quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Nova "classe média" tem até esgoto a céu aberto
"As famílias brasileiras continuam convivendo com esgoto a céu aberto, educação de baixa qualidade e hospitais lotados." A lembrança é de Eliana Graça, assessora de Política Fiscal e Orçamentária do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), ao ironizar as conclusões do estudo Vozes da Classe Média", da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.
Segundo a SAE, mais da metade (53%) dos brasileiros estariam na classe média, após a inclusão de 35 milhões de pessoas no grupo. Para isso, porém, bastaria ter renda capta mensal de R$ 291 a R$ 1.019: "O mais perverso é que, imediatamente após melhorar de vida, o brasileiro começa a pagar plano de saúde e escola, pois o serviço público não tem qualidade", prossegue Eliana.
"Achar que se reduz a desigualdade apenas aumentando o consumo é complicado. Existe melhoria de renda no país, o que é bom. Mas não se pode fazer política com esses números", destaca, acrescentando que, se considerados os negros, a desigualdade é ainda maior.
Os dados da SAE indicam que a redução da classe baixa foi mais intensa do que a expansão da classe alta. De 2002 a 2012, teriam ascendido da baixa para a média, 21% dos brasileiros, enquanto da média para a alta seriam 6%.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Forno solar dessaliniza água do mar
Italiano resolveu criar o aparelho por se comover com a crise mundial de água
Foto: Divulgação/Gabrielle Diamantini
O aparelho funciona como um coador de cabeça para baixo
capaz de dessalinizar a água salgada
O italiana Gabrielle Diamanti desenvolveu uma tecnologia capaz de transformar água do mar em água potável que funciona também como um forno solar. Diamantini resolveu criar o aparelho por se comover com a crise mundial de água. Ele usou toda a sua experiência e habilidade para criar esse equipamento para ajudar as comunidades que sofrem com excesso de água salgada, mas tem pouca água doce.
Um dos pontos de destaque do Eliodomestico é que ele usa uma tecnologia simples que não deixa de ser eficiente. O aparelho funciona como um coador de cabeça para baixo capaz de dessalinizar a água salgada.
O forno é feito de cerâmica e é divido em três partes principais. O recipiente preto é por onde a água salgada é armazenada. Isso permite que a água crie vapor quando recebe a luz do Sol. Esse vapor é empurrado pela pressão por meio de um tubo. Então, ele condensa contra a tampa do forno, na parte inferior. Em seguida, escorre para a bacia de coleta.
Diamanti explica que a estrutura consegue produzir até cinco litros de água potável por dia. Além disso, o forno foi projetado com uma estrutura ideal para ser carregado na cabeça, método muito usado na África subsaariana.
O preço da fabricação é estimado em 50 dólares. Diamanti também fez questão de que o Eliodomestico tivesse código aberto. Assim, é possível que o equipamento receba novas funções e que as famílias necessitadas possam até mesmo desenvolver seu próprio aparelho. (Fonte: Vanessa Daraya/ Exame.com)
Resíduos sólidos separados em casa são misturados ao lixo comum na rua, revela pesquisa
Resíduos sólidos acabam misturados ao lixo comum
Praticamente três entre dez domicílios brasileiros (29,7%) separam o lixo biodegradável do não degradável. No entanto, apenas 40% desse lixo separado dentro de casa são posteriormente coletados de forma coletiva quando chega à rua. Isso mostra que muitos brasileiros separam seus resíduos nas residências, mas depois grande parte deles (60%) é misturada ao lixo comum.
Os dados constam na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 – Perfil das Despesas do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A região Sul é aquela que apresenta os melhores indicadores. Lá, 59,9% dos domicílios separam o lixo e 55,6% desses resíduos são coletados de forma seletiva. “A região Sul está bem acima da média nacional, de 29,7%”, explica o pesquisador do IBGE José Mauro Freitas.
Em outro extremo, aparece a região Norte, onde 6,6% dos domicílios separam o lixo biodegradável do não degradável e 16,8% desse resíduo são coletados seletivamente, segundo a pesquisa do IBGE.
O IBGE também observou a quantidade de lixo que é coletada, queimada ou enterrada no próprio terreno da família. No Brasil, a média do lixo coletado chega a 80,7%; os restos queimados ou enterrados, a 10,2%.
A discrepância é grande entre a cidade e o campo. Na área urbana, 91,1% do lixo são coletados e 1,5%, queimados ou enterrados na propriedade. Na área rural, os percentuais são, respectivamente, 24,4% e 57,7%.
Entre os estados, o Maranhão é o que tem o menor índice de lixo coletado (51,1%) e o com maior percentual de resíduos queimados ou enterrados (33,4%). Já São Paulo tem o perfil oposto: 94,5% do lixo são coletados e 1,7% são queimado ou enterrado.
A pesquisa mostrou ainda a quantidade de domicílios que têm água encanada aquecida. Três em cada quatro residências contam com algum tipo de aquecimento. Além disso, 70% das casas com água encanada recorrem à energia elétrica para aquecer a água.
