sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Governo e setor produtivo renovam Moratória da Soja

Divulgação
Foto Governo e setor produtivo renovam Moratória da Soja
Áreas desmatadas para o plantio é residual, chegando a menos de meio por cento do total nos principais estados


Paulenir Constâncio 
O plantio de soja deixou de ser um dos vetores do desflorestamento na Amazônia. Comparado ao total, o desmatamento para a cultura do cereal nos últimos quatro anos corresponde a apenas 0,39%, do total de 2,9 milhões de hectares derrubados nos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia, responsáveis por 98% da produção. Os dados são do Instituto de Pesquisas Espaciais e foram divulgados nesta quinta-feira (13/10) em
Brasília.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) garante que não comprará a soja produzida na Amazônia em áreas desmatadas depois de 2006, quando foi firmado o pacto. A Moratória da Soja, assinada há cinco anos pelo Governo e 25 empresas do setor de comercialização do cereal, voltou a ser renovada por mais um ano.
Na safra 2010/2011 foi constatado um aumento de 24% na área desmatada para o plantio da cultura em relação à safra anterior. O estado que mais desmatou para plantar soja foi Mato Grosso, seguido pelo Pará. que não comprará a soja produzida na Amazônia em áreas desmatadas depois de 2006. Na avaliação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o aumento verificado é absolutamente residual e pode estar associado ao período inicial dos debates sobre a reforma do Código Florestal. Segundo ela, a cadeia produtiva da soja está dando uma contribuição relevante para o combate ao desmatamento na Amazônia.

Já o presidente da Abiove, Carlos Lovatelli, acredita que a propostas de reforma do Código aprovada na Câmara dos Deputados fez com que alguns produtores "desavisados" apostassem no desmatamento para produzir, com expectativa de anistia a quem desmatou.

Segundo ele, "é preciso fortalecer o compromisso e criar bases permanentes de governança para garantir o desmatamento zero na cadeia".
Os números foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em reunião do Grupo de Trabalho da Soja, em Brasília. O GTS é formado pelo Governo, signatários da moratória e organizações não-governamentais. Os produtores não assinaram o pacto, que vem excluindo a soja como vetor de desmatamento. O GT já identificou as propriedades onde ocorreram desmatamento para o plantio.
O sistema Prodes, que trabalha com imagens de satélite detectando áreas desmatadas que somadas sejam superiores a 25 hectares, já é capaz de identificar o desmatamento ocorrido após o pacto. Essas informações, apoiadas por levantamentos feitos a partir de sobreovôos nas áreas, permitem que empresas que assinam a moratória recusem a soja com origem em novos desmatamento. Na safra 2009/2010 a área desmatada foi de 6,2 mil hectares contra os 11,7 mil em 2010/2011. Segundo o Inpe, contribuíram para isso a situação favorável do mercado internacional da soja, o aumento da área submetida ao monitoramento e a utilização de áreas desflorestadas a mais de dois anos e só agora ocupadas com o cereal.
ASCOM

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