quinta-feira, 28 de abril de 2011

Comissão de Meio Ambiente debaterá conservação da Caatinga

por Agência Câmara
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Arara Azul de Lear, uma das 510 espécies de aves que vivem na Caatinga.
 
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Câmara dos Deputados, realiza nesta quinta-feira (28/04) uma audiência pública para discutir a situação atual de conservação da Caatinga e seu uso sustentável.

O debate, sugerido pelo presidente da comissão, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), ocorrerá no Dia Nacional da Caatinga. A audiência vai discutir formas de combate ao desmatamento e de obtenção de recursos para preservação ambiental.

Bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga ocupa cerca de 11% do território do país. São cerca de 850 mil quilômetros quadrados que abrangem Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais, e constitui o principal ecossistema do Nordeste, com 932 espécies de plantas, 148 de mamíferos e 510 de aves. “São plantas e animais adaptados à falta de água característica da região e às altas temperaturas”, explica a pesquisadora Lúcia Kill, da Embrapa Semiárido.

Apesar de ocupada há séculos pelo homem, a Caatinga ainda não foi devidamente estudada, sendo um bioma bastante suscetível à ação humana. Segundo dados de 2008 do Ministério do Meio Ambiente, 45% do território estão desmatados. Um dos motivos é a extração ilegal de madeira para geração de energia, além do extrativismo mineral, a agricultura praticada de forma errônea e a pecuária.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), Hélio Gurgel Cavalcanti, a população da região é a grande prejudicada pela degradação do bioma, pois precisa da biodiversidade para se sustentar. “A escassez de recursos naturais gera um êxodo rural. As pessoas migram em busca de oportunidades de trabalho e de recursos hídricos. É preciso criar condições para que a população permaneça na região, incentivando o extrativismo e o manejo sustentáveis”, afirma Cavalcanti. Para ele, investimentos em educação ambiental são fundamentais para mudar a situação.

Segundo Lúcia Kill, o combate à desertificação da Caatinga não passa por uma única ação. A pesquisadora sugere o fortalecimento da assistência técnica aos produtores e a valorização das espécies locais, além da criação de mais unidades de conservação na Caatinga.

Para o coordenador do Núcleo Bioma Caatinga do Ministério do Meio Ambiente, João Arthur Seyffarth, a Câmara pode contribuir para a recuperação da Caatinga, com a liberação de emendas parlamentares e a aprovação de uma política de combate à desertificação e também do pagamento de serviços ambientais prestados por produtores.

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