segunda-feira, 30 de abril de 2012

Fundo Clima investirá R$ 390 milhões


A intensificação das estiagens é um dos efeitos esperados das mudanças climáticas globais que exigem ações imediatas de mitigação Foto: Kid Júnior
O Fundo Clima investirá R$ 390 milhões em projetos de mitigação de efeitos das mudanças climáticas e preservação ambiental. O valor disponível para este ano é 70% superior ao destinado em 2011, de R$ 230 milhões.
Para operar a alocação desses recursos, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgou, na sexta-feira (27 de abril), por meio da Secretaria de Mudanças Climáticas, o Plano Anual de Aplicação de Recursos (PAAR 2012) do Fundo. O relatório, disponível no portal do MMA, detalha as linhas de financiamento e projetos com carteiras de crédito disponíveis de acordo com as necessidades de cada setor.
O PAAR é elaborado anualmente pelo MMA, aprovado pelo Comitê Gestor do Fundo Clima e deve conter informações sobre andamento dos projetos em execução, orçamento destinado e recursos disponíveis para aplicação. Além do detalhamento das prioridades gerais e específicas para o ano, detalhamento das modalidades de seleção, formas de aplicação e limites dos recursos alocados, bem como o limite de despesas para pagamento do agente financeiro.
“Para elaborarmos a proposta de aplicação dos recursos disponíveis ouvimos sugestões do Comitê Gestor e entidades públicas e privada”, destaca o gerente do Fundo Clima, Marcos Del Prette. Ele explica, ainda, que o PAAR também foi objeto de discussão prévia com vários parceiros e agentes interessados, com oficinas setoriais com as diretorias do MMA envolvidas na questão.
Também participaram das discussões representantes do Grupo Executivo sobre Mudança do Clima e do Comitê Gestor, antes de ser submetido à plenária e aprovado pelo mesmo Comitê Gestor do Fundo Clima.
Setores
Os recursos do Fundo Clima podem ser direcionados à ações e projetos ligados ao combate ao desmatamento dos biomas brasileiros, geração e distribuição de energia elétrica, agropecuária, produção de carvão vegetal e melhoria dos processos na siderurgia, transporte público urbano e sistemas modais de transportes interestadual de carga e passageiros, indústria de transformação e bens de consumo duráveis, indústrias químicas, fina e de base, indústria de papel e celulose, mineração, indústria da construção civil, serviços de saúde.
O fundo também apoia ações estratégicas relacionadas às elaboração da estratégia nacional de adaptação às mudanças climáticas e aos seus efeitos, áreas susceptíveis à desertificação (incluindo o combate à seca e uso responsável dos recursos hídricos), zona costeira, sistemas de prevenção e alerta de desastres naturais.
Fonte: Sophia Gebrim/ MMA

Evaporação e formação de chuvas mais rápidas


O novo estudo confirma a tendência de agravamento de fenômenos meteorológicos extremos, conforme pesquisadores do IPPC já tinham alertado antes Foto: Kid Júnior
Estudo realizado por pesquisadores da Austrália e dos Estados Unidos destaca que os eventos extremos da natureza, como escassez e excesso de chuvas, decorrentes da mudança climática global, ficarão mais intensos nas regiões onde esses fenômenos já ocorrem com frequência.
Segundo artigo publicado na revista científica “Science” na quinta-feira passada (26 de abril), foram analisados 50 anos de medições de níveis de salinidade do mar e na atmosfera da Terra e verificou-se que o processo de evaporação e precipitação (chuva) tem ocorrido de forma mais rápida.
Os cientistas sugerem que este ciclo global da água poderá se intensificar em até 24% se as temperaturas globais aumentarem entre 2º C e 3ºC, conforme previsão feita pelo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).
O efeito é classificado como “ricos cada vez mais ricos”, ou seja, onde já há estiagens intensas, a probabilidade de agravamento é alta e onde as regiões já são úmidas, as chuvas devem se acentuar.
Os estudiosos afirmam que essa mudança na disponibilidade de água doce (proveniente das chuvas), em resposta à mudança climática, representa um importante risco para a sociedade humana e ecossistemas. Uma redistribuição de chuvas afetaria, por exemplo, a disponibilidade de alimentos no mundo.

Lâmpada que dura 20 anos e custa US$ 60 chega às lojas nos EUA



Uma lâmpada que dura 20 anos e custa US$ 60 (cerca de R$ 110) começou a ser vendida nos Estados Unidos nesta semana.

O produto, fabricado pela multinacional Philips, substituiu os tradicionais filamentos por diodos emissores de luz (LED, em inglês).

A tecnologia LED aumenta a vida útil das lâmpadas, mas também encarece a mercadoria. Para tentar contornar o problema que pesa nos bolsos dos consumidores, a empresa está oferecendo descontos em algumas lojas. Com eles, a lâmpada especial pode custar até US$ 20 (cerca de R$ 35).

Os fabricantes argumentam que apesar do alto custo, o produto pode trazer economias no longo prazo, já que consome menos energia elétrica para funcionar.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
O produto venceu a competição Bright Tomorrow ("Amanhã brilhante", em português), promovida pelo ministério de Energia do governo americano, voltado para busca de alternativas mais eficientes à lâmpada comum, de 60 watts, com menor consumo de energia.

A Philips foi a única empresa que participou da competição. O seu produto passou por 18 meses de teste, até ser considerada vencedora.

A principal concorrente das lâmpadas LED são as fluorescentes, que são quase tão eficientes, mas custam bem menos.

Governos de diversos países estão tentando incentivar a compra de lâmpadas eficientes, e acabar com a produção das incandescentes, com filamentos e alto consumo de energia.

As lâmpadas de 100 watts não são mais produzidas nos Estados Unidos e na Europa. As de 60 watts não são mais vendidas na Europa, e estão sendo abandonadas nos Estados Unidos. Até 2014, o governo americano pretende proibir a produção de lâmpadas de 40 watts.

Fonte: Folha.com

Usinas do Madeira mudam a realidade do rondoniense


Torre de transmissão no rio Madeira
Torre de transmissão no rio Madeira

PORTO VELHO – A vida mudou para os ribeirinhos de Rondônia, no extremo oeste da Região Norte, onde o governo brasileiro esta construindo duas hidrelétricas gigantes no rio Madeira. A vila de Mutum Paraná desapareceu e deixou saudades para as crianças e mais velhos. A pequena comunidade foi inundada com o avanço da obra da Usina Hidrelétrica de Jirau, a cerca de 150 quilômetros de Porto Velho. A obra faz parte do Complexo do Madeira obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
Dona Nena passou vida toda na comunidade que agora está debaixo d’água. A aposentada é uma das moradoras das casas pré-moldadas da Nova Mutum, conjunto habitacional construído pelo consórcio de empresas da Usina Jirau, como forma de compensação social por causa dos impactos causados pela obra. Ela reclama que as casas foram entregues de qualquer jeito e fala do alto custo de vida. Viver longe do rio é o maior pesadelo para quem sempre viveu da fartura dos peixes.
As margens da rodovia BR 364, a vida não esta sendo fácil, afirma um ajudante de serraria que ja não sabe mais o que fazer para pagar as contas.
ASSISTA AO VÍDEO E SAIBA MAIS:

Emprego, bares e prostituição
Mas nem todo mundo reclama. O mecânico Jair considera a mudança um bom negócio para toda a família. De Casa Nova e espaçosa, comparada a que morava na antiga Vila, ele comemora a oportunidade.
O Distrito mais próximo de Nova Mutum e da Usina de Jirau fica a 39 quilômetros de distância. Jaci Paraná é um garimpo a céu aberto. Investir em bares e casa de shows se tornou um bom negócio da cidade. É o mesmo que estar numa ” fofoca do metal precioso” – jargão do garimpeiro para lugares onde há muito ouro -  afirmam os moradores mais antigos.
Até quem trabalhou para a usina hidrelétrica e agora mantém o próprio negócio, considera que existe ouro nesse garimpo sem brilho, ofuscado pela prostituição que se tornou atividade lucrativa, depois da chegada dos trabalhadores da Usina de Jirau.
Obras de Santo Antônio no rio Madeira
Obras de Santo Antônio no rio Madeira

No auge da construção da Usina,  o distrito de Jaci Paraná que fica no km 86 da BR-364, chegou a ter 22 mil habitantes. Agora, não passam de oito mil, mas os problemas sociais continuam.  Na realidade, os problemas só aumentaram, afirma uma empresária. Ela aguarda ansiosa pela intervenção do poder público e ainda tem esperança de que as autoridades retomem o controle da situação e façam valer os direitos garantidos na constituição brasileira: serviços básicos de saúde, educação e infraestrutura, e que o estatuto da criança e do adolescente seja cumprido.
A saga do Madeira e a ousadia da obra