Fonte: Agência Brasil
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Fórum de Meio Ambiente discutirá destino de resíduos sólidos
Fórum vai debater políticas públicas existentes, disseminar a conscientização ambiental e comentar soluções para o setor
Discutir o destino de resíduos sólidos é envolver questões de saúde pública e econômicas para cidades e empresas. No próximo dia 20 de setembro, a partir das 13h, a Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Alemanha de Curitiba apresenta o III Fórum de Proteção e Cuidado com o Meio ambiente, que abordará do tratamento à necessidade de uma gestão integrada para resíduos sólidos. Ao todo, quatro palestrantes de Curitiba, São Paulo e Santa Catarina abordarão em suas palestras assuntos diferentes a respeito do tema.
Para dimensionar a importância do assunto, atualmente das 5.500 cidades brasileiras, apenas 766 possuem coleta seletiva. Os dados foram revelados em pesquisa desenvolvida pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), apresentada no final de agosto no seminário "Política Nacional de Resíduos Sólidos - A Lei na Prática", no Rio de Janeiro. De acordo com Cris Baluta, coordenadora do Fórum, “empresas, cidadãos comuns e governos devem se aproximar de forma cada vez mais objetiva e concreta a fim de viabilizar recursos e inovações voltadas a esse assunto que envolve a produção e o consumo”.
A palestrante engenheira civil, Carina Arita (TITECH do Brasil Solução em Segregação), de São Paulo, acredita que o maior problema está no gerador dos resíduos, pois se esse resíduo não for separado inicialmente, ele se perde. “Quando o material é cuidado na fonte, o valor agregado a ele é muito maior e a contaminação, menor. Separar apenas o que é seco do que é úmido já representa metade do trabalho de reciclagem”, garante Carina.
A Dra. Fabiana Atallah (GAHauer Advogados Associados), de Curitiba, comentará a respeito da Política Nacional de Resíduos Sólidos. O que se pretende é fazer uso da logística reversa, em que toda embalagem retorna para o local em que foi adquirida, da mesma forma comoacontece hoje com as embalagens de agrotóxicos. “Nosso ideal é que em 2014 não existam mais os lixões no Brasil. Em países como a Alemanha, nem aterros sanitários existem mais. Nosso modelo econômico induz ao consumo e isso traz conseqüências que podem ser irreversíveis. As futuras gerações têm direito de aproveitar o planeta de modo saudável”, explica a doutora.
Os outros palestrantes são Dr. Pery Saraiva Neto (Sperotto Advogados Associados), que falará sobre as peculiaridades existentes na legislação ambiental para com os resíduos sólidos entre os três estados da região Sul e os sócios Engenheiros Alexandre Pujol Lazarini e Ricardo Góis dos Santos (Ambiensys Gestão Ambiental) , sobre a importância de se atuar de forma preventiva, tendo a gestão de resíduos sólidos como fator de competitividade para a empresa.
Serviço:
III Forum Umweltschutz – Proteção e Cuidado com o Meio Ambiente
Dia 20 de Setembro
A partir das 13h
Local: Hotel Slaviero Palace. Rua Senador Alencar Guimarães N. 50 Sala Antonina
Telefone: (41) 3323-5958
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
As 100 espécies mais ameaçadas de extinção: não têm preço ou não valem nada?
A União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN) divulgou no último dia 11, durante o Congresso Mundial de Conservação na Coreia do Sul, a lista das 100 espécies mais ameaçadas de extinção e que provavelmente a humanidade deixará morrer já que não a beneficiam diretamente.
A lista, compilada por 8 mil cientistas, é a primeira do gênero trazendo animais, plantas e fungos de 48 países.
Entre as cinco espécies brasileiras listadas está o maior primata americano, o muriqui (Brachyteles hypoxanthus), e o magnífico soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni), com menos de 800 indivíduos encontrados apenas no Ceará.
O mais raro de todos é o preá (Cavia intermedia), cuja população tem somente de 40 a 60 indivíduos e é exclusiva da Ilha Moleques do Sul, em Florianópolis (SC).
Ainda estão na lista as borboletas Actinote zikani, endêmica da Serra do Mar, e Parides burchellanus, do Cerrado.
“A comunidade de doadores e o movimento conservacionista estão cada vez mais inclinados para a abordagem ‘o que eles podem fazer por nós’, na qual as espécies e habitats são valorados e priorizados de acordo com os serviços que fornecem às pessoas”, disse o professor Jonathan Baillie, diretor de conservação da Zoological Society of London (ZSL), instituição parceira da IUCN neste projeto.
Isto tem tornado cada vez mais difícil de proteger as espécies mais ameaçadas, lamenta. “Temos uma importante decisão moral e ética a fazer: estas espécies têm o direito de sobreviver ou temos o direito de levá-las à extinção?”.
