fonte: D24M.COM