O rio Madeira nasce na cordilheira dos Andes, na Bolívia, com o nome de Mamoré. Desagua no rio Amazonas, 1.500 quilômetros depois de passar pelo meio da floresta Amazônica, ajudando a formar a maior bacia hidrográfica do planeta. E um dos principais afluentes do maior rio do mundo e a população ribeirinha depende de suas águas. Do pescado ao ouro, tudo vem do majestoso de águas barrentas. O rio leva sedimentos e nutrientes para fauna e flora das matas ciliares. Mas, a fúria das águas tem dificultado o acesso ao alimento. Os peixes estão cada vez mais raros, confirma o pescador Edvaldo, com experiência de mais de 20 anos de trabalho.
O desafio do governo brasileiro de construir duas enormes hidrelétricas no rio Madeira: Jirau e Santo Antonio, está na mesma proporção da dimensão dos dois empreendimentos que impressionam pela ousadia. Em pleno funcionamento, as duas hidrelétricas vão garantir energia para todas as regiões do Brasil. A energia produzida nas duas barragens só vai ser superada pela binacional Itaipu, no Paraná e  Tucuruí, no Pará. Os recursos para a construção vêm do Fundo de Amparo ao Trabalhador, do FGTS e de Bancos Públicos e Privados. O custo das duas usinas está estimado em 23,8 bilhões de reais, obras consideradas  essenciais para o Plano de Aceleração do crescimento no sentido de garantir a estabilidade energética do pais.
Os canteiros de obras atraíram trabalhadores de todas as regiões de pais. Oportunidade de emprego e renda, qualificação de mão-de-obra local, mas também de aumento de problemas sociais em Porto Velho e cidades próximas.
“As usinas hidrelétricas da madeira vão gerar muito mais que energia elétrica para mais de 80 milhões de brasileiros. O complexo vai gerar qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. Em Porto Velho capital mundial da geração de energia sustentável, a cidade que mais cresce no Brasil, as ruas escuras estão com os dias contados. Os bairros periféricos já estão sendo contemplados com projetos de iluminação pública”,  afirma o superintendente da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano (Endur).
Dasafio Ambiental
A construção das duas enormes hidrelétricas no rio Madeira passou por várias etapas. Da licença ambiental à autorização para a comercialização da energia produzida no local, foram analisados vários fatores de risco: benefícios e problemas levados em conta. Como compensar, por exemplo, os impactos sociais, econômicos e ambientais agora que os reservatórios das barragens estão cheios? O dois lagos inundaram uma área superior a 500 quilômetros.
Reproduzir o ambiente natural das plantas nas Áreas de Proteção Permanente, as APPs, e uma das alternativas para compensar os danos ambientais causados pelas obras das duas barragens. O trabalho requer estudo aprimorado. Bromélias, acácias e orquídeas estão na lista de espécies que serão usadas na revegetacao do perímetro de cem metros, no entorno do lago, da beirada pra dentro da floresta. As espécies nativas foram retiradas das áreas inundadas e agora estão sendo cultivadas em um viveiro construído no Parque Natural de Porto Velho. Mesmo com todos esses cuidados, as obras das duas Usinas modificaram a paisagem de parte da floresta Amazônica, inundaram cachoeiras e eliminaram do mapa comunidades ribeirinhas, obrigando a população nativa a se mudar do local de origem.
Madeira avança e causa desbarrancamento
Na orla de Porto Velho, os problemas de desmoronamento de terra se agravaram. Nem a herança da velha estrada de ferro Madeira-Mamoré – Patrimônio Histórico do Estado foi poupado. Os trilhos da antiga estrada de ferro começam a se desprender do barranco. O morador Oliveira que reside numa casa, prestes a desabar, na beira do rio Madeira, nunca tinha visto nada igual. Ele teme pelo pior daqui pra frente.
A Defesa Civil do município notificou os moradores da Orla do Bairro Triangulo, na zona central da capital rondoniense e determinou a retirada imediata de todas as casas das áreas de risco. As mudanças repentinas que estão acontecendo as margens do rio Madeira tinham sido previstas desde o início dos estudos do projeto básico de construção das Hidrelétricas.
Mesmo assim, muita gente ainda se assusta com o preço que esta sendo pago  para a geração de energia sustentável na Amazônia. Desde as primeiras expedições portuguesas ate hoje, os rios brasileiros estiveram presentes no dia a dia dos ribeirinhos. Em Rondônia, o velho Madeira avança com sua fúria pelos barrancos, atravessando limites. Enquanto isso, na cidade artificial, as populações tradicionais lamentam a perda da vida natural, que ficou lá trás, tragada pelo progresso.

Edição Web: Gláucia Chair

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Organizações lançam edital para incentivar reservas particulares


JMA-Jornal Meio Ambiente | Fonte  Agência Estado por Flávia Villela,

Rio de Janeiro - Os proprietários rurais podem se inscrever de hoje (27) a 26 de junho no Programa de Incentivo às Reservas Particulares do Patrimônio Natural da Mata Atlântica. O Programa foi criado há nove anos pelas organizações não governamentais Fundação SOS Mata Atlântica, The Nature Conservancy (TNC) e Conservação Internacional, para apoiar as melhores propostas de criação de reservas particulares e implementação de planos de manejo para essas unidades. Serão liberados R$ 400 mil, no total.
Além de ajudar na criação de 467 reservas particulares, os editais anteriores já auxiliaram 84 proprietários rurais a elaborar projetos de gestão em suas terras. O regulamento pode ser acessado nos endereços www.sosma.org.br, www.conservacao.org e www.aliancamataatlantica.org.br.
Quando o programa foi lançado em 2003, havia no país havia 422 reservas particulares reconhecidas na Mata Atlântica e, de lá para cá, esse número mais que dobrou, segundo a coordenadora do programa, Mariana Machado, graças aos financiamentos do programa que já somam mais de R$ 5 milhões.
“Apoiamos tanto a criação quanto o financiamento para ações como mapear a área, providenciar a documentação necessária, além da gestão das reservas, como planos de manejo, pois é importante não só aumentar a área protegida, mas também garantir que elas estejam sendo bem geridas e que cumpram com seus objetivos de preservação da biodiversidade”, ressaltou Mariana Machado, que informou que essas áreas só podem promover atividades de pesquisa científica, turismo e educação ambiental.
Uma das novidades desta edição é o lançamento de uma linha de apoio ao georreferenciamento (para conhecer os limites da reserva), que tem por objetivo atender à demanda de proprietários de reservas antigas, que não tenham os limites georreferenciados estabelecidos.
De acordo com dados da SOS Mata Atlântica, existem 1.073 reservas particulares de Mata Atlântica no Brasil, que protegem 698 mil hectares. Na Mata Atlântica, elas somam 734 e protegem mais de 136 mil hectares do bioma. As áreas protegidas particulares na Mata Atlântica representam a área de quase 80% do bioma.
O Ministério do Meio Ambiente promove a criação, assistência e fiscalização desse tipo de unidade de conservação desde 1990. O Instituto Chico Mendes (ICMBio) é o órgão federal responsável pela criação de reservas particulares de Mata Atlântica.

Coalizão para combate aos gases do efeito estufa ganha novos membros

Quatro países (Colômbia, Japão, Nigéria e Noruega), mais a Comissão Europeia e o Banco Mundial decidiram participar de uma iniciativa formada há dois meses, conduzida pelos Estados Unidos, focando na mitigação das mudanças climáticas em curto prazo através de cortes em gases classificados como "poluentes de vida curta".
Seis países (Estados Unidos, Bangladesh, Canadá, México, Gana e Suécia) criaram a Coalizão Clima e Ar Limpo (Climate and Clean Air Coalition) em fevereiro com a intenção de incentivar mudanças práticas que possam controlar emissões de agentes do aquecimento global, como o ozônio, metano, hidrofluorcarconos (HFCs) e a fuligem.
O anúncio dos novos membros foi feito durante o primeiro encontro ministerial da coalizão, em Estocolmo, na terça-feira (24).
"Coletivamente, eles equivalem a mais de 30% do aquecimento global atual", disse Todd Stern, enviado especial para mudanças climáticas dos Estados Unidos, sobre os poluentes de vida curta.
Stern ressaltou em uma coletiva para imprensa algumas áreas que serão o foco inicial para a redução dos poluentes: trabalhar com as empresas para cortar o vazamento e queima de metano na produção de petróleo e gás, ações para a redução da fuligem (black carbon) no diesel usado para transporte; desenvolvimento de alternativas para os HFCs, eliminação das queimadas na agricultura, entre outros.
"O mundo pode reduzir significativamente o ritmo das mudanças climáticas com esforços para controlar os chamado "poluentes de vida curta" e levando tecnologias ocidentais bem sucedidas para o mundo em desenvolvimento", disseram três cientistas da Universidade da Califórnia em um artigo.
Os cientistas dizem que as discussões climáticas da última década têm patinado, em parte, por focarem nas emissões de dióxido de carbono, um poluente "caro e difícil de controlar".
No artigo "A ameaça climática que podemos derrotar", David Victor, cientista político da School of International Relations and Pacific Studies; Charles Kennel, do Scripps Institution of Oceanography e Veerabhadran Ramanathan, cientista climático e atmosférico do Scripps, alegam que as ações sobre os poluentes de vida curta teriam maiores chances de sucesso e gerariam benefícios em curto prazo na redução do aquecimento global enquanto os países tentam outras abordagens para o controle do CO2.
"Até mesmo governos que estão relutantes sobre gastar dinheiro em benefício global, podem ter vantagens locais reais nesta nova estratégia", comentou Victor. O grupo elogia a criação da coalizão, porém, ressalta que China e Índia devem participar.

Minc conversa com Dilma e diz que presidenta pretende vetar itens do Código Florestal

O secretário do Ambiente do estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, conversou rapidamente, nesta quinta-feira (26), com a presidenta Dilma Rousseff, em um evento no Rio de Janeiro. Segundo relatou, a presidenta sinalizou a intenção de vetar trechos do Código Florestal, aprovado na quarta-feira (25) pela Câmara dos Deputados. A proposta foi aprovada por 274 votos, contra 184  e duas abstenções.

De acordo com Minc, Dilma disse que "não decepcionaria [o eleitor dela] e manteria todos os compromissos” assumidos em campanha. A expectativa do secretário é que a presidenta vete parcialmente o texto aprovado. “Quando sugeri uma medida provisória que recompusesse de outra forma aqueles dispositivos que viessem a ser vetados, ela deu um riso bem significativo e disse: 'vocês podem contar, não vamos romper nossos compromissos e não vamos desguarnecer o meio ambiente'. Entendi que ela vai realmente vetar alguns dispositivos”, declarou o secretário.

Na avaliação de Minc, se a presidenta não tomar alguma medida em relação ao texto aprovado com apoio da bancada ruralista, seria como aceitar “a derrota no Congresso”. Ex-ministro do Meio Ambiente, Minc preparou um estudo sobre 30 artigos do texto-base do Código Florestal aprovado ontem “que podem ser melhorados por medida provisória”. Ele ofereceu o estudo à presidenta, como subsídio ao debate.

Um dos principais pontos que precisam de revisão no documento, segundo o secretário, é a liberação dos produtores de reflorestar margens dos rios cujo desmatamento já esteja consolidado. “Isso sinaliza uma desobrigação total do desmatador de recompor área desmatadas, dando ideia de que o crime compensa. Aquele que fez tudo direito fica com cara de que, no final das contas, não valia à pena cumprir a lei”.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Setor elétrico aponta que renováveis podem representar 43% do mix energético mundial até 2030


JMA-Jornal Meio Ambinte | Autor: Jéssica Lipinski   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil

Uma nova pesquisa de opinião conduzida pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) revelou que o setor elétrico acredita que, até 2030, a participação das energias renováveis no mix energético mundial subirá para 43%, enquanto a porcentagem das fontes de combustíveis fósseis cairá para 57%. Atualmente, essa divisão é de 34% para as renováveis contra 66% para as fósseis.
A enquete, realizada com 72 empresas de geração, transmissão e distribuição de energia de 43 países, revelou, no entanto, que esse percentual ainda não será o suficiente para limitar o aquecimento global a dois graus Celsius; para isso, seria necessário que o mix energético ficasse dividido em 59% para as renováveis e 41% para as fontes fósseis.
“Está claro que aceitar as renováveis como uma componente chave do mix energético está acontecendo. A questão não é ‘está acontecendo? ’. A questão é a rapidez”, comentou David Etheridge, consultor de energia e serviços da PwC.
Ainda assim, os entrevistados mostraram certo otimismo com relação ao desenvolvimento das renováveis; segundo mais de 80% eles, em duas décadas, energias limpas como a eólica onshore, a biomassa e as solares não precisarão mais de subsídios para competir com a energia fóssil.
Mesmo as energias renováveis menos populares, como a eólica offshore e a energia marinha, também apresentaram altos índices nesse quesito; 69% dos respondentes acreditam que a energia eólica offshore será competitiva até 2030, enquanto 66% creem que a energia marinha não precisará de subsídios daqui a vinte anos.
“O relatório nos diz que os gerentes das empresas de serviços adotaram as energias renováveis. Há uma visão realmente oportunista de que os custos baixarão, que a tecnologia mudará e que elas serão uma fonte viável de geração nos próximos anos”, observou Etheridge.
Apesar disso, não significa que o empresariado não veja dificuldades futuras para as energias renováveis. Para 75% deles, o alto custo de capital comparado a outras formas de geração de energia continuará a ser um obstáculo para o crescimento das fontes limpas. Cerca de 66% afirmaram que a relutância dos consumidores em pagar mais por energia renovável também continuará sendo um problema.
Outros 62% citaram o custo e a dificuldade das conexões de rede como uma barreira para o desenvolvimento da indústria limpa, e apenas 20% dos executivos entrevistados acham que a questão do acesso à energia renovável estará totalmente resolvida até 2030.
Questões sobre eficiência energética também foram feitas aos respondentes, e 55% deles se mostraram otimistas quanto a esse assunto, dizendo que essa ferramenta pode ter um papel importante no panorama de fornecimento e demanda energética. No entanto, 45% dos entrevistados responderam que há uma possibilidade média a alta de que estes programas não cumpram integralmente suas propostas até 2030.
Já as questões sobre os subsídios às energias fósseis foram respondidas com menos otimismo; para os entrevistados, a diminuição gradual dos incentivos fósseis é um fator importante para promover a eficiência energética, mas apenas 18% dos executivos acreditam que isso aconteça até 2020. A maioria crê que redução nestes estímulos é improvável, o que indica que eles devem continuar a existir na próxima década.
“Nos EUA e na Europa, acredito que há uma visão real de que com os incentivos certos, a tecnologia certa, [a eficiência energética] é uma solução muito viável. Se você for para outros países, particularmente os que subsidiam combustíveis fósseis, torna-se muito difícil desenvolver programas de eficiência energética”, enfatizou Etheridge.
Com relação às smart grids, também não houve muito otimismo nas respostas; 80% dos entrevistados na América do Norte e 74% na Europa se preocupam que o engajamento dos consumidores é um obstáculo para realizar o potencial total dessas tecnologias.
“Smart grids e contadores inteligentes estão no topo da lista de prioridades de investimento, mas uma mistura de apatia do consumidor e preocupações sobre o uso de dados já são vistos como restrições que poderiam limitar o potencial dessas novas tecnologias”, ressaltou Ronan O’Regan, diretor de energias e renováveis da PwC.
Já em relação ao desenvolvimento de carros elétricos, 60% dos respondentes declararam que estes veículos serão uma porção significativa da frota mundial de automóveis em 2030. Cerca de 60% também acreditam que a infraestrutura necessária para o transporte elétrico será o principal desafio das empresas.

O início do fim das florestas


JMA-Jornal Meio Ambiente | Fonte: Greenpeace Brasil

A Câmara dos Deputados mostrou o que quer: o fim das florestas no Brasil. Por 274 votos a 184, com duas abstenções, foi aprovada hoje a proposta que desfigura o Código Florestal, escrita pelo deputado ruralista Paulo Piau (PMDB-MG) sobre o texto aprovado pelo Senado, segue agora para sanção da presidente, Dilma Rousseff. Se ela não se mexer, e vetar o texto, esse futuro será seu legado.

O texto aprovado dá anistia total e irrestrita a quem desmatou demais – mesmo aqueles que deveriam e têm capacidade de recuperar matas ao longo de rios, por exemplo – e ainda dá brecha para que mais desmatamentos ocorram no país. Ele é resultado de um processo que alijou a sociedade, e vai contra o que o próprio governo desejava. Com isso, avanços ambientais conquistados ao longo de décadas foram por água abaixo.

“Acabamos de assistir ao sequestro do Congresso pelos ruralistas. Pateticamente, a presidenta que tinha a maior base de apoio parlamentar na história recente deste país, foi derrotada por 274 votos de uma malta de ruralistas que se infiltrou e contaminou o tecido democrático brasileiro como um câncer”, diz Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Desde o início do processo, o Brasil esteve refém dos interesses do setor, que fez de tudo para incorporar suas demandas ao projeto de lei. A população, que se mostrou contrária à anistia aos desmatadores e a brechas que permitem mais devastação, foi o tempo inteiro ignorada”.

Há mais de uma década os ruralistas tentam acabar com o Código Florestal. Finalmente conseguiram uma brecha, alimentada pela indiferença de um governo que não dá a mínima para o ambiente e a saúde da população. O resultado é um texto escrito por e para ruralistas, que transforma a lei ambiental em uma lei de ocupação da terra.

“Enquanto o Congresso demonstra claramente que se divorciou de vez da opinião pública que deveria representar – e que em sua imensa maioria se opõe ao texto do código ruralista – resta à Dilma uma única alternativa. Ela tem de demonstrar aos brasileiros que está à altura do cargo que ocupa – e que ganhou ao prometer aos eleitores que não iria permitir anistia a criminosos ambientais nem novos desmatamentos”, afirma Adario. “Caso contrário, o governo vai dar provas de que é subjugado pelos ruralistas, ao sofrer mais essa derrota.”

Os brasileiros têm uma oportunidade de mostrar que não querem ver a motosserra roncar. A melhor resposta a essa reforma do Código Florestal é assinar o projeto de lei popular pelo desmatamento zero, que o Greenpeace e outras organizações encapam.

Chuva causa alagamentos em várias cidades do Paraná


JMA-Jornal Meio Ambiente | Fonte Gazeta do Povo  Fernanda Leitóles, Aline Peres e Derek Kubaski

A chuva constante registrada em Curitiba e região metropolitana causa estragos nesta quinta-feira (26). O Rio Belém transbordou e alagou casas na Vila Iguapê, no Boqueirão. Moradores da Vila Nova, Vila Pantanal e Vila Hortência, na capital, também temem que suas casas sejam invadidas, pois o nível dos córregos da região estava subindo no fim da manhã.
Uma das casas alagadas na Vila Iguapê é a da auxiliar de marcenaria Ana Paula Rodrigues, 34 anos. Segundo ela, os alagamentos na região são constantes e os moradores não aguentam mais ter prejuízos por causa da chuva.

O aposentado Lino Vidal dos Santos, 64 anos, reclamou da situação na Vila Hortência. Ele contou que há 15 anos convive com problemas por causa dos alagamentos e que perdeu tudo em uma enchente que ocorreu na Páscoa.
Alagamentos foram registrados também em Araucária e Fazenda Rio Grande, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
Outras ocorrências
Moradores de uma residência no bairro Cidade Industrial, em Curitiba, ficaram ilhados por causa da chuva no início da manhã. O Corpo de Bombeiros foi acionado para prestar socorro à família, por volta das 7h40, pois os moradores não conseguiam deixar a residência.
A ocorrência foi registrada na Rua João Malucelli Neto. O Corpo de Bombeiros não soube informar quantas pessoas estavam no imóvel. O trabalho na Cidade Industrial foi encerrado às 8h25, segundo os bombeiros. Ninguém ficou ferido.
O muro nos fundos de uma casa, no bairro Tatuquara, em Curitiba, desmoronou nesta manhã. O caso ocorreu na Rua Júlio Batista Pereira. Ninguém ficou ferido, de acordo com a prefeitura de Curitiba.
Em Colombo, na RMC, parte de um muro desabou sobre automóveis na Rua Zacarias de Paula Xavier. Não havia informações sobre feridos, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
Chuva em Francisco Beltrão
Em Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná, choveu 126 milímetros em 24 horas – das 7 horas de quarta-feira (25) até às 7 horas de quinta-feira (26), de acordo com o Instituto Tecnológico Simepar. O índice corresponde a 73% dos 171 milímetros esperados para o mês de abril.
Guarapuava
A chuva que cai desde a madrugada deixou 10 casas alagadas em Guarapuava, região central do estado. Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve feridos e apenas uma das casas está em situação de emergência.
Uma equipe da Defesa Civil de Guarapuava está no local para avaliar a situação e auxiliar as famílias atingidas. As casas ficam na Vila Karen, nas proximidades da BR-277. Não há registro de acidentes nesse trecho da rodovia.
Ponta Grossa
Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, foram registrados três alagamentos na Vila Princesa (bairro Uvaranas), Parque do Café (bairro Chapada) e Vila Raquel (bairro Contorno).
As polícias rodoviárias estadual e federal da cidade registraram quatro acidentes provocados pela chuva. Em um deles, na PR-151 (entre Carambeí e Ponta Grossa), um carro capotou e deixou três feridos.
As vítimas ainda estão sendo atendidas no local. Nos outros três acidentes, todos na BR-376, não houve feridos.

Previsão
A chuva deve continuar a cair em todo estado ao longo desta quinta-feira (26), segundo o Instituto Tecnológico Simepar. Em Curitiba, os termômetros marcam entre 14ºC e 18ºC nesta quinta-feira.
Em Guarapuava, no Centro-Sul, a mínima é de 12ºC e a máxima pode chegar aos 18ºC. A temperatura mais alta do Paraná nesta quinta deve ocorrer em Londrina, no Norte do estado, onde os termômetros marcam entre 18ºC e 24ºC.
Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, a temperatura fica entre 14ºC e 29ºC. A mínima é de 17ºC em Foz do Iguaçu, no Oeste, e a máxima prevista é de 23ºC.
A instabilidade perderá força na sexta-feira (27). Chuviscos devem ser registrados na região de Curitiba.
Uma nova frente fria chegará ao estado no sábado (28) e voltará a chover em todas as regiões. No domingo (29), a previsão é de que apenas chuviscos devem ser registrados, de acordo com o Instituto Tecnológico Simepar.