O relatório, chamado ‘ Priceless or Worthless?’, pretende incentivar as ações de conservação das criaturas ‘sem valor’.
“Todas as espécies listadas são únicas e insubstituíveis. Se desaparecerem, quantia alguma em dinheiro poderá trazê-las de volta”, alertou Ellen Butcher, coautora do relatório.
O declínio das espécies teve como principal causa as atividades humanas, porém é possível evitar a extinção de quase todas se houverem esforços de conservação, provocam os pesquisadores.
Fonte: Carbono Brasil/ Fernanda B. Müller
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Obra de US$ 15 milhões é interrompida por conta de aranha rara nos EUA
Aracnídeo visto somente duas vezes em mais de trinta anos foi responsável por adiar construção de rodovia
Reprodução/ Zara EnvironmentalAranha rara, da espécie Circurina Venii, que foi vista apenas duas
vezes em mais de trinta anos
Uma aranha do tamanho de uma moeda conseguiu interromper uma obra de 15 milhões de dólares nos Estados Unidos por tempo indeterminado. O inusitado acontecimento, que chamou a atenção da mídia norte-americana nos últimos dias, se deve ao fato de se tratar de uma espécie rara em extinção que não era vista em três décadas.
Trabalhadores da construção da rodovia 151 em San Antonio, no Texas, encontraram o aracnídeo em um profundo buraco no meio da obra com a ajuda de especialistas. Jean Krejca, biólogo e presidente da Zara Ambiental, que acompanha o projeto, conseguiu identificar a aranha, conhecida por permanecer em cavas, depois que a água da chuva revelou um orifício típico da espécie.
Trabalhadores da construção da rodovia 151 em San Antonio, no Texas, encontraram o aracnídeo em um profundo buraco no meio da obra com a ajuda de especialistas. Jean Krejca, biólogo e presidente da Zara Ambiental, que acompanha o projeto, conseguiu identificar a aranha, conhecida por permanecer em cavas, depois que a água da chuva revelou um orifício típico da espécie.
A aranha foi dissecada por um taxonomista que confirmou a descoberta tão esperada por biologistas: ela pertence à espécie da Cicurina venii, incluída desde 2000 nas listas do governo federal dos EUA de animais ameaçados de extinção.
Por ser encontrada apenas no estado do Texas, especialistas consideram que as rodovias podem alterar o habitat natural do aracnídeo. Até projetistas e biólogos encontrarem uma solução ao problema, a construção permanece parada.
Desde que a obra teve início, em abril deste ano, 14 espécies raras de aracnídeos foram encontradas na área das rodovias. Isso se deve ao fato da região das rodovias serem muito ricas em recursos naturais, explicou Stirling Robertson, líder do time de biólogos do Departamento de Transportes do Texas.
Vista pela primeira vez em 1980 a apenas 8 quilômetros da obra por George Veni, a aranha não é venenosa e os especialistas acreditam que toda a área da rodovia pode fazer parte de seu habitat natural.
Por esta razão, Josh Donat, porta-voz do Departamento de Transportes do estado, preferiu tratar da questão com cautela, afirmando ser cedo demais para saber quais as soluções disponíveis.
Enquanto alguns devem estar irritados com o atraso e o prejuízo, biologistas e amantes de animais comemoraram a descoberta. “Nós estamos animados sobre o que podemos aprender com essa espécie e existe uma alta probabilidade de ter mais dessas aqui”, acrescentou ele. Krejca disse que a descoberta é como se “tropeçássemos em uma nova ilha de Galápagos em termos da importância biológica para a região”.
Por ser encontrada apenas no estado do Texas, especialistas consideram que as rodovias podem alterar o habitat natural do aracnídeo. Até projetistas e biólogos encontrarem uma solução ao problema, a construção permanece parada.
Desde que a obra teve início, em abril deste ano, 14 espécies raras de aracnídeos foram encontradas na área das rodovias. Isso se deve ao fato da região das rodovias serem muito ricas em recursos naturais, explicou Stirling Robertson, líder do time de biólogos do Departamento de Transportes do Texas.
Vista pela primeira vez em 1980 a apenas 8 quilômetros da obra por George Veni, a aranha não é venenosa e os especialistas acreditam que toda a área da rodovia pode fazer parte de seu habitat natural.
Por esta razão, Josh Donat, porta-voz do Departamento de Transportes do estado, preferiu tratar da questão com cautela, afirmando ser cedo demais para saber quais as soluções disponíveis.
Enquanto alguns devem estar irritados com o atraso e o prejuízo, biologistas e amantes de animais comemoraram a descoberta. “Nós estamos animados sobre o que podemos aprender com essa espécie e existe uma alta probabilidade de ter mais dessas aqui”, acrescentou ele. Krejca disse que a descoberta é como se “tropeçássemos em uma nova ilha de Galápagos em termos da importância biológica para a região”.
