As aranhas são predadores: caçar e matar são suas especialidades. No mundo dos insetos, as aranhas são animais muito temidos, como equivalentes reduzidos de lobos, leões ou tubarões.
Imagem cedida por Ed Nieuwenhuys Uma aranha de teia orbicular se alimentando de uma mosca |
Aranhas diferentes utilizam estratégias de caça diferentes. Como vimos na seção anterior, algumas espécies constroem teias intrincadas para capturar insetos que passam. Outras aranhas, como as diversas aranhas lobo, procuram suas presas pelo chão. As aranhas que colocam armadilhas cavam buracos, os cobrem com terra e seda e ficam esperando a presa passar. De maneira parecida, algumas aranhas se escondem dentro de flores para capturar de surpresa insetos que vêm se alimentar.
Imagem cedida por Ed Nieuwenhuys |
Imagem cedida por Ed Nieuwenhuys Dois exemplos de aranhas caranguejeira se camuflando para capturar insetos desprevenidos: Misumena vatia, a aranha amarela acima, pode mudar sua coloração em alguns dias para se igualar a flores e outros ambientes |
Seja qual for sua estratégia de caça, a vasta maioria das aranhas segue os mesmos procedimentos básicos de matar e se alimentar. A principal arma das aranhas são suas quelíceras, um par de mandíbulas na parte da frente da boca. Cada mandíbula tem duas partes principais: o segmento basal, a parte principal da mandíbula, e a afiada presa guardada dentro dela.
Normalmente, a presa fica retraída dentro do segmento basal. Quando a aranha captura uma vítima, ela mexe as presas para fora e para dentro do corpo do animal. As presas funcionam como se fossem agulhas hipodérmicas. Elas têm um pequeno furo na ponta e um canal oco por dentro. O canal leva até a glândula de veneno, seja dentro do segmento basal ou na parte de trás do cefalotórax. Quando a aranha fura a vítima, espreme o veneno, injetando no animal neurotoxina suficiente pra paralisá-lo ou matá-lo. Isso faz com que seja seguro para a aranha alimentar-se de sua vítima, sem o risco de uma luta.
Na sub-ordem migalomorfa das aranhas, que inclui as diversas tarântulas, as quelíceras são posicionadas de de forma que as presas se movam para a frente em direção à vitima como um machado. Na sub-ordem das araneomorfas, as quelíceras se movem em direção uma da outra como uma pinça. Para o sistema da migalomorfa funcionar de maneira eficiente, a presa tem que estar no chão e em uma superfície sólida - a aranha prende a caça entre as presas e outro objeto. Já o sistema da araneomorfa funciona em qualquer ambiente, pois as quelíceras apenas se fecham, uma de encontro à outra.
Imagem cedida por Steve Clark |
Imagem cedida por Steve Clark Aranhas caçadoras, liquefazendo e alimentando-se de sua presa |
Depois de paralisar a presa, algumas aranhas podem embrulhá-la em seda para tornar mais fácil seu transporte até o ninho. Algumas espécies cobrem a presa com seda antes de injetar o veneno, tornando mais fácil o ataque. Uma aranha fêmea pode carregar uma pressa embrulhada para seus filhotes e um macho pode trazer uma para a fêmea como um presente para cortejá-la.
A maioria das aranhas não come suas presas inteiras; ao invés disso, elas expelem enzimas digestivas no animal ou dentro dele para liquefazê-lo. Algumas aranhas usam suas presas para injetar um fluido digestivo diretamente dentro do animal. Esse tipo de aranha liquefaz o interior do animal, deixando o exoesqueleto mais ou menos intacto. Em seguida, ela suga os restos liquefeitos para o estômago através de pêlos nas quelíceras e na boca, que funciona como um filtro. Outras espécies mastigam suas presas com "dentes" serrilhados nas quelíceras, antes de vomitar fluidos digestivos no corpo do animal e sugar os restos liquefeitos.
Na América do Norte, as aranhas perigosas mais famosas são a viúva negra e a reclusa marrom. Ambas podem matar, mas o perigo é menor para adultos saudáveis. As duas aranhas são reclusas por natureza e só atacam quando se sentem ameaçadas. Acesse este site (em inglês) para maiores informações sobre aranhas perigosas. |
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