Código Florestal: Brasil sofrerá 'vexame' na Rio+20


Revelando um grande racha na base aliada do governo Dilma às vésperas da Rio+20, a votação do Novo Código Florestal confirmou a disposição da maioria da câmara em mudar, para pior, o projeto aprovado no final de 2011 no senado, o qual já continha uma série de dispositivos contrários à preservação ambiental.
Entre os pontos polêmicos do texto aprovado na câmara estão a liberação de crédito agrícola para quem desmatou, a vulnerabilidade das áreas em torno de nascentes de rios e a permissão a desmatamentos em topos de morro e manguezais, áreas consideradas sensíveis.
Na votação nominal (veja a lista),os deputados teriam que dizer se eram a favor do texto do senado com parecer contrário de Piau. Ou seja, se concordavam com o relator ou com o texto que veio do Senado. A maioria, 274 deputados, ficaram ao lado do relator. Ao todo 184 deputados votaram concordando com o texto do senado. Houve duas abstenções.
Essa maioria inclui gente de partidos de aliados, como o PMDB. Além do PMDB, DEM, PDT, PTB, PSC votaram nesse sentido, favoráveis ao relatório de Piau.
Depois da votação do texto base, os deputados votaram destaques, que são um mecanismo por meio do qual é possível retirar parte da proposição a ser votada.
O plenário apreciou 15 destaques. Em um deles, do DEM, foi retirado do texto a obrigação de divulgar na internet os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Segundo o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), seria um absurdo os proprietários de terras terem seus dados expostos na internet.
Outro destaque aprovado pelos deputados, este do bloco PSB-PCdoB, incluiu texto da câmara que não considera apicuns e salgados como Área de Preservação Permanente.
Supressão
Durante todo o dia, congressistas do PSOL questionaram o relatório de Piau, que suprimiu alguns dispositivos pela metade, retirando até os princípios que constam na parte inicial do código. De acordo com Ivan Valente (PSOL-SP), essa supressão de trechos é irregular, pois contraria os regulamentos em comum das duas casas (senado e câmara).
O presidente da câmara, Marco Maia (PT-RS), rejeitou o requerimento de Valente. Apesar disso, Maia trouxe de volta ao texto a obrigatoriedade de recomposição de Áreas de Preservação Permanente às margens de rio, também suprimida no relatório de Piau, pois entendeu que, por já ter sido examinada anteriormente nas duas casas legislativas, não poderia ser suprimida.
Uma das falas mais inflamadas contrárias à modificação, para pior, do código, foi a do deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ). "Vivemos aqui um momento importante, vai ser votado, com os olhos do mundo em nós, esse retrocesso espantoso na política ambiental", afirmou. "Estamos a dois meses da Rio+20, e esta casa se prepara para dar um espetáculo deprimente de farsa. Farsa quando se pretende defender aqui os pequenos proprietários. Aqui, o que está em questão é interesse de especuladores de terra que vão ganhar fortuna quando não houver necessidade de se recompor áreas de preservação permanente."
O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que a proposta aprovada pela Câmara nesta noite é "insuficiente" e já nasce precisando de mudanças. "Depois de tantos anos, estamos talvez produzindo uma peça que não vai parar fácil em pé", disse Chinaglia.
Chinaglia disse ainda que os deputados que aprovaram o texto do relator, o deputado Paulo Piau (PMDB-MG), deram um "tiro no escuro" por considerar que o programa de regularização previsto pelo projeto não vai dar conta de regular as previsões do texto. Um ponto que ficou de fora foi a determinação das áreas de preservação permanente a serem recompostas nas margens de rios com mais de 10 metros.
Ele também considera "bobagem" colocar em dois lados opostos o argumento ambiental e o da produção de alimentos. "A vida depende de luz, de terra e de água. Se o produtor faz assoreamento do rio, a produção da terra vai cair", disse.
Veta Dilma
Após a aprovação do novo Código Florestal na Câmara, nesta quarta-feira (25), diversos deputados voltaram a defender o veto da presidente Dilma Rousseff à proposta. Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), o relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) com modificações ao texto do Senado poderá ser vetado porque provocaria consequências nefastas ao meio ambiente e à agricultura.
O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) sustentou que, “diante desse desafio à sua autoridade, e do vexame que o Brasil irá sofrer perante o mundo com a aprovação da proposta, só restará à presidente Dilma vetar o relatório”.
O veto da presidente Dilma também foi defendido pelo deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP). Segundo ele, a discussão da proposta “não é lúcida, mas esquizofrênica, porque atende a objetivos de poucos”. “Não se está falando do pequeno proprietário, mas de grandes investimentos.”
Tripoli calcula que a dívida de proprietários rurais que descumpriram a legislação atual alcança hoje cerca de R$ 30 milhões.
O Comitê Brasil em Defesa das Florestas, que coordena a campanha do Floresta Faz a Diferença, continua sua campanha do #VETADILMA, que defende o veto total do texto aprovado na quarta-feira em Brasília.
 APPs
Na discussão desta quarta-feira, continuou a polêmica em torno da recuperação de áreas de preservação permanente (APPs) de margens de rios, principalmente nas pequenas propriedades. Embora faça parte da base do governo, Paulo Piau contrariou o Planalto e alterou o substitutivo do Senado no que se refere ao assunto.
Inicialmente, o relator eliminou da proposta a definição das faixas de matas ciliares a serem recompostas em todos os rios. Tanto a câmara quanto o senado aprovaram a exigência de recuperação de 15 metros de vegetação nativa para rios com até 10 metros de largura.
Como o Regimento do Congresso prevê que texto aprovado nas duas casas não pode mais ser rejeitado ou modificado no mérito, o presidente da câmara, Marco Maia, determinou que o relator retornasse o dispositivo ao projeto.
Área produtiva
Para a bancada ruralista, favorável ao relatório de Piau, a alteração vai reduzir a área produtiva do país, principalmente nas pequenas propriedades. De acordo como presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Moreira Mendes (PSD-RO), a diminuição será de cerca de 33 milhões de hectares. “É um contrassenso reduzir área de produção de alimentos quando 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo”, argumentou.
O deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS) afirmou que, dessa área retirada da agricultura, 11 milhões de hectares são de pequenos produtores. Para ele, “é irresponsável obrigar esses proprietários a ter reserva legal e tirar as terras de brasileiros”.
Falsa ilusão
Segundo o deputado Bohn Gass (PT-RS), entretanto, essa dificuldade para a agricultura familiar alegada pelos ruralistas é uma “falsa ilusão”. “O próprio governo sugeriu corrigir no futuro algumas consequências paras esses produtores, mas a proposta não foi aceita.”
Para Alfredo Sirkis, o problema dos pequenos proprietários está resolvido há muito tempo. Ele afirmou que, agora, está em jogo o “interesse de especuladores, que vão ganhar uma fortuna quando não tiverem mais que reconstituir APPs e reserva legal, porque isso vai valorizar terrenos, sem investirem um centavo”.
Pequenos produtores
Em defesa do relatório de Piau, o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), afirmou que o texto vindo do senado “melhorou muito”. No que se refere à área de composição de APPs nas margens de rios, ele afirma que não se pode prejudicar 3,6 milhões de pequenos agricultores, “que esse Código deve proteger, mas querem que criminalize como bandidos”.
Já o líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), disse que foi justamente para atender ao pequeno proprietário rural que a casa revisora reduziu de 30 para 15 metros a necessidade de recuperação de matas ciliares de margens de rios com até 10 metros de largura.
De acordo com o líder do PT, essa alteração significa uma redução de 1.258% nessas áreas de proteção nas propriedades de até 26 hectares. Ele ressaltou que, pela lei atual, esses proprietários têm de preservar 16,3 hectares com APP e, com a nova lei, a área passará a ser de 1,2 hectares.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Tecnologia naval auxilia estudos sobre comportamento de animais marinhos

Uma tecnologia utilizada na indústria naval –para exploração de petróleo em águas profundas, entre outras aplicações –irá auxiliar pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no campus experimental de São Vicente, a conhecer melhor o comportamento de raias marinhas e de água doce.
Os cientistas estão testando em cativeiro e em breve começarão a utilizar Veículos Subaquáticos Operados por Controle Remoto (ROVs, na sigla em inglês), combinados com equipamentos de radiotelemetria e telemetria acústica, para estudar padrões de movimentação e distribuição de raias em rios do oeste paulista e no litoral norte do estado.
Resultado de um projeto apoiado pela FAPESP, o estudo utilizando ROVs e radiotelemetria especificamente para essa finalidade era inédito no Brasil.
“As tecnologias se complementam e possibilitarão trazer à tona informações sobre a ecologia espacial de algumas espécies de raias que ainda são desconhecidas, já que estudos dessa natureza ainda não foram realizados no estado de São Paulo, especialmente em função do custo elevado e da necessidade de formação específica”, disse Domingos Garrone Neto, pesquisador da Unesp, à Agência FAPESP.
O pesquisador iniciou um estudo sobre o comportamento de raias utilizando radiotelemetria – em que são inseridos no animal transmissores que emitem sinais de rádio – em 2011, no rio Paraná, na divisa com Mato Grosso do Sul.
Como o peixe cartilaginoso, a exemplo dos tubarões, usa o sistema eletrossensorial para detectar suas presas, Garrone começou a questionar os possíveis efeitos dessas marcas eletrônicas no comportamento dos animais.
Para analisar os eventuais impactos dos equipamentos de radiotelemetria em raias, o pesquisador optou por continuar a pesquisa em cativeiro, em aquários montados especialmente para essa finalidade.
“Estamos terminando os experimentos e, em breve, saberemos se os radiotransmissores interferem ou não no comportamento das raias”, disse Garrone.
No litoral paulista, o pesquisador conheceu o Núcleo de Tecnologia Marinha e Ambiental (Nutecmar), que opera ROVs, e viu a possibilidade de incorporar mais essa tecnologia a sua pesquisa sobre ecologia espacial de raias.
Após realizar cursos na empresa para operar o equipamento, cujos comandos são similares aos de um helicóptero, Garrone pretende utilizá-lo em seu projeto de pós-doutorado, sob a supervisão do professor Otto Bismark Fazzano Gadig.
“Pretendemos utilizar ROVs para explorar tanto o mar como a água doce para analisar o comportamento de tubarões e raias em grandes profundidades de dia e à noite”, explicou Garrone.
Inicialmente, os pesquisadores estão utilizando um ROV cedido pela empresa parceira do projeto para realizar os estudos. Mas, no fim de abril, deverão começar a operar um equipamento próprio, importado da Rússia e adquirido com auxílio da FAPESP.
Avaliado em cerca de US$ 60 mil, o ROV que será adquirido pelos pesquisadores pode atingir até 150 metros de profundidade e é capaz de operar ininterruptamente quando plugado por um cabo de energia a uma corrente alternada, ou entre quatro a doze horas, utilizando a bateria de navios ou botes.
O equipamento, que pesa cerca de 12 quilos e tem o tamanho um pouco maior do que de um aparelho de microondas doméstico, é dotado de duas câmeras, localizadas em sua dianteira e traseira. Operadas na superfície, as câmeras captam imagens em tempo real, que são transmitidas para um monitor conectado a um HD de computador fora do ambiente aquático.
O robô também tem diodos de laser que possibilitam avaliar a escala de tamanho dos animais com os quais se defronta na água, além de braços articuláveis que permitem coletar materiais no fundo do mar.
Outros acessórios do equipamento são sonares que conseguem identificar os alvos com precisão, mesmo quando o equipamento é operado em águas turvas, além de propulsores que permitem que o mini submarino navegue até 4 nós de velocidade, e emissores de luz de LED para trabalhos noturnos ou exploração de locais com baixa ou nenhuma luminosidade, como cavidades e ambientes profundos.
Mas, segundo Garrone, uma das maiores inovações do ROV “brasileiro” será um sistema de depuração de imagens que permitirá melhorar a visibilidade de imagens capturadas em águas turvas, tornando-as extremamente limpas como as de uma piscina.
“O robô permitirá substituir nossa presença na água por tempo ilimitado, possibilitando explorar os ambientes com maior segurança e precisão, principalmente no mar, onde a profundidade e a temperatura da água costumam limitar os trabalhos por longos períodos”, destacou.
Acidentes com raias
Garrone se interessou por estudar o comportamento de raias durante a realização de seu mestrado, em que desenvolveu um estudo com pescadores na Amazônia e identificou que os acidentes com raias de água doce representavam um sério problema de saúde pública na região.
Porém, não se sabia muito bem o comportamento desses animais aquáticos na natureza e aspectos como sua alimentação, reprodução e interação com outras espécies. E a maioria das poucas pesquisas disponíveis sobre essa espécie de peixe cartilaginoso era baseada em observações indiretas do animal coletado muitas vezes por anzol, rede de arrasto e pesca de espinhel.
Por meio de observações subaquáticas, Garrone fez as primeiras observações subaquáticas sobre as práticas de caça, os rituais de corte e acasalamento e o deslocamento desses animais na natureza.
Agora, o objetivo de sua pesquisa utilizando ROVs e equipamentos de telemetria é aumentar e melhorar o entendimento sobre o comportamento de raias marinhas e de água doce e tentar responder algumas questões como se no inverno os animais que habitam a costa de Ubatuba, no litoral paulista, procuram águas mais quentes e depois retornam no verão, quando á água está mais aquecida, e se as correntes marinhas influenciam a distribuição espacial desses animais.
“Essas tecnologias vão nos dar condições de responder essas questões com muita segurança e precisão”, disse Garrone
Os pesquisadores também pretendem utilizar equipamentos de telemetria acústica, em que são utilizadas ondas de som em vez de rádio, para estudar o comportamento de raias inicialmente no mar e, futuramente, em água doce.
Os trabalhos integram uma rede de pesquisas coordenadas pelo professor Otto Bismark Fazzano Gadig sobre elasmobrânquios brasileiros, como tubarões e raias, no Laboratório de Estudo de Elasmobrânquios da Unesp de São Vicente.