Acidente radioativo com césio 137 completa 25 anos
O acidente radioativo mais grave do país de que se conhecimento, o vazamento do material radioativo césio 137, em Goiânia, completa 25 anos nesta quinta-feira. No dia 13 de setembro de 1987, dois catadores de materiais recicláveis encontraram em instalações do antigo Instituto Goiano de Radioterapia uma máquina que desconheciam ser um aparelho usado para esse tipo de tratamento.
Eles levaram o material para casa e, após retirar algumas partes, venderam o que restou a um ferro velho, de propriedade de Devair Ferreira. Este, também sem saber do que se tratava, desmontou a máquina para reaproveitar o chumbo e expôs, assim, ao ambiente 19,26 gramas de cloreto de césio 137. O pó branco que emitia uma luz azulada no escuro foi exibido durante quatro dias para toda a vizinhança. Algumas pessoas, inclusive, levaram amostras do césio para casa. Como parte do equipamento acabou sendo vendida para outro ferro velho, o material radioativo acabou se espalhando por uma área ainda maior.
Não demorou muito para que as pessoas começassem a apresentar os primeiros sinais de que carregavam no corpo altos níveis de radiação – diarreia, naúseas, tonturas e vômito. Elas procuraram os hospitais da cidade, onde foram medicadas como portadores de doença contagiosa. Somente depois de 16 dias, quando parte da máquina de radioterapia foi levada à Vigilância Sanitária, constatou-se que os sintomas eram de contaminação radioativa.
O acidente resultou em milhares de toneladas de lixo radioativo que se encontram em contêineres e tambores revestidos de aço e concreto, em um depósito, na cidade de Abadia de Goiás (GO). As primeiras vítimas fatais da contaminação pelo césio foram a esposa do dono do ferro velho, Maria Gabriela, que morreu no dia 23 de outubro de 1987, e sua sobrinha, a menina Leide das Neves Ferreira, de 6 anos, que ingeriu pequenas quantidades de césio depois de brincar com o pó azul. A menina foi a vítima que apresentou a maior dose de radiação. Ela morreu horas depois da tia.
Quarenta e nove pacientes vítimas da radiação do césio 137 foram levadas para o Rio de Janeiro, onde foram tratados no Hospital Naval Marcílio Dias, referência no tratamento de vítimas de acidentes radioativos. Vinte e um desses pacientes passaram por tratamento intensivo e quatro morreram. No total, mais de 112 mil pessoas foram expostas aos efeitos do césio, em Goiânia.
O diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Ivan Salati, avalia que, desde 1987, houve muitos avanços em relação à segurança da manipulação de fontes radioativas, em termos de regulação e controle. Para ele, a situação em Goiânia foi específica. O diretor da Cnen atribuiu grande parte do acidente aos responsáveis pelas instalações do antigo Instituto Goiano de Radioterapia, que “não exerceram a responsabilidade sobre os materiais ali existentes de maneira adequada”.
Em 1988, a Cnen realizou uma operação pente fino em todo o país, para levantar, nos hospitais e institutos de pesquisa, fontes que tinham chegado antes desse período e que não estavam mais sendo utilizadas ou que precisavam ser registradas.
Foi criado também um sistema de atendimento 24 horas para denúncias e manifestações. Esse serviço aciona equipes preparadas para investigar possíveis riscos radioativos em qualquer lugar do Brasil.
Salati reiterou que, no caso de Goiânia, contribuiu para a contaminação pelo césio o tempo demorado para se detectar o acidente, embora admita que um serviço 24 horas não mudaria muito a ação diante do caso, devido ao desconhecimento das pessoas que lidaram com o material à época e que, por essa razão, “dificilmente teriam buscado informações com a Cnen”.
O alarme sobre o acidente radiológico de Goiânia foi dado pelo físico Walter Mendes, no dia 29 de setembro de 1987. A partir daí, a Cnen enviou uma equipe a Goiânia para tomar as providências necessárias.
Fonte: Agência Brasil/ Alana Gandra
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Cinco animais do Brasil estão entre os mais ameaçados do mundo
Cinco espécies brasileiras de animais estão entre as cem mais ameaçadas de extinção no planeta, de acordo com uma lista publicada na terça-feira pela Sociedade Zoológica de Londres.
As espécies brasileiras citadas no livro “Valiosos ou Sem Valor” (numa tradução livre), lançado no Congresso Mundial da Natureza, na Coreia do Sul, incluem o macaco muriqui-do-norte (Brachyteles Hypoxanthus), o pássaro soldadinho-do-Araripe (Antilophia bokermanni), duas borboletas (Actinote zikani e Parides burchellanu) e uma espécie de preá (Cavia intermedi).
É a primeira vez que mais de 8 mil cientistas reúnem-se para avaliar os animais, plantas e fungos mais ameaçados ao redor do globo. A lista contém espécies encontradas em 48 países diferentes. “Todas as espécies listadas são únicas e insubstituíveis. Se elas desaparecerem, não haverá dinheiro que as traga de volta”, disse Ellen Butcher, da Sociedade Zoológica de Londres, co-autora do relatório (confira o documento completo, em inglês).
