terça-feira, 12 de abril de 2011

Metade das espécies brasileiras ameaçadas está protegida em unidades de conservação

por Agência Brasil
 Shutterstock
Mico-leão-dourado, uma das 627 espécies ameaçadas, mas que está protegida por unidades de conservação. 
Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (11/04) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mostra que metade das 627 espécies brasileiras ameaçadas de extinção vive em unidades de conservação federais, onde estão mais protegidas do risco de desaparecer da natureza.

O estudo intitulado Atlas da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção em Unidades de Conservação Federais detalha quais são e onde estão as 314 espécies encontradas em unidades de conservação (UCs) de todo o país, inclusive no bioma marinho. Entre os animais ameaçados encontrados nas áreas de conservação, estão o peixe-boi-da-amazônia, a onça-pintada, o mico-leão-dourado e a arara-azul-de-lear, símbolos da fauna brasileira ameaçada.

Apesar da proteção de espécies emblemáticas, ainda não se sabe se a outra metade da lista de animais ameaçados está em territórios protegidos. A maioria dos animais com risco de extinção registrados nas UCs são aves e mamíferos, que, segundo o coordenador geral de espécies ameaçadas do ICMBio, Ugo Vercillo, são mais fáceis de identificar. “Peixes e invertebrados são mais difíceis de serem encontrados”, disse.

A meta brasileira, assumida diante da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, é garantir que 100% dos animais ameaçados tenham exemplares em territórios protegidos. “O primeiro passo para conservar é saber onde elas estão, procurar cada espécie”, avalia Vercillo.

O bioma com maior número de registros de animais ameaçados encontrados em UCs é a Mata Atlântica, onde parques nacionais, estações ecológicas e outras unidades abrigam 168 espécies ameaçadas de extinção. Na Caatinga, das 43 espécies ameaçadas de extinção no bioma, 41 estão em unidades de conservação.

O presidente do ICMBio, Rômullo Melo, disse que o levantamento pode orientar a gestão das unidades espalhadas pelo país e ajudar a identificar lacunas de preservação. “O atlas fez o cruzamento para saber que unidades de conservação protegem cada espécie ameaçada. Vai ser um instrumento importante para orientar a definição de áreas prioritárias para ampliação e criação de novas unidades de conservação”.

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