Prazo para averbação da reserva legal termina em junho

Os produtores rurais catarinenses terão agora até o dia 11 de junho de 2012 para averbarem as áreas em suas propriedades rurais – de 20% a 80% do território total.

A decisão, segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, garante tranquilidade nas negociações com a Câmara dos Deputados e facilita acordo para a votação do texto do novo Código Florestal Brasileiro.

O dirigente lembra que nesta semana a Câmara deverá votar a versão final do Código Florestal, definindo parâmetros para a reserva legal e centenas de outras questões de natureza ambiental. Ministros e parlamentares ainda discutem detalhes sobre o novo Código e pontos a serem ajustados.

A lei prevê penalidades administrativas para infrações causadas ao meio ambiente. Pedrozo explica que as exigências do decreto impedem a liberação de crédito aos produtores, situação que provocava redução da área plantada e da produção, com visíveis impactos sobre os preços dos alimentos, aumento da inflação e desabastecimento.

A atualização da legislação ambiental dará a segurança jurídica necessária para o produtor rural brasileiro continuar na atividade, regularizando mais de 90% das propriedades rurais brasileiras.

Com um novo Código Florestal o Brasil reforçará seu compromisso com a preservação do meio ambiente e mostrará a sustentabilidade do setor agropecuário na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontece em junho, no Rio de Janeiro.

A proposta de atualização do Código Florestal está na fase final de tramitação no Congresso Nacional, depois de passar pela aprovação do Senado, que avaliou a matéria em quatro comissões. Se o texto for aprovado na Câmara irá para sanção da Presidência da República.

Orgânicos perpetuam Curitiba rural

Os alimentos orgânicos estão dando uma injeção de ânimo na rede de propriedades rurais que cercam Curi­­tiba. O número de chácaras e sítios dobrou nos últimos cinco anos, chegando a 870, conforme estatísticas do Instituto Emater e da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A menos de 50 quilômetros da capital, as atividades do campo ditam a rotina das famílias, que se mantêm na agricultura justamente graças à proximidade do maior mercado consumidor do estado.

O aumento da produção é justificado pelo crescimento da procura por esse tipo de produto, considerado mais saudável do que os convencionais. As estatísticas sobre o tamanho do apetite por verduras, legumes e frutas livres de agrotóxicos são imprecisas, mas, de acordo com a Emater, 10% dos curitibanos consomem algum alimento orgânico.

Com o estímulo da cidade, os produtores aumentam suas apostas. Depois de vender 7 hectares de terra em Francisco Beltrão (Sudoeste) e se mudar para Campo Magro em busca de novos horizontes, a família Escher é hoje referência na produção de orgânicos na região de Curitiba. Juntos, pai, mãe e dois filhos administram uma propriedade de 20 hectares a 30 quilômetros da capital.

Eles trocaram a produção de grãos – soja, milho e feijão – no Sudoeste pelo cultivo de hortaliças, frutas, pães, leite, geleias e molhos. Mesmo com algumas frustrações de safra por causa de clima, os Escher não se arrependem da mudança. “Aqui a demanda é maior. Na região de Beltrão, eram 500 mil habitantes, em Curitiba são quase 2 milhões”, compara Salete.

Apesar de a profissão no campo ter gerado alguns pro­­ble­­­mas de saúde aos pais e a um dos filhos, a família Escher não para de investir em trabalho. Um barracão de 200 metros quadrados voltado ao beneficiamento de leite e à fabricação de pães, geleias e molhos está perto da inauguração.

“Faltam chegar alguns equi­­pamentos para a leiteria. É um investimento para garantir renda maior”, explica Luciano, um dos filhos do casal. Foi necessário empréstimo de R$ 90 mil. Aos 27 anos, Luciano se formou em Desenvolvimento Rural e Gestão de Agroindústria para ajudar nos negócios da família.

“Já passou pela minha ca­­beça desistir, mas quando penso em todo o esforço e no prazer de trabalhar naquilo que é meu, decido continuar”, diz ele, após aferir que a movimentação nas feiras de orgânicos cresceu 40% no último ano. “A gente planta, colhe, beneficia e vende. É cansativo, mas vale a pena”, afirma Salete.

Para Iniberto Ha­­nersch­­midt, coordenador estadual de olericultura da Emater, a maior rentabilidade oferecida pelos orgânicos é o que tem estimulado os produtores a se manter na atividade. Segundo ele, a receita com os alimentos livres de agrotóxicos pode ser de 30% a 50% maior que o faturamento com produtos convencionais. “Quando o produto é adquirido nas feiras chega a ser mais barato do que o convencional. Conforme aumenta a intervenção na venda, mais caro fica na ponta”, explica ele.

Os preços das terras no entorno de Curitiba também são um atrativo para os agricultores. O valor do hectare fica abaixo de R$ 20 mil em Campo Magro, dependendo da oferta. Existem opções até 50% mais baratas do que as de pequenas propriedades do Sudoeste, por exemplo.

Livro mostra a capital cercada de minifazendas


O lado rural de Curitiba acaba de se transformar em livro. Após seis meses de pesquisas e entrevistas, o jornalista e escritor Eduardo Sganzerla lança nesta semana a obra Curitiba Rural, um diagnóstico da agricultura que cerca a capital do estado. Recheadas de imagens e algumas receitas culinárias, as mais de 150 páginas contam o passado, o presente e traçam as perspectivas da atividade, que é base da economia do estado, mas luta para continuar viva ao lado de uma metrópole.

Histórias como a de Fran­­cisco Matucheski Neto, um dos mais tradicionais agricultores da região metropolitana, são apresentadas ao leitor. Produtor de hortaliças, feirante há cerca de trinta anos, o descendente de poloneses é considerado também um dos “últimos moicanos” – por ainda se dedicar ao cultivo de produtos convencionais –, define o autor da obra.

No livro, Sganzerla conta as dificuldades dos trabalhadores que vivem da terra em plena cidade grande. “Um dos personagens do livro chegou muito perto de desistir dessa difícil profissão. Ele pretendia vender a terra em Campo Largo para se tornar motorista de ônibus, mas graças a um curso técnico voltou atrás com a decisão”, relata.

O contato cada vez maior com o ambiente rural conquis­­tou Sganzerla, que agora prepara um segundo livro, sobre a agricultura orgânica no Brasil. “Já passamos por São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e ainda vamos ao Pará, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Paraíba”, revela.

Serviço: O livro “Curitiba Rural – Aromas e Sabores” será lançado domingo, a partir das 12 horas, no restaurante Nova Polska, Rua Thomás Antochevis, 1.422, Colônia Dom Pedro II, Campo Magro (PR). Informações (41) 3022-7880.

PV pede a destituição do relator do Código Florestal

JMA-Jornal Meio Ambiente | Fonte Agência Brasil por Ivan Richard e Iolando Lourenço

Brasília - O líder do PV na Câmara, deputado Sarney Filho (MA), apresentou hoje (23) uma questão de ordem que pode inviabilizar a votação do projeto do novo Código Florestal, marcada para amanhã (24). Na representação, o deputado maranhense pede a destituição do relator da matéria, deputado Paulo Piau (PMBD-MG), e a nomeação de outro relator.
Sarney Filho alega que Piau é autor de uma das propostas que foram apensadas ao texto do código quando a matéria ainda tramitava na comissão especial criada para discutir o assunto. De acordo ele, pelo que prevê o Artigo 43 do Regimento Interno da Câmara, o peemedebista estaria impedido de relatar a proposta.
“Dos onze projetos pertencentes ao processo [do Código Florestal], o principal é o Projeto de Lei [PL] 1.876, de 1999, de autoria do deputado Sérgio Carvalho (PSDB-RO). Observa-se que, na árvore de apensados a ele, temos o PL 6.238, de 2009, de autoria do deputado Paulo Piau. Ora, o Artigo 43 do Regimento Interno é taxativo quanto ao impedimento de deputado autor de projeto ser relator da matéria”, declarou Sarney Filho na questão de ordem.
O líder do PV adiantou que se a questão de ordem não for acatada pela presidência da Casa, o partido irá ingressar com uma ação na Justiça. “O que se tem na espécie, em nome do interesse público e da sociedade brasileira, é a afirmação do princípio da impessoalidade e da moralidade no processo legal de formatação de uma lei. A não observância desse princípio tenderá a levar à insegurança jurídica, com a judicialização da nova lei florestal. Portanto, quero antecipar, senhor presidente, que, havendo por parte da Mesa [Diretora] uma resposta negativa a esta questão de ordem, do Partido Verde, vamos entrar na Justiça”, ressaltou.
A questão de ordem é mais uma tentativa do PV de adiar a votação do novo Código Florestal, por discordar do texto. A intenção do partido é postergar a votação da matéria para depois da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, marcada para o mês de junho na capital fluminense.
Apresentado na semana passada, o relatório do deputado Paulo Piau foi criticado por ambientalistas e petistas. Eles consideram que as modificações promovidas pelo peemedebista atendem aos interesses da chamada bancada ruralistas em detrimento da preservação ambiental. O relator, no entanto, nega favorecimento ao setor produtivo, argumentando que a sua proposta será boa tanto para ambientalistas como para ruralistas.
Os líderes da base aliadas, entre eles o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), favorável às modificações propostas por Piau, vão se reunir amanhã, às 10h, com os ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para discutir o assunto.