“No entanto, se tomarmos ações imediatas, podemos dar a elas chances de lutar pela sobrevivência. Mas isso requer que a sociedade apoie a posição moral e ética de que todas as espécies têm direito de existir.”
Um dos destaques da lista é o muriqui-do-norte, maior macaco das Américas, só encontrado na Mata Atlântica, no Sudeste do país. A população é calculada em menos de mil macacos, principalmente em algumas dezenas de reservas privadas e do governo.
“O desmatamento em larga escala e um passado de corte seletivo de madeira reduziu o ecossistema único do muriqui-do-norte para uma fração de sua extensão original, e as pressões de caça também afetaram as populações locais”, disse o relatório.
A publicação cita também o soldadinho-do-araripe, ave de cerca de 14 centímetros que vive apenas na Chapada do Araripe, no Ceará. A população é calculada em 779 indivíduos. O relatório afirma que a principal ameaça é a “destruição do hábitat devido à expansão da agricultura, unidades de recreação e parques aquáticos.”
O preá Cavia intermedia, que existe apenas nas Ilhas Moleques do Sul, em Santa Catarina, tem população de apenas 40 a 60 indivíduos, segundo a instituição baseada em Londres, que sugere que haja mais fiscalização ao parque estadual onde estão as ilhas, além de regulamentação do acesso à área.
A lista de 100 espécies mais ameaçadas inclui ainda a borboleta Actinote zikani, que vive na Serra do Mar, perto de São Paulo, e a Parides burchellanus, com uma população de menos de 100 indivíduos no Cerrado brasileiro. (Fonte: Globo Natureza)
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Fórum de Meio Ambiente discutirá destino de resíduos sólidos
Fórum vai debater políticas públicas existentes, disseminar a conscientização ambiental e comentar soluções para o setor
Discutir o destino de resíduos sólidos é envolver questões de saúde pública e econômicas para cidades e empresas. No próximo dia 20 de setembro, a partir das 13h, a Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Alemanha de Curitiba apresenta o III Fórum de Proteção e Cuidado com o Meio ambiente, que abordará do tratamento à necessidade de uma gestão integrada para resíduos sólidos. Ao todo, quatro palestrantes de Curitiba, São Paulo e Santa Catarina abordarão em suas palestras assuntos diferentes a respeito do tema.
Para dimensionar a importância do assunto, atualmente das 5.500 cidades brasileiras, apenas 766 possuem coleta seletiva. Os dados foram revelados em pesquisa desenvolvida pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), apresentada no final de agosto no seminário "Política Nacional de Resíduos Sólidos - A Lei na Prática", no Rio de Janeiro. De acordo com Cris Baluta, coordenadora do Fórum, “empresas, cidadãos comuns e governos devem se aproximar de forma cada vez mais objetiva e concreta a fim de viabilizar recursos e inovações voltadas a esse assunto que envolve a produção e o consumo”.
A palestrante engenheira civil, Carina Arita (TITECH do Brasil Solução em Segregação), de São Paulo, acredita que o maior problema está no gerador dos resíduos, pois se esse resíduo não for separado inicialmente, ele se perde. “Quando o material é cuidado na fonte, o valor agregado a ele é muito maior e a contaminação, menor. Separar apenas o que é seco do que é úmido já representa metade do trabalho de reciclagem”, garante Carina.
A Dra. Fabiana Atallah (GAHauer Advogados Associados), de Curitiba, comentará a respeito da Política Nacional de Resíduos Sólidos. O que se pretende é fazer uso da logística reversa, em que toda embalagem retorna para o local em que foi adquirida, da mesma forma comoacontece hoje com as embalagens de agrotóxicos. “Nosso ideal é que em 2014 não existam mais os lixões no Brasil. Em países como a Alemanha, nem aterros sanitários existem mais. Nosso modelo econômico induz ao consumo e isso traz conseqüências que podem ser irreversíveis. As futuras gerações têm direito de aproveitar o planeta de modo saudável”, explica a doutora.
Os outros palestrantes são Dr. Pery Saraiva Neto (Sperotto Advogados Associados), que falará sobre as peculiaridades existentes na legislação ambiental para com os resíduos sólidos entre os três estados da região Sul e os sócios Engenheiros Alexandre Pujol Lazarini e Ricardo Góis dos Santos (Ambiensys Gestão Ambiental) , sobre a importância de se atuar de forma preventiva, tendo a gestão de resíduos sólidos como fator de competitividade para a empresa.
Serviço:
III Forum Umweltschutz – Proteção e Cuidado com o Meio Ambiente
Dia 20 de Setembro
A partir das 13h
Local: Hotel Slaviero Palace. Rua Senador Alencar Guimarães N. 50 Sala Antonina
Telefone: (41) 3323-5958
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
4º Congresso Florestal Paranaense
Acontece entre os dias 10 e 14 de setembro o 4º Congresso Florestal Paranaense na cidade de Curitiba/PR. O evento será promovido no Centro de exposição da CIETEP – FIEP.
