segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Área de Preservação sofre com o descarte de material inservível

Área no Jardim Figueira está repleta de lixo e material da construção civil, oferecendo riscos à biodiversidade
Área no Jardim Figueira está repleta de lixo e material da construção civil, oferecendo riscos à biodiversidade

Adriel Arvolea

Materiais da construção civil, móveis, roupas e lixo compõem um cenário nada agradável no Jardim Figueira. Na altura da Rua 30, o avanço da urbanização ameaça uma Área de Preservação Permanente (AAP) com o despejo de resíduos sólidos.

Segundo consta, populares e empresas que operam o serviço de cata-entulho no município são os responsáveis pelo descarte de inservíveis. “É um risco ao meio ambiente e à saúde pública, pois torna-se um lixão a céu aberto em frente às nossas casas. Principalmente, a causadora de tudo isso é a falta de respeito e educação ambiental de alguns”, comentam moradores, que preferem não se identificar.

Na área atingida, há um curso d’água que se confunde em meio a carrocerias de caminhão, tijolos e madeiras. Parte da mata ciliar às suas margens já não existe em decorrência do desmatamento e, mediante sinais, de queimada urbana. Processos erosivos, também, avançam no entorno, aumentando os danos ao solo e os riscos de assoreamento do córrego, que deságua no Rio Corumbataí.

De acordo com o Código Florestal Brasileiro, APPs são áreas “(...) cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”.

No entanto, a realidade constatada no Jardim Figueira preocupa e gera reclamações por parte da comunidade. “A prefeitura deveria agir com mais rigor nesse caso, seja conscientizando ou autuando os infratores, pois o que fazem é caracterizado como crime ambiental”, argumenta um morador.

Em nota, a Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Sepladema), por meio da Assessoria Municipal de Imprensa, esclarece que está ciente do problema, que inclusive uma empresa do setor de cata-entulho já foi multada pela Polícia Ambiental em razão disso.

A prefeitura tem interesse em identificar o responsável e puni-lo, mas não tem como manter uma equipe de tocaia naquela área. “Portanto, a população pode colaborar muito, denunciando a irregularidade pelo telefone 3522-2981 na hora em que o pessoal está agindo, permitindo que a fiscalização possa chegar ao local a tempo e tomar as providências cabíveis, autuando o infrator”, explica. O denunciante pode, também, anotar a placa do veículo e, se tiver como, fazer uma foto do veículo que está sendo usado.

Mensalmente, o município produz cerca de cinco mil toneladas de lixo. Desses detritos, cujo destino é o aterro sanitário próximo ao Distrito de Assistência, 66% são coletados das residências. O restante é retirado de depósitos clandestinos, galerias pluviais e das vias públicas. Consequentemente, é necessário o empenho da população para se preservar o meio ambiente.

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