Relator do Código Florestal já admite mudanças


José Cruz/ABr
"É uma burrice imensa tratar todos os biomas de forma igual. Inteligente é não definir faixas mínimas", diz Piau
No primeiro sinal de enfraquecimento dos ruralistas na Câmara, o deputado Paulo Piau (PMDB-MG) acenou na segunda-feira (23/4) com a possibilidade de mudar seu relatório sobre a reforma do Código Florestal "até a hora da votação", prevista para esta terça-feira (24/4), em troca de um acordo com o governo.

A presidente Dilma Rousseff (PT) reiterou na segunda-feira que prefere ver o governo perder a concordar com a anistia a desmatadores. Isso significa que a chance de um acordo para a votação está cada vez mais distante se os ruralistas insistirem na oposição à exigência de faixas mínimas de recuperação das áreas de preservação permanente.

Piau insiste em eliminar do texto aprovado em dezembro no Senado a exigência de os proprietários de terras recuperarem pelo menos 15 metros da vegetação às margens dos rios. "É uma burrice imensa tratar todos os biomas de forma igual. Inteligente é não definir faixas mínimas e fazer a análise por bioma, por bacia", disse Piau.

O texto aprovado pelo Senado e defendido pela presidente estabelece faixas mínimas de recuperação da vegetação entre 15 metros e 100 metros, dependendo da largura dos rios. Essa regra já é atenuada para os pequenos produtores.

Piau defende uma faixa de recuperação mínima de 5 metros para rios mais estreitos, além de benefícios aos médios proprietários rurais. Mas o Planalto poderá até considerar exceções para pequenos produtores, mas não apresenta isso formalmente como compromisso prévio à votação da reforma do Código Florestal.

Votos
Questionado se não haveria votos suficientes na Câmara para aprovar o relatório que apresentou na semana passada, Piau esquivou-se: "Não tenho essa avaliação de votos nem estou preocupado com isso". Sobre a resistência da presidente Dilma a um acordo que envolva anistia a desmatadores, ele disse: "Se não aceitar, o único caminho é o voto".

Em caso de derrota do texto do Senado, Dilma deverá vetar a reforma do Código Florestal, o que aumentaria a insegurança jurídica dos proprietários de terra que descumprem a atual regra de proteção do meio ambiente.

A estratégia do governo para a votação será discutida na manhã desta terça-feira pelo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), os líderes da base e titulares de quatro ministérios: Relações Institucionais, Meio Ambiente, Agricultura e Desenvolvimento Agrário.

"É uma prerrogativa da presidente Dilma vetar ou não. Nosso limite é o relatório aprovado no Senado", disse o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP). O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que mantém o compromisso com o relatório de Paulo Piau.

Expedição médica prevê dois mil atendimentos na Amazônia


MANAUS- Um grupo de médicos e voluntários embarcam em uma expedição médica para levar atendimento a indígenas na aldeia de Taracuá, localizada às margens do rio Uaupés, no extremo noroeste do Amazonas (próxima à região da Cabeça do Cachorro). Esta é a vigésima segunda expedição realizada por uma organização não-governamental de Campinas (SP). Ao todo, 54 voluntários participam da ação com a meta de realizar 2 mil atendimentos.
“Queremos levar atendimento médico e cuidados à população indígena, sem fazer qualquer interferência sobre a cultura ou hábitos. No local devem ser feitos pelo menos 2 mil atendimentos e 200 cirurgias para atender as 600 pessoas da comunidade”, resume o tenente-coronel, de 51 anos, que deixou o cenário urbano do bairro Cambuí na noite desta sexta-feira (20) com destino à nona expedição. A viagem, que conta com passagens pela capital Manaus e São Gabriel da Cachoeira, leva quase doze horas.
À frente da equipe de logística, a campineira Marcia Abdala, de 55 anos, parte para a décima sexta expedição neste sábado (21). A viagem que mais gosta de recordar foi realizada em abril do ano passado, quando passou pela tribo dos caiapós, localizada às margens do Rio Xungu, na divisa entre os estados do Pará (PA) e Mato Grosso (MT). “Fiquei impressionada com a liderança, união, força e a pintura corporal que realizam. Sem dúvida foi a mais bela que já pude observar”, ressalta.
Macedo explica que metade do grupo de voluntários é oriunda da região de Campinas, incluindo participantes das cidades de Americana, Sorocaba e Mogi Guaçu, que devem contar com o auxílio de mais 35 pessoas que integram a secretaria da Saúde Indígena. Na pauta de serviços a serem prestados constam cirurgias plásticas, de catarata, hérnia, remoção de pequenos tumores, tratamentos odontológicos e ginecológicos, além da presença de nutricionistas.
O tenente-coronel diz que não tem local preferido como destino para uma possível expedição, porém, não titubeia ao dizer em bom humor que “só vai sair do grupo de voluntáros, se mandarem”. “São todos amigos, desta vez apenas cinco são novatos. Todos partem com o ideal de compartilhar ações que mostram como a sociedade deveria ser”, ressalta. Criada por médicos voluntários em 2003, a ONG Expedicionários da Saúde já contabiliza 2,9 mil cirurgias.
Na avaliação de Macedo, a expedição mais difícil foi executada após a tragédia provocada pelo terremoto de magnitude 7, em janeiro de 2010, no Haiti. “Foi completamente diferente, pois tratava-se de uma realidade mil vezes superior à nossa capacidade de atendimento e não houve um planejamento como para os trabalhos feitos no Amazonas. Foi emocionante e há várias cenas que passam sempre pela memória”, conta o tenente-coronel. Sobre os trabalhos na região Norte, o tenente-coronel diz que os cenários são parecidos, mas sempre constróem novas experiências.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Antropólogo indígena Yupari tukano diz que não comemora Dia do Índio


JMA-Jornal Meio Ambiente | Fonte PA por Gláucia Chair

O índígena João Rivelino Rezende Barreto, Yupuri Tukano, formado em Filosofia, com Mestrado em Antropologia pela Universidade Federal do Amazonas, falou com o portalamazonia.com sobre o Dia do Índio. Yupuri mora em Manaus há 10 anos. Nascido na comunidade São Domingos Sávio, em São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro, no Amazonas, trabalha atualmente com pesquisa na Universidade Estadual do Amazonas.

Confira a entrevista:

Portal Amazônia: Qual é sua visão sobre a data 19 de abril, Dia do Índio?
Yupuri Tukano: Este é o dia decretado pelo Estado. Muitos grupos fazem sua comemoração. Particularmente procuro não festejar essa data. Todos os dias somos Tukanos, Saterés, Waimiris…, portanto celebramos nossa vida e cultura todos os dias.
Portal Amazônia: O senhor acha que as comunidades indígenas estão bem representadas na sociedade?
Yupuri Tukano: Algumas conquistas vieram por meio de reinvidicações junto ao governo. Nossos parentes hoje estão na Secretaria Indígena, criada pelo governo do Amazonas. Mas sabemos que ainda há muita coisa a ser concretizada.
Portal Amazônia: O senhor saiu de sua aldeia para buscar conhecimento junto aos brancos. O senhor pretende usar esse conhecimento adquirido para a melhoria da vida de seu povo?
Yupuri Tukano: Nossa cultura é diferente, mas isso não significa que não haja preparo. Sou formado em Antropologia e enquanto antropólogo quero que nossa cultura seja respeitada. Para isso quero também mostrar que temos teorias e conhecimento e não apenas mostrar a nossa vida e costumes exóticos que são pautados pela mídia.
Portal Amazônia: Como os seus parentes analisam o fato de que o Senhor cursou uma universidade e está formado dentro de conceitos culturais do homem branco?
Yupari Tukano: Não existe preconceito, mas existem formas diferenciadas de tratamento. Às vezes acham que estou acima deles, mas eu não sou melhor do que eles. Apenas procurei me formar junto com os brancos para poder pensar melhor a minha própria cultura.
Portal Amazônia: Qual sua opinião para as políticas públicas direcionadas às comunidades indígenas?
Yupari Tukano: Existem boas iniciativas, mas muitas vezes vemos desvios de recursos e ficamos até desconfiados. Acho que seria importante se participássemos mais.
Portal Amazônia: O senhor vem da região do Alto Rio Negro onde as comunidades indígenas sofreram muita influência missionária. Como o senhor analisa a participação dos Salesianos nessas comunidades?
Yupari Tukano: Houve erros no passado e isso é estudado no mundo acadêmico. No entanto, não podemos ignorar que hoje sabemos ler e escrever, temos cargos no poder público. Não saberíamos nada disso se não fosse a influência dos salesianos.

Mobilização popular é uma das principais diferenças entre Rio 92 e Rio+20, diz diplomata


Rio de Janeiro – O embaixador aposentado Flávio Perri, que coordenou a Rio 92 – a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – disse que uma das principais diferenças entre o encontro e a nova Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que ocorrerá em junho próximo no Rio, é que àquela época não havia uma mobilização popular como existe atualmente.
“A característica da Rio+20 é que não são apenas os governos, os  presidentes e chefes de Estado que vão participar e assinar um documento principal. É toda a opinião pública”. Ele destacou que, pela primeira vez, o evento será transmitido em tempo real pela internet para todo o mundo. “Milhões de pessoas vão ver o que se passa no Rio”. Essa distinção é muito importante, disse Perri, porque dá uma característica participativa à Rio+20.
Outra diferença entre as duas conferências, segundo o diplomata, é que não havia, em 1992, o conceito de desenvolvimento sustentável como existe hoje. Ele lembrou que esse conceito foi enunciado pela primeira vez no Relatório Brundtland, resultado de uma comissão independente constituída sob o comando da ONU e chefiada pela primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland. Apresentado em 1987, o relatório Nosso Futuro Comum propõe o desenvolvimento sustentável, que “atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”.
“Foi a primeira vez que a comunidade internacional admitiu esse conceito”, observou Perri, acrescentando que ele se consagrou na Rio 92. Segundo o diplomata, pela primeira vez esse conceito “qualificou o substantivo desenvolvimento com o adjetivo sustentável e não reduziu a perspectiva de desenvolvimento”. Ele explicou que, ao contrário, deu mais segurança ao processo de desenvolvimento, “para que ele se mantenha contínuo e permita que sejam produzidos bens que tragam bem-estar e vida digna para os seres humanos”.
Perri deixou claro, porém, que o conceito de desenvolvimento sustentável necessita do planeta e de tudo que ele possa fornecer para ser transformado em bens. “O desenvolvimento depende do planeta. E para que ele continue verdadeiro e contínuo, é preciso que haja a sustentabilidade dos insumos que oferece”.
O embaixador aposentado destacou que a conferência Rio+20 já parte desse conceito, que é bem aceito e reconhecido pela opinião pública e objeto de interesse de governos, empresas, indivíduos e grupos sociais.
Outra diferença é que a Rio 92, também chamada Cúpula da Terra, vinha negociar uma agenda com foco preciso. Chefes de Estado de todo o mundo foram ao Rio naquele ano para negociar os tratados sobre biodiversidade e clima e a Agenda 21, que Perri definiu como um modelo de convivência humana e de governabilidade firmado em 1992. “A meu ver, esse é um instrumento central, resultante da Rio 92”.
Ele comentou que a Rio+20, ao contrário, foi convocada “sem que houvesse uma linha de chegada, como havia na outra (conferência)”. Referiu-se a uma negociação que resulte na assinatura de um tratado específico. Segundo Flávio Perri, o que a Rio+20 terá é uma declaração, que poderá ser muito importante se indicar novos rumos para o desenvolvimento sustentável “até o fim do século ou além”.
O coordenador da Rio 92 avaliou que o rascunho da conferência, chamado documento zero,  foi produzido a partir de sugestões dos governos e está ainda recebendo indicações informais a respeito desse novo rumo de desenvolvimento que deve ser seguido pelas nações. “É uma nova forma de encarar o processo de desenvolvimento, que deve ser sustentável, respeitando os bens oferecidos pelo planeta como insumos para a produção”.
Perri deixou claro, entretanto, que a conferência não pode decidir as modificações, mas somente indicar o caminho, de maneira que a produção condicione um consumo também diferenciado. “Esse é um ponto essencial na percepção do que poderá vir da conferência. É uma revisão dos métodos de produção, dos critérios para qualificá-la e também do consumo”. Para o coordenador da Rio 92, a nova conferência da ONU tem de estabelecer um patamar que torne possível a sobrevivência do planeta, que tem hoje cerca de 7 bilhões de habitantes.
 Ele disse que ao reconhecer  e respeitar os limites do planeta, será mais fácil balizar a produção que devemos ou podemos tirar, em termos de bens e insumos oferecidos, para a nossa sobrevivência. “O que não é justo é que continuemos a explorar os insumos do planeta – minerais, animais e vegetais – em prejuízo de futuras gerações”, advertiu.
Esse é o novo modelo de ver a organização da sociedade. Isso significa também, apontou Perri, novas maneiras de articular as atividades dentro da sociedade, partindo dos governos e enviando mensagens à ação social. “Por aí, vamos chegar talvez a um documento que poderá ter impacto e que irá encerrar a conferência”.