Com foco no tema “Gestão Florestal: Produção, Conservação e Uso”, o evento irá contemplar discussões que envolvem política e economia florestal, silvicultura, conservação da natureza, manejo de florestas nativas e plantadas, tecnologia, recursos hídricos, infraestrutura, logística e energia renovável. O Congresso contará também com visitas técnicas ao campo e deve reunir mais de 500 pessoas, entre engenheiros florestais, agrônomos, produtores rurais, pesquisadores, estudantes, representantes dos setores privado e público.
Este Congresso contará com stand da Produquímica, parceira do IBF em experimentos voltados a produção de mudas nativas para restauração florestal, além de apoio e participação em cursos promovidos pelo IBF. Clique aqui e saiba mais sobre os cursos do Instituto.
Segundo Guilherme Sá, Gerente Regional da Produquímica, a grande expectativa é para o lançamento da linha Polyblen para adubação de espécies florestais a campo.
Um produto de altíssima tecnologia, para atender a tendência de mercado de altas produtividades, alta eficiência e suprir uma redução na oferta de mão de obra já que o produto permite a adubação das espécies florestais em uma única operação no momento do plantio.
Outra ponto é reforçar a liderança no mercado de formação de mudas com o OSMOCOTE, uma tecnologia consagrada mundialmente nesse segmento além de difundir nosso conhecimento técnico e portfólio de soluções voltado ao mercado florestal.
Outra ponto é reforçar a liderança no mercado de formação de mudas com o OSMOCOTE, uma tecnologia consagrada mundialmente nesse segmento além de difundir nosso conhecimento técnico e portfólio de soluções voltado ao mercado florestal.
Realização
O Congresso é uma promoção da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (APEF), Embrapa Florestas e cursos de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Unicentro (Irati) e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
O evento conta com patrocínio das empresas Arauco, Berneck, Remasa, Klabin, Pesa, Itaipu Binacional, Pöyry Silviconsult e Valor Florestal, além do Conselho Regional de Engenharia (CREA-PR), Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Instituto Ambiental do Paraná (IAP), CNPQ, BRDE, Copel, Fundação Araucária e Sindimadeira.
Para informações adicionais, acesse: http://www.congressoflorestalpr.com.br/
Para informações adicionais, acesse: http://www.congressoflorestalpr.com.br/
Recifes de corais vivos do Caribe estão desaparecendo
Conhecido pelas belezas naturais o Caribe atrai milhares de turistas ano após ano. Mas o sonho de consumo de muitas pessoas mostrou números nada agradáveis em relação a sua biodiversidade. Segundo relatório divulgado esse mês pela IUCN, a cobertura de coral vivo que era de mais de 50% em 1970, caiu para 8% esse ano. Além disso, as taxas de declínio na maioria dos recifes não mostraram sinais de desaceleração.
Os corais existem há aproximadamente 250 milhões de anos. Já resistiram a vários abalos ambientais, como maremotos e atividades vulcânicas. Atualmente, tentam sobreviver à interferência do homem na natureza, que representa uma grande ameaça.
De acordo com diretor da Global Marine da IUCN e do Programa Polar, Carl Gustaf Lundin, as principais causas da redução dos corais estão na pesca excessiva, na poluição e nas doenças causadas pelo aumento das temperaturas resultantes da queima de combustíveis fósseis. “Olhando para frente, há uma necessidade urgente de se reduzir imediatamente e drasticamente todos os impactos humanos, já que os recifes de corais são vitalmente importantes e dependemos deles para sobreviver nas próximas décadas”, alertou o pesquisador.
Para a IUCN é preciso aplicar ações locais no intuito de melhorar a saúde dos corais, incluindo limites para a pesca por meio de cotas de captura, uma extensão de áreas marinhas protegidas (AMPs) e de estudos e redução na dependência global de combustíveis fósseis.
Os corais no Brasil
Uma das mais extraordinárias formações da natureza, os recifes de coral são privilégio dos mares tropicais e patrimônio de apenas 100 países do mundo, dentre os quais, no Atlântico Sul, somente o Brasil.
Os corais recifais são encontrados em dois mil e quatrocentos quilômetros de extensão da costa brasileira. A fauna de corais do Brasil, apesar de pouco diversa, se comparada a outras regiões do mundo, apresenta espécies raras que só existem aqui, segundo o site da Faperj.
De acordo com os pesquisadores, a escassez de informação sobre a vida dos corais, aliada a atividades na costa brasileira, como o turismo, a exploração de petróleo e a contaminação da água por substâncias tóxicas, contribuem para a degeneração desses animais marinhos.
* Publicado originalmente no site EcoD.
