quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Fiep participa de etapa regional para a Rio + 20


Evento realizado em Foz do Iguaçu levantou propostas que serão levadas à conferência internacional no Rio de Janeiro no ano que vem


Um equilíbrio delicado entre o desenvolvimento econômico, a inclusão social e o respeito pelo meio ambiente. É sobre este tripé que se desenvolvem as propostas que irão balizar a criação e uma “economia verde”, discutidas na última sexta-feira (23), em Foz do Iguaçu, durante o Seminário de Economia Verde e Inclusiva da Região Sul, etapa regional dos Diálogos Nacionais: Rumo à Rio+20, iniciativa que tem como objetivo mapear as propostas de todo o Brasil e elencar aquelas que serão levadas à conferência mundial que será realizada no Rio de Janeiro em 2012.
“O grande diferencial desses eventos é a participação maciça da sociedade civil organizada na construção desta agenda para a Rio + 20”, afirmou o gerente de fomento e desenvolvimento da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Gustavo Fanaya, que representou a entidade no evento em Foz do Iguaçu. Na sua avaliação, um dos pontos fortes do seminário foi a elaboração de propostas concretas, que partiram de uma base conceitual já estabelecida. “Foi o momento de transformar o discurso em propostas concretas.”, observou.
No que se refere ao novo modelo econômico buscado pelos especialistas, Fanaya ressaltou que não existe solução mágica, nem soluções isoladas para esta questão. “É preciso coordenar as ferramentas de cada área para que atuem em sintonia.”, afirmou, referindo-se aos órgãos de governo, às instituições privadas e aos consumidores.  “Temos que buscar um modelo de transição gradual com menos impacto ambiental, valorizando o fator social e sem ameaçar a questão econômica.”, disse.
Para o setor industrial, uma das propostas apresentadas durante o Grupo de Trabalho “Área de serviços e indústria: Grandes, médias e pequenas empresas” apontou a tributação como ferramenta para indução de um processo econômico mais sustentável. Através dela seria possível, por exemplo, aumentar a carga tributária das empresas que poluem mais e com este diferencial na arrecadação subsidiar empresas que poluem menos.
Esta proposta ganha força quando se verifica que as empresas que têm menor impacto ambiental e social são justamente aquelas que produzem em menor escala e são mais frágeis economicamente. “Os produtos sustentáveis são feitos em pequena escala, por isso são mais caros. O governo poderia dar subsídios para que estes produtos sejam competitivos, estimulando as empresas a migrar para uma economia mais verde.”, avaliou Fanaya.
Outro ponto desta proposta é valorizar produtos fabricados na região. Desta forma, ganha o meio ambiente que é poupado da poluição decorrente do transporte das mercadorias. Hoje a disparidade entre os benefícios tributários praticados por diferentes Estados da federação, a chamada “guerra fiscal”, faz com que um produto de um Estado, como o Pará, por exemplo, torne-se mais competitivo do que seus similares do Paraná, a três mil quilômetros de distância.

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