Flavio Perri aposentou-se da diplomacia em 2009. Atualmente, é  membro da Sociedade Nacional de Agricultura e da Academia Nacional de Agricultura.

* Edição: Graça Adjuto
** Publicado originalmente na Agência Brasil.

JMA-Jornal Meio Ambiente | Fonte Carta Capital por Rodrigo Martins

c39 Relatório do Código Florestal anistia desmatadores
Na avaliação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o relatório apresentado por Piau premia os desmatadores, na medida em que iguala os infratores a quem seguiu a lei. Foto: Agência Brasil

O deputado federal Paulo Piau (PMDB-MG), relator do Código Florestal, apresentou o seu parecer na tarde desta quinta-feira. O texto exclui parágrafos inteiros do projeto aprovado pelo Senado em dezembro passado, sobretudo os que tratam das disposições transitórias e obrigam os infratores a recompor as áreas devastadas até julho de 2008. Se aprovado na Câmara na próxima semana, isso representaria uma anistia a todos produtores rurais que desmataram ilegalmente no Brasil, além de ameaçar a existência no meio rural das Áreas de Proteção Permanente (APPs), que protegem os mananciais e matas ciliares.

Na avaliação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o relatório apresentado por Piau “premia os desmatadores”, na medida em que iguala os infratores a quem seguiu a lei. Um dia antes, ela afirmou a CartaCapital que seria “mais fácil encontrar uma onça pintada na Esplanada dos Ministérios do que aceitar uma anistia dessas”.

Foi uma alusão ao episódio do felino que escapou do zoológico e foi visto, dias antes, no estacionamento do Superior Tribunal de Justiça.

“O projeto do Senado prevê a troca das multas pela recuperação dos passivos ambientais. Não se trata de anistia. É o mesmo que faz a Receita com quem não recolheu o Imposto de Renda corretamente: notifica e abre a possibilidade de corrigir o erro.”

Piau insiste que o seu parecer não anistia ninguém. “Retirei esses parágrafos porque eles eram o calcanhar de Aquiles que impedia a aprovação do projeto na Câmara. Mas o texto deixa claro que, para regularizar o imóvel, o proprietário precisa ter um plano de recuperação das áreas de proteção aprovado por um técnico do Sistema Nacional de Meio Ambiente. E nenhum profissional desses aprovaria um projeto que não preservasse nenhuma faixa de mata em torno dos rios”, justifica. “Isso me parece mais razoável que Brasília fixar uma regra geral para todo o Brasil, com diversos tipos de biomas.”

* Publicado originalmente na Carta Capital.

Bicicleta: saúde sobre duas rodas


TELAS 11 300x225 Bicicleta: saúde sobre duas rodas
A discussão sobre o uso da bicicleta como meio de transporte tem ganhado corpo nos últimos tempos. A opção é benéfica para o meio ambiente – pois não produz os gases resultantes da queima do combustível – e para a malha urbana, que sofre com o aumento no número de carros nas ruas e avenidas. Mas além de uma opção ao transporte motorizado, o uso da bicicleta promove benefícios para a saúde e pode ajudar a promover mudanças no estilo de vida sedentário.
“Andar de bicicleta beneficia o sistema cardiovascular e respiratório, disto ninguém tem dúvida. Entretanto, é bom lembrar os outros ganhos com este tipo de exercício: o uso da bicicleta para movimentar o corpo trabalha toda a musculatura inferior do corpo”, explica Giulliano Esperança, personal trainer e wellness manager.

“Mas, ao contrário da corrida onde há o impacto no solo”, completa o especialista, “o ciclista acaba mais protegido quanto aos possíveis problemas que possam comprometer sua estrutura músculo-esquelética. O trabalho de força utilizado e os movimentos mecânicos usados para movimentar a bicicleta também favorecem a produção do líquido sinovial e, consequentemente, favorece as estruturas ósseas e uma articulação mais saudável”.

Além de todos estes benefícios há também, claro, a questão do aumento do gasto energético, o que favorece o emagrecimento. “As variações feitas indoor, como o spinning – que é uma variação dos exercícios feitos com bicicleta – é popularmente conhecido por ser muito efetivo para essa perda ou controle do peso. E a mesma força pode ser feita em uma bicicleta normal, com variações de marchas e em um ambiente ao ar livre”, explica Giulliano.

Bicicleta também na terceira idade

Para as pessoas mais velhas o uso da “bike” ajuda também no treino e melhoria do equilíbrio que, com a idade, tende a ficar comprometido. Caso o ciclista já tenha uma idade mais avançada e tenha preocupações quanto às quedas, o uso das bicicletas ergométricas dentro das academias também é uma opção.
“Normalmente este público opta por exercícios feitos dentro d’água, pois há uma grande segurança e menor risco de queda. Mas os exercícios como a hidroginástica, é bom lembrar, são menos intensos também. A bicicleta – mesmo as ergométricas – trazem maiores benefícios para o músculo”, diz Esperança.
No caso dos ossos, os exercícios feitos nas bicicletas – tradicionas ou ergométricas – aumentam o processo de depósito de cálcio das estruturas ósseas. Para os idosos isto é imprescindível, dado a degradação natural dessas estruturas.

Boas memórias e bem-estar

A bicicleta também tem um motivador a mais em comparação a outros tipos de atividades físicas: as boas memórias que a maioria das pessoas que tiveram uma bicicleta na infância não apagam jamais. E esta pode ser uma ótima maneira de começar um novo ciclo, trazendo a família para passeios nos finais de semana e na criação de novas memórias afetivas – ligadas a uma atividade saudável – nos filhos.
“Algumas pessoas não fazem exercícios físicos porque não têm uma memória positiva na infância associadas à eles. Muitas vezes até mesmo o inverso, há memórias negativas. Criar momentos de prazer associado a uma atividade como essa é importante para que as crianças levem um hábito saudável por toda a vida. O presente mais importante que se pode dar a uma criança é um momento para se lembrar por toda a vida. Associado a uma melhora na saúde, então, é um presente perfeito como poucos”, aponta Giulliano.
Os passeios de bicicleta em grupos também são uma forma bastante saudável de se socializar com pessoas próximas ou mesmo desconhecidos. Exemplo disso são os grupos formados em diversas cidades para andar de bicicleta durante a noite (os chamados night bikers).
“A bicicleta é um brinquedo – é assim que as crianças aprendem a chamá-la – que promove a atividade física (feita sem compromisso) e que, com o passar do tempo, pode se tornar um exercício físico vigoroso, mas nunca deixando de ser divertido”, afirma o personal trainner.
Giulliano lembra ainda que é preciso também estar atento aos ajustes da bicicleta, para evitar dores e um mal posicionamento sobre ela. Para isto, ele montou uma sequência de fotos explicando como adequá-la ao seu corpo.
Veja galeria de imagens aqui.

* Publicado originalmente no site O que eu tenho.

Caminhada na Natureza deste sábado será em Manoel Ribas

A Secretaria da Agricultura promove neste sábado (21), em Manoel Ribas, a partir das 8h30, mais uma etapa do projeto Caminhadas na Natureza Paraná. O percurso, denominado Circuito Nossa Senhora Salete, terá 11 quilômetros. Os participantes passarão por áreas de agricultura familiar e turismo rural, além de florestas e pontes que atravessam córregos e rios da região. Os interessados em almoçar após a caminhada, bem como acampar na comunidade, devem confirmar a sua reserva com antecedência junto ao escritório regional da Emater no município.

Originalmente habitada pelos índios kaingang, a região de Manoel Ribas foi colonizada por alemães, ucranianos, italianos, poloneses e portugueses. Algumas dessas comunidades ainda mantêm suas tradições e costumes.

As próximas Caminhadas na Natureza acontecem em Borrazópolis, no dia 29, e em Medianeira, no dia 1° de maio. O projeto conta com o apoio da Secretaria do Turismo, Ministério do Desenvolvimento Agrário, ONG Anda Brasil e prefeituras.

Encontro discute projeto de educação ambiental nos parques estaduais

O programa Parque Escola, do Governo do Estado, promoveu nesta última quinta-feira (19), na Reserva Biológica São Camilo, em Palotina, o I Encontro de Educação Ambiental nas Unidades de Conservação do Paraná. O objetivo do evento é apresentar metodologias de educação ambiental para gestores de unidades de conservação, chefes de núcleos regionais de educação e professores de escolas estaduais e municipais.

Lançado pelo governador Beto Richa em junho de 2011, o Parque Escola é considerado um projeto inovador na área da educação ambiental. Os alunos da rede pública estadual e municipal de ensino passam pelo menos um dia por ano nas unidades de conversação estaduais, praticando atividades lúdicas ao ar livre para aprender mais sobre temas como sustentabilidade, destinação correta de resíduos e espécies da fauna e flora, entre outros.

Durante o encontro desta quinta-feira, foram discutidos temas a inserção do Parque Escola no currículo escolar, metodologias de ensino, práticas de campo e percepção ambiental nas unidades de conservação. “Quando a comunidade, por meio dos professores e alunos, conhece esses locais maravilhosos e tão importantes para a preservação ambiental, torna-se multiplicadora da conscientização e do turismo no Estado”, disse o presidente do IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto.

