terça-feira, 26 de abril de 2011

Pesquisa compara capacidade de aves de identificar ovo impostor

O hábito do pássaro tecelão-parasita pôr ovos no ninho de outras aves provoca uma corrida armamentista. Essa espécie encontra formas aprimoradas de imitar os ovos do hospedeiro e este, em contrapartida, responde com novos métodos para distinguir os do tecelão-parasita dos seus.Os pássaros hospedeiros usam duas técnicas: aprimoram a capacidade de reconhecer ovos estranhos usando a visão ou variam a cor dos próprios ovos para ficar mais difícil para o tecelão-parasita imitá-los.
Cientistas liderados pela pesquisadora Claire N. Spottiswoode, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), colocaram ovos estranhos em ninhos de três espécies aparentadas à ave toutinegra na região sul da Zâmbia. Depois, eles verificaram se os pássaros sabiam identificar um impostor.
A prínia-de-flancos-castanhos se saiu muito mal ao diferenciar um ovo estranho de aparência similar aos seus usando a visão. Mas os ovos da prínia têm diversas cores e uma ampla variedade de padrões, e eles confiam nessa capacidade para impedir que o ovo de um tecelão-parasita fique idêntico aos deles.
A fuinha-de-faces-vermelhas, por sua vez, era muito boa em identificar um ovo estranho só de ver, embora seus ovos sejam os que menos variam na aparência.
A terceira espécie, a fuinha-chocalheira, ficou entre as duas na capacidade de diferenciar e na variação da cor dos ovos. O tecelão-parasita nunca põe ovos em ninhos de fuinha-chocalheira, sugerindo que é dela a estratégia mais bem-sucedida de todas.
No relatório publicado em "The Proceedings of the Royal Society B", Spottiswoode traçou um paralelo entre os pássaros e humanos.
"A diversidade espetacular dos ovos da prínia-de-flancos-castanhos evoluiu da mesma forma que nosso sistema imunológico evolui em resposta a patógenos. Quanto mais diversos forem os genes de resistência a doenças, melhores são as chances de escapar às suscetibilidades de uma doença", diz ela.

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