Gelo marinho no Ártico é o menor já registrado, afirmam EUA
A extensão do gelo marinho do Ártico no verão alcançou uma mínima recorde neste fim de semana, informa o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos EUA.
Com 4,1 milhões de quilômetros quadrados, a extensão da camada congelada supera ligeiramente o recorde de baixa de 2007 (4,17 milhões de quilômetros quadrados). É uma área equivalente a 30% do oceano Ártico.
É muito provável que uma área ainda maior da região sofra degelo neste ano, já que o pico do derretimento da cobertura marinha do Ártico costuma acontecer no fim do mês de setembro.
"Trata-se de claro sinal das rápidas mudanças que afetam o ambiente do Ártico", declarou em comunicado Jefferson Garcia Simões, diretor do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Grupos céticos quanto à realidade da mudança climática, no entanto, não se mostraram convencidos sobre a gravidade do problema.
Em seu site, o meteorologista e blogueiro cético americano Anthony Watts ironizou a reação da "alarmosfera" à notícia e disse que uma tempestade na região estimulou a fragmentação do gelo.
Fonte: Folha.com
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Norma para controle, uso e descarte de pilhas e baterias é fixada pelo Ibama
O controle sobre a fabricação, o uso e o descarte de pilhas e baterias é fixado em decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio da Norma Instrutiva
número 8, publicada hoje (4) no Diário Oficial da União.
Pela norma, há uma série de regras para o descarte do material, o transporte, a reciclagem e o acondicionamento, assim como a determinação para que os fabricantes e importadores elaborem um relatório anual, informando em detalhes os procedimentos adotados.
Nas embalagens e manuais das pilhas e baterias, os fabricantes terão que informar sobre a adaptação às
novas regras contidas na norma para o descarte e a reciclagem. O material deve ser descartado em coletas seletivas próprias, que podem ser encontradas em postos de vendas e em fábricas, mas jamais em lixos comuns. No texto publicado hoje há uma ressalva sobre a necessidade de usar símbolos, como o ''x'' sobre
os recipientes de lixo, para evitar o descarte do material nesses locais.
Pela norma, a coleta de pilhas e baterias descartadas deve seguir uma série de regras, como o acondicionamento, a frequência do recolhimento do material, a destinação e as empresas envolvidas. O rigor também existe para o transporte do material, informando sobre os envolvidos no processo e os locais de origem e destino.
As empresas envolvidas na etapa da reciclagem também são submetidas à norma fixada pelo Ibama. Devem ser informados os nomes das empresas fornecedora e responsável pela reciclagem, a destinação, o aterro utilizado pelas companhias e os procedimentos adotados no processo.
A preocupação das autoridades é com as ameaças à saúde e ao meio ambiente causadas pelas substâncias contidas nas baterias e pilhas. Nelas há, por exemplo, mercúrio, cádmio, chumbo, zinco-manganês, acalmo-manganês. Há estudos que mostram que algumas substâncias podem levar à anemia, a problemas neurológicos e ao desenvolvimento de câncer.
No meio ambiente, o descarte das pilhas e baterias pode atingir os lençóis freáticos, o solo e a alimentação. A Norma Instrutiva número 8 está publicada na seção 1, páginas 153 e 154 do Diário Oficial. Edição: Graça Adjuto
Fonte: Agência Brasil - Renata Giraldi
número 8, publicada hoje (4) no Diário Oficial da União.
Pela norma, há uma série de regras para o descarte do material, o transporte, a reciclagem e o acondicionamento, assim como a determinação para que os fabricantes e importadores elaborem um relatório anual, informando em detalhes os procedimentos adotados.
Nas embalagens e manuais das pilhas e baterias, os fabricantes terão que informar sobre a adaptação às
novas regras contidas na norma para o descarte e a reciclagem. O material deve ser descartado em coletas seletivas próprias, que podem ser encontradas em postos de vendas e em fábricas, mas jamais em lixos comuns. No texto publicado hoje há uma ressalva sobre a necessidade de usar símbolos, como o ''x'' sobre
os recipientes de lixo, para evitar o descarte do material nesses locais.
Pela norma, a coleta de pilhas e baterias descartadas deve seguir uma série de regras, como o acondicionamento, a frequência do recolhimento do material, a destinação e as empresas envolvidas. O rigor também existe para o transporte do material, informando sobre os envolvidos no processo e os locais de origem e destino.
As empresas envolvidas na etapa da reciclagem também são submetidas à norma fixada pelo Ibama. Devem ser informados os nomes das empresas fornecedora e responsável pela reciclagem, a destinação, o aterro utilizado pelas companhias e os procedimentos adotados no processo.
A preocupação das autoridades é com as ameaças à saúde e ao meio ambiente causadas pelas substâncias contidas nas baterias e pilhas. Nelas há, por exemplo, mercúrio, cádmio, chumbo, zinco-manganês, acalmo-manganês. Há estudos que mostram que algumas substâncias podem levar à anemia, a problemas neurológicos e ao desenvolvimento de câncer.