SUPORTE – Neste ano, o Parque Escola passou a contar com o apoio do Instituto Federal do Paraná (IFPR), que fornece o suporte necessário para os professores, por meio de materiais didáticos para a utilização em sala de aula e cursos à distância para os professores da Secretaria da Educação. A previsão é de que o programa atenda cerca de 33 mil alunos do 6° e 7° anos do ensino fundamental e 3 mil professores em 14 unidades de conservação do Estado.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ambiental Expo

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SFB destina cerca de 200 mil hectares para produção sustentável de madeira

JMA-Jornal Meio Ambiente | Fonte Ecod


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Floresta Amazônica conta com hectares disponíveis para o manejo sustentável da madeira/Foto: Vihh
O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) vai abrir licitação para exploração de 197,6 mil hectares de Floresta Amazônica. Dois editais serão publicados objetivando a produção de madeira e de produtos não madeireiros de forma legal e sustentável na Amazônia.
No primeiro edital, 111,3 mil hectares da Floresta Nacional (Flona) de Jacundá, em Rondônia, serão divididos em uma unidade de 55 mil hectares, outra de 32,7 mil hectares e uma de 23,6 mil hectares. O segundo é destinado ao manejo de 86,3 mil hectares na Flona Saracá-Taquera, no Norte do Pará, em uma unidade de 59,4 mil hectares e outra de 26,9 mil hectares.
Para participar das licitações, os candidatos devem apresentar um valor maior que o definido pela SFB para o metro cúbico de madeira. Na Flona de Jacundá, esse valor é R$ 56,94 por metro cúbico e na Flona Saracá-Taquera, R$ 53,27. Os candidatos têm que apresentar também uma proposta técnica que contenha, entre os indicadores, o número de empregos a serem gerados, o grau de processamento local do produto e o aproveitamento de resíduos florestais.
Os editais trazem ainda informações sobre condições de logística para o escoamento da madeira, volumetria das espécies encontradas na região, indicadores eliminatórios, classificatórios e bonificadores para a concessão. Os editais podem ser consultados até o dia 11 de junho de 2012 no site do SFB.
Manejo florestal
O manejo florestal é um conjunto de técnicas empregadas para colher cuidadosamente parte das árvores grandes de uma floresta de tal maneira que as menores, a serem colhidas futuramente, sejam protegidas. Com a adoção do manejo, a produção de madeira pode ser contínua ao longo dos anos, ou seja, trata-se da administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos e sociais, respeitando-se os mecanismos de sustentação ambiental dos ecossistemas.
O decreto de 1994 que regulamentou a exploração das florestas na Amazônia define o manejo sustentável como "a administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos e sociais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo". Atualmente, o conceito foi ampliado para manejo florestal de uso múltiplo, passando a incluir "múltiplos produtos e subprodutos não-madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços naturais da floresta".

Moradores de áreas que serão alagadas por Belo Monte aguardam indenização

Foto: Divulgação/Prefeitura de Altamira
ALTAMIRA – Parte dos R$ 3,2 bilhões previstos para bancar as ações de minimização dos impactos socioambientais da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte será dedicada ao assentamento de moradores que vivem em áreas que vão ser alagadas com a barragem do Rio Xingu. A expectativa é que essas famílias troquem as moradias precárias, erguidas sobre palafitas, por casas de alvenaria, com saneamento. A outra opção é receber indenizações em dinheiro ou na forma de crédito.
Boa parte desses moradores já foi cadastrada pela empresa Norte Energia, responsável pela construção e operação da usina. “Eles [Norte Energia] têm boas promessas”, disse o agricultor Francisco Roque de Sousa, de 52 anos. “Disseram que vão construir uma casa para a gente e ainda levarão a nossa casa [de madeira, suspensa em um brejo no Igarapé Ambé] para o lugar que escolhermos, a uma distância de até 150 quilômetros”, acrescentou.
O agricultou disse que está “confiante” de que fará um bom negócio. “Soubemos que, na zona rural, eles pagam bem pelas terras, principalmente na região do Sítio Pimentel”. O pagamento de indenizações às famílias que serão removidas tem provocado a alta dos preços de terrenos e sítios em Altamira. “Tem lote que custava R$ 30 mil e, agora, pedem R$ 60 mil. Perderam a noção da coisa”.
A índia Solange Maria Curuaia, de 48 anos, também acredita que fará um bom negócio caso consiga trocar a palafita onde mora, em Ambé, por uma casa na cidade. “Minha preocupação maior é não receber a casa, porque não quero voltar para a aldeia nem ser mandada por cacique”.
Segundo ela, a Norte Energia prometeu, além de uma casa para ela, outra para a irmã Mônica Curuaia da Silva, com quem divide o barraco sobre palafita. “Disseram que cada um da família terá direito a uma casa de alvenaria. Vai ser bom porque estamos morando em um lugar perigoso por causa da proximidade com a estrada e pelo risco de enchente no período de chuva”. A casa das irmãs índias já foi alagada algumas vezes.
Morador do Igarapé Panelas, o oleiro Osvaldo Bispo dos Santos, de 61 anos, já foi cadastrado e recebeu dos representantes da Norte Energia a garantia de que terá o que preferir: indenização, casa ou crédito. “Optei pela indenização e, agora, estou aguardando a proposta. Só saio de lá se o valor for suficiente para construir minha casa, do meu jeito, e com a minha olaria para fabricar meus tijolos.” Com a olaria, Osvaldo consegue gerar uma renda entre R$ 5 mil e R$ 6 mil, que divide com dois trabalhadores.
Marconi Ribeiro de Sousa, 38, também é oleiro no Igarapé Panelas, mas não sabe se conseguirá manter a atividade depois da remoção. “Não existe outra região para montar olaria, por aqui”. Ele prefe ser indenizado e quer receber cerca de R$ 200 mil. O valor é justificado pelo colega Ananias Brasilino Pereira, de 45 anos. “A gente calcula esse valor levando em consideração o tempo de trabalho que teríamos pela frente”. Eles dizem que tiram, atualmente, R$3 mil por mês. “A Norte Energia propôs nos capacitar também para outras áreas”, acrescentou.
Dono de uma peixaria “que também é casa e balneário”, na qual mora há 17 anos, Remi Antônio Fistarol, de 62 anos, disse que já receu a visita “de um bocado de gente da empresa” para avaliar a propriedade que está no nome do filho. “Quero indenização, mas que leve em conta que esse é o meu sustento”. Ele diz que, no verão, consegue tirar entre R$ 10 mil e R$ 12 mil reais, dinheiro que sustenta quatro pessoas. “Com a indenização, pretendo montar um outro negócio”, disse sem ainda ter ideia de qual será a nova empreitada.
A Norte Energia informou, no início da noite, por meio da assessoria, que “não foi finalizado o levantamento dos gastos com a implantação de reassentamentos e indenizações a serem pagas aos moradores que serão remanejados para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte”. A empresa informou ainda que “trabalha na conclusão do cadastro socioambiental das famílias da área de influência do empreendimento. A previsão de finalização desse cadastro é para junho”.

Indígenas e quilombolas fecham Rodovia Belém-Brasília em protesto

BRASÍLIA – Indígenas, quilombolas e camponeses fecharam nas primeiras horas do dia de hoje (19) um trecho da Rodovia Belém-Brasília, a BR-010, na região de Tocantins. No local, segundo relatos, há uma longa fila de carros, caminhões e ônibus. O grupo critica a proposta, em tramitação no Congresso, que transfere para o Legislativo a demarcação de terras de povos tradicionais, e pede melhorias no atendimento à saúde desses grupos.
A coordenadora do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Igreja Católica, Laudovina Pereira, disse por telefone à Agência Brasil que o protesto será mantido até que os manifestantes consigam marcar uma reunião com representantes do governo federal ou do Ministério Público. Eles aguardam manifestações da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Secretaria Especial da Saúde Indígena.
Os manifestantes temem a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 215, que transfere do Executivo para o Legislativo a demarcação de terras indígenas, e ação direta de inconstitucionalidade (Adin) sobre o Decreto 4.887/2003, que regulamenta a titulação dos territórios quilombolas.
O protesto ocorre no Dia do Índio e faz parte de uma série de atividades e mobilizações promovidas ao longo do mês.

Força Nacional fará proteção ao Ibama e ao ICMBio no Pará

Agentes da Força Nacional de Segurança. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/Arquivo
BELÉM – Agora é oficial: a Força Nacional de Segurança Pública é responsável por garantir a segurança de fiscais ambientais nos municípios de Novo Progresso e Altamira, no estado do Pará. A decisão está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (18), e atende a servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes (ICMBio).
A medida vai refletir nas ações contra o desmatamento e comércio ilegal de madeira nos municípios. De acordo com o Ibama, as equipes fiscais nessas regiões são constantemente ameaçadas e envolvidas em confrontos. Como os órgãos não têm poder de Polícia, é necessário que o Estado faça a segurança para os agentes.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, já confirmou haver “vulnerabilidade e necessidade de apoio” para os agentes na região. O apoio da Força Nacional será por 90 dias, podendo ser prorrogado caso haja necessidade.
Em março deste ano, agentes ambientais foram vítimas de uma emboscada durante uma operação, quando foram abordados por dois homens encapuzados que portavam armas automáticas, na BR-163 em Cachoeira da Serra, Novo Progresso. Houve troca de tiros entre os suspeitos e os policiais militares que faziam a escolta dos agentes, mas ninguém ficou ferido.

Lavanderia sustentável lucra cinco vezes mais

Na Lavanderia Prillav, mudança dos processos trouxe impactos positivos tanto para o meio ambiente quanto para a produtividade
De Rondonópolis (MT), vem o bom exemplo de como a sustentabilidade pode combinar boas práticas ambientais, sociais e aumento da competitividade da empresa. O faturamento da lavanderia Prillav cresceu cinco vezes após acabar com desperdícios de luz, de insumos e usar tecnologia para aproveitar melhor as condições climáticas locais.

Antes, a conta de luz salgada consumia boa parte da receita e o maquinário antigo desperdiçava também os insumos usados na linha de lavagem. Para resolver o problema, o engenheiro e dono da pequena empresa, Paulo Gomes, elaborou um projeto de troca dos equipamentos, automação dos processos e treinamento dos funcionários.

Ele também substituiu os solventes químicos por biodegradáveis e decidiu aproveitar a luz natural e o clima quente da cidade na secagem das roupas. As secadoras mais potentes, usadas nas entregas de curto prazo, deixaram de ser movidas a energia elétrica. Hoje, a lavanderia replica o modelo em três franquias e contratou 16 colaboradores.

"Trocamos por gás. Graças a todas essas medidas, a conta de luz caiu 20%, reduzimos o consumo de água e de outros produtos", afirma o primeiro franqueado da marca, Gustavo Esteves. "A sustentabilidade ambiental tem de caminhar junto da econômica. Não há como fugir desse desafio", diz.