sexta-feira, 14 de outubro de 2011

CPB comemora 10 anos com exposição, seminários e oficina em João Pessoa



                O CPB (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros) realizará, entre este domingo (16) e a próxima sexta-feira (21), no Hotel Ouro Branco, em João Pessoa (PB), evento comemorativo para celebrar seus 10 anos de atividade. Na programação, que atrai ONGs, entidades ambientais e especialistas em primatologia de todo o país, estão previstos seminários, palestras e reuniões estratégicas sobre o atual panorama conservacionista dos primatas do Brasil (campeão mundial em número de espécies do animal, com ocorrências de mais de 130 formas das cerca de 350 espécies existentes no planeta) e a atuação do Centro ao longo de sua primeira década de atividade.
Entre os dias 16 e 17, o CPB irá coordenar, em parceria com a Coordenação Geral de Espécies Ameaçadas do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), a primeira reunião de monitoria referente ao Plano de Ação Nacional (PAN) para Conservação dos Mamíferos da Mata Atlântica Central, que abrange os Estados da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e parte de Minas Gerais e atende a 27 espécies – incluindo 13 primatas – ameaçadas de extinção.
Na reunião, serão apresentados os resultados parciais das ações atribuídas a cada entidade envolvida no Plano, que tem o objetivo de conservar todas as espécies ameaçadas pela interferência humana em sua área de abrangência e conta com participação de órgãos estaduais como o INEA (Instituto Estadual do Ambiente); universidades como Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e UFG (Universidade Federal de Goiás); autarquias federais como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis); e ONGs como IESB (Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia), Instituto Pri-Matas, Associação Pró-Muriqui e AMLD (Associação Mico-Leão-Dourado).
No dia 18, data em que o CPB completa seu décimo aniversário, será promovido um seminário comemorativo sobre as conquistas da entidade ao longo dos últimos 10 anos, com mesas-redondas, palestras sobre estratégias para conservação dos primatas brasileiros e discursos de nomes importantes na história do CPB – como o chefe do Centro, o biólogo e doutorando em Biologia Leandro Jerusalinsky, e o diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, Marcelo Marcelino de Oliveira.
Por fim, entre os dias 19 e 21, ocorrerá a oficina de elaboração do PAN para Conservação dos Primatas do Nordeste, que atenderá a cinco espécies ameaçadas de extinção macaco-prego-galego (Cebus flavius), guariba (Alouatta belzebul), guigó (Callicebus barbarabrownae), guigó-de-coimbra-filho (Callicebus coimbrai) e macaco-prego-do-peito-amarelo (Cebus xanthosternos) – em áreas que englobam os Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
Coordenada por Mônica Montenegro, analista ambiental do ICMBio, membro do setor técnico do CPB e doutoranda em Ecologia Aplicada, a oficina irá identificar os problemas que ameaçam a existência desses primatas e traçar ações conservacionistas para atender-lhes. Junto ao CPB, participam do projeto universidades dos Estados envolvidos, polícias ambientais, órgãos estaduais do meio ambiente, Cetas (Centros de Triagem de Animais Silvestres), CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Funai (Fundação Nacional do Índio), IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), INSA (Instituto Nacional do Semi-Árido), Ministério Público, ONGs ambientais, SZB (Sociedade de Zoológicos do Brasil) e Unidades de Conservação onde ocorrem as espécies contempladas.
O evento comemorativo dos 10 anos do CPB irá abrigar ainda a primeira montagem da exposição itinerante “Primatas Brasileiros: Diversidade, Pesquisa e Conservação”, ostentando banners com dados e imagens sobre a diversidade de primatas no Brasil  e o papel do Centro ao longo da última década no âmbito da conservação desta significativa porção da fauna nacional. A mostra, que deverá passar por ambientes e cenários diversos – como shoppings, universidades e aeroportos –, também irá integrar a programação do XIV Congresso Brasileiro de Primatologia, previsto para entre 12 e 16 de dezembro em Curitiba (PR).

Histórico do CPB
O CPB foi fundado em 2001, na Paraíba, sob o nome de Centro de Proteção de Primatas Brasileiros. Inicialmente a entidade produzia e gerenciava dados sobre os primatas do país para atender ao IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), mas em 2007 passou ao então recém-criado ICMBio, sendo rebatizada e ampliada com novas diretrizes institucionais.
Ao longo de seus 10 anos de atividade, o CPB tem realizado pesquisas científicas para o embasamento técnico sobre as diversas populações de primatas brasileiros e executado ações bem-sucedidas de manejo para a conservação desses animais, especialmente as espécies atualmente ameaçadas de extinção – 26, de acordo com a lista nacional (MMA 2003), e 43, segundo a lista internacional (IUCN 2008).
A sede nacional do CPB está localizada no Centro Histórico de João Pessoa, em prédio tombado pelo Patrimônio da União, e sua equipe é composta por profissionais das áreas de biologia, veterinária, comunicação, administração, informática e geoprocessamento.

Primatas no Brasil
O Brasil é o campeão em espécies de primatas – das cerca de 350 existentes no planeta (com exceção do homem), mais de 130 formas (em 110 espécies de 18 gêneros distribuídos em cinco famílias) são encontradas no país, e ainda há aquelas a serem descobertas pelos pesquisadores (nos últimos 20 anos, por exemplo, mais de 10 novas espécies foram catalogadas em território nacional).
O bioma brasileiro mais rico em espécies de primatas é a Amazônia, onde constituem a maior parte da biomassa de mamíferos que lá habitam. Já a Mata Atlântica é o bioma em que vive a maioria das espécies ameaçadas de extinção, em consequência do alto grau de degradação da área (mais de 90% da mata foi devastado pelo desmatamento).
Outros biomas que servem de hábitat para as populações de primatas brasileiros são a Caatinga, os Campos Sulinos, o Cerrado e o Pantanal.

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