segunda-feira, 25 de abril de 2011

Espécies animais e vegetais

 

A mesma árvore que deu nome ao País, o pau-brasil (Caesalpinia echinata), nativo da Mata Atlântica, quase desapareceu das matas nativas devido à exploração extrema para uso como corante e na construção de navios.

A Mata Atlântica abriga quase 40% das espécies de bichos e plantas existentes no Brasil. Alguns pesquisadores apontam a existência de 25 mil espécies de plantas no bioma, enquanto 3 mil espécies animais já foram catalogadas na faixa que vai do Piauí ao Rio Grande do Sul.
Como os cenários desta mata são extremamente variados, as espécies da fauna e flora também o são, porque variam de acordo com o ambiente em que vivem. A floresta ocupa o primeiro lugar na diversidade de árvores no mundo, com o registro de 454 espécies num único hectare do Parque Estadual da Serra do Conduru (BA).

Os 7,3% da cobertura original da Mata Atlântica acompanhados da grande quantidade de espécies endêmicas (exclusivas de uma única região) fazem com que 633 espécies estejam ameaçadas de extinção. Outras já são consideradas extintas como a arara-azul pequena (Anodorhynchus Glaucus), uma espécie de libélula (Mecistogaster Pronoti) e de perereca (Phrynomedusa Fimbriata).

Endemismo é um dos principais critérios para se eleger um hotspot - conceito que identifica as regiões mais ricas e ameaçadas do planeta -, pois quanto mais restrita a um ecossistema específico mais vulnerável à extinção é a espécie. Entre os cinco primeiros hotspots mundiais, a Mata Atlântica é a campeã de diversidade biológica e sujeita a uma série de pressões e intervenções humanas sobre os últimos remanescentes.

Muitos animais símbolo do país, como o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e o macaco mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides), o maior primata do continente americano, são endêmicos, só restritos a esse tipo de floresta tropical.

Como a biodiversidade é pouco conhecida no Brasil, muitas espécies podem ter sido extintas antes mesmo de serem catalogadas pelos cientistas. Outras espécies, ao serem identificadas, entram logo para a lista das ameaçadas de extinção, como o mico-leão-da-cara-preta (Leontopithecus caissara) e o pássaro bicudinho-do-brejo (Stytalopus acutirostris), os dois recentemente encontrados no litoral paranaense. A preservação da Mata Atlântica é, portanto, fundamental para que essa riqueza de vida não seja completamente riscada do mapa.

Entre as atividades econômicas de maior impacto para a Mata Atlântica estão a exploração de madeira, cultivo de fumo e agricultura insustentável. Assentamentos rurais e especulação imobiliária também impactam diretamente a mata e ecossistemas associados, como a restinga, muito devastada pela urbanização; exploração de espécies ameaçadas, mineração, plantio de exóticas que prejudicam as nativas, seja pela destruição de seu próprio hábitat seja pela soltura mal feita de animais apreendidos, além do tráfico de animais silvestres, que tem nas espécies da Mata Atlântica algumas das maiores vítimas mundiais, constituem as ameaças finais aos 7,3% de remanescentes da floresta.


O que é um hotspot
O conceito de Hotspot foi criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers para resolver um dos maiores dilemas dos conservacionistas: quais as áreas mais importantes para preservar a biodiversidade na Terra?

Ao observar que a biodiversidade não está igualmente distribuída no planeta, Myers procurou identificar quais regiões concentravam os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações de conservação seriam mais urgentes. Ele chamou essas regiões de Hotspots.

Hotspot é, portanto, toda área prioritária para conservação, isto é, de alta biodiversidade e ameaçada no mais alto grau. É considerada Hotspot uma área com pelo menos 1, 5 mil espécies endêmicas de plantas e que tenha perdido mais de 3/4 de sua vegetação original.

A Mata Atlântica é um dos hotspots mundiais, junto com a Ilha de Madagascar, as montanhas do sudoeste da China ou a floresta de Guiné no oeste da África. Já a Amazônia e o Pantanal não, porque não perderam mais de 3/4 de sua vegetação original.

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