segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Índice de um mundo mais verde

Foto: Fábio Soldá Barbosa Araujo
O debate sobre o uso consciente dos recursos naturais e uma relação harmônica entre progresso e meio ambiente vem ocupando cada vez mais espaço nas agendas dos líderes mundiais. Com o intuito de avaliar as ações efetivas que vêm sendo implantadas nas principais cidades do mundo, a Siemens patrocinou um estudo realizado pela Economist Intelligence Unit (EIU). O Índice de Cidades Verdes compara as performances em políticas ambientais e proteção climática, avaliando as cidades em oito categorias: energia e CO2, prédios, transporte, lixo, água, saneamento, qualidade do ar e governança ambiental.
Esse estudo engloba Estados Unidos e Canadá, América Latina, Europa, Alemanha e Ásia. Através de uma ferramenta online é possível consultar o desempenho de diversas cidades do mundo. Para isso, basta acessar o site e clicar no continente onde está localizada a cidade que se deseja pesquisar. O resultado geral é apresentado em um ranking dividido em cinco classificações: “bem abaixo da média”, “abaixo da média”, “na média”, “acima da média” e “bem acima da média”.
A análise da América Latina envolveu 17 cidades de oito países, incluindo o Brasil, e pode ser lida em detalhes neste PDF. Belo Horizonte, Bogotá, Brasília, Buenos Aires, Cidade do México, Curitiba, Guadalajara, Lima, Medellín, Monterrey, Montevidéu, Porto Alegre, Puebla, Quito, Rio de Janeiro, Santiago e São Paulo foram analisadas nas oito categorias previstas pelo estudo. Curitiba, no Paraná, foi a cidade com o melhor resultado geral. Entre as cidades brasileiras, apenas Porto Alegre obteve um desempenho “na média”. Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo ficaram “acima da média” e Curitiba foi a única “bem acima da média” entre todas as cidades analisadas na América Latina.
Rio de Janeiro. Foto: Denise Mayumi
Em relação às oito categorias de análise, a pior avaliação de Curitiba foi em uso do solo e prédios, na qual foi considerada “na média”. Destaque para qualidade do ar e resíduos considerados como “bem acima da média”. Rio de Janeiro se destacou em governança ambiental. São Paulo, por sua vez, em energia e CO2. Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre não obtiveram nenhuma nota máxima. Brasília, no entanto, foi a única cidade brasileira com avaliações “bem abaixo da média”, em resíduos e transportes. Um dado curioso é que apesar dos conhecidos problemas de trânsito e poluição atmosférica, tanto Rio de Janeiro quanto São Paulo ficaram “na média” em qualidade do ar.
Os resultados da pesquisa são de grande valor, uma vez que a classificação em cada categoria de análise é feita a partir de uma comparação entre as realidades de cada uma dessas cidades, e não de um ideal abstrato. Nesse sentido, o estudo possibilita não apenas uma melhor compreensão dos desafios dessas cidades em meio ambiente como também promove um intercâmbio de ideias sobre como reduzir o impacto ambiental. O vídeo abaixo, por exemplo, mostra o funcionamento da rede de transportes de Curitiba, um projeto de tráfego bem articulado e funcional que poderia facilmente servir de inspiração para outras cidades brasileiras.

Artigo escrito por Christiane Dias

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