No meio ambiente, o descarte das pilhas e baterias pode atingir os lençóis freáticos, o solo e a alimentação. A Norma Instrutiva número 8 está publicada na seção 1, páginas 153 e 154 do Diário Oficial. Edição: Graça Adjuto
Fonte: Agência Brasil - Renata Giraldi
União Europeia completa política que dá fim às lâmpadas incandescentes em residências
A partir deste mês, lâmpadas incandescentes residenciais de 40W e 25W não podem mais serem vendidas ou fabricadas nos países que formam a União Europeia, o que representa o fim desta tecnologia no bloco depois de três anos de medidas progressivas de proibição que já vetavam a comercialização de lâmpadas de 60W e 100W.
A decisão de acabar com as lâmpadas incandescentes é uma política de eficiência energética que promete economizar o uso de 39 terawatt-hora até 2020.
"A política atuou de uma maneira suave. Todas as preocupações sobre a substituição se mostraram infundadas. O preço de novas tecnologias como o LED, por exemplo, vêm caindo a cada dia com o aumento do volume comercializado", afirmou Peter Hunt, da Associação da Indústria de Iluminação Europeia.
De acordo com a Comissão Europeia, a troca de lâmpadas incandescentes por modelos mais modernos pode representar uma economia anual de € 300 para cada residência.
Mas nem todos ficaram satisfeitos com a decisão, apenas no Reino Unido eram vendidas mais de 200 milhões de lâmpadas incandescentes anualmente antes de começarem as medidas de restrição, em 2009.
Por isso, alguns fabricantes já estão aproveitando brechas na legislação para prosseguir comercializando o produto.
O jornal britânico The Telegraph noticiou que pelo menos duas empresas seguem vendendo lâmpadas incandescentes de 40W e 60W, alegando que são para uso industrial e que a lei apenas proíbe lâmpadas residenciais.
Apesar de não poderem ser vendidas em super mercados, por exemplo, as lâmpadas são facilmente encontradas em lojas de materiais de construção e em quase nada são diferentes das "residenciais".
"Estamos vendendo muito bem. Este banimento estúpido não foi bem planejado e é absolutamente ridículo. Para muitas funções apenas as incandescentes podem ser utilizadas, pois as outras tecnologias não aquecem tão rápido, brilham em cores diferentes ou são muito caras", afirmou Ian Fursland, da Lamp Company.
Fonte: Carbono Brasil - Fabiano Ávila
Justiça absolve geólogos presos no Pantanal sob suspeita de crime ambiental
A Justiça Federal de Mato Grosso do Sul determinou a absolvição sumária de seis pesquisadores --três brasileiros e três americanos-- denunciados sob acusação de usurpar o patrimônio da União, crime ambiental e condução de pesquisas sem autorização no Pantanal.
No dia 17 de junho de 2009, cinco deles foram presos pela Polícia Federal quando coletavam amostras de sedimentos minerais depositados no fundo de lagoas da localidade de Baía Vermelha, na região de Corumbá (440 Km de Campo Grande).
Participavam do trabalho de campo os brasileiros Fabrício Aníbal Corradino e Aguinaldo Silva, da Unesp de Rio Claro, e o americanos Mark Andrew Trees, Kelly Michael Wendt e Michael Matthew McGlue, da Universidade do Arizona (EUA). Os estrangeiros ficaram detidos por nove dias na carceragem da Polícia Federal e tiveram seus passaportes retidos por mais de um mês.
O trabalho era coordenado pelo geólogo Mário Luis Assine, da Unesp, que também foi denunciado pelo Ministério Público Federal. À ocasião, em entrevista à Folha, ele admitiu ter havido "falha" na regularização do trabalho dos estrangeiros --que tinham apenas vistos de turista.
"Eles não estavam fazendo nada daquilo que consta no indiciamento. O único problema foi que deveriam ter solicitado uma autorização específica do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]. Como estavam com os brasileiros, que tinham todas as licenças, acreditaram que não haveria problema", afirmou.
O estudo, feito em parceria com a universidade americana, tentava encontrar registros de alterações climáticas ocorridas na região do Pantanal nos últimos 30 mil anos. No material depositado no fundo das lagoas constariam sinais de grandes incêndios, períodos de inundações ou épocas de aridez semelhante à do Nordeste brasileiro.
A absolvição sumária foi decidida com aval da Procuradoria, que havia apresentado a denúncia. Houve mudança de procurador e o novo encarregado entendeu não haver crime na conduta dos denunciados.
Segundo o juiz Douglas Camarinha Gonzales, o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) afirmou que o trabalho realizado não dependia de autorização específica.
"Ora, se a pesquisa realizada pelos acusados independia de autorização, já que de cunho acadêmico-científico, não há que falar em crime de usurpação do patrimônio da União", disse o juiz, na sentença. Fonte: Folha (Rodrigo Vargas)
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