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De acordo com o engenheiro Luis Gustavo, consultor responsável pela elaboração do Plano, esse problema de quase intermitência do rio acaba influenciando toda atividade que pode ser realizada a partir das águas do São Valério. É o caso da captação de água para o abastecimento humano que no período da chuva é feita no Córrego Montes Claros, um afluente do rio, e no período da estiagem é feito por meio de três poços artesianos.
Situação semelhante ocorre com as atividades produtivas. “Para a pecuária, os produtores fazem barramentos para manter o gado vivo”, citou Gustavo, enfatizando que houve anos em que a estiagem foi tão forte que moradores e chacareiros recorreram ao uso de caminhão pipa, pagos pelo Governo do Estado, para que, pelo menos, o uso básico da água fosse garantido. Ainda assim, em 2010, a Defesa Civil decretou estado de alerta e recomendou o racionamento de água no município.
Cenário promissor
Segundo o superintendente de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos da Semades, Aldo Azevedo, a aplicação do Plano da Bacia do Rio São Valério pode modificar todo esse cenário, já que está prevista a construção de dois grandes reservatórios que podem regularizar a vazão do rio e proporcionar água durante todo o ano.
Azevedo explica que os dois reservatórios juntos gerariam uma vazão de mais de 2.000 L/s, muito superior a atual demanda para abastecimento humano no município, que é de 11,06 L/s. “Isso abre espaço para outras atividades produtivas como a agricultura irrigada e até para a geração de energia”, ressaltou.
Mais projetos
Além da previsão dos dois reservatórios, foram entregues mais quatro projetos para impulsionar o desenvolvimento da cidade a partir de um melhor uso do Rio São Valério. São eles: sistema de esgoto sanitário, monitoramento quali-quantitativo da bacia do Rio São Valério e seus afluentes, campanha para o uso consciente da água e um projeto de regularização dos usos da água para emissão de outorga.
O secretário de Administração do município, Efésio Ribeiro, esteve no evento representando o poder público, e considerou a entrega do Plano e dos projetos um marco para a cidade. “Estamos satisfeitos porque temos uma opção de contornar a estiagem e o Plano nos mostrou isso. Agora vamos buscar recursos para executar os projetos entregues e garantir o desenvolvimento da nossa cidade”, finalizou.
A execução dos cinco projetos tem custo global em torno de R$ 31,8 milhões. Para Azevedo, emendas parlamentares e programas do Governo Federal são fontes potenciais para aquisição dos recursos necessários para a implementação do Plano. “70% do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento) é para saneamento básico. É hora da prefeitura se organizar para tentar emplacar esses projetos”, frisou.
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