quarta-feira, 23 de março de 2011

Guia mostra aves do Pantanal e do Cerrado

Um total de 740 espécies de aves que podem ser vistas em dois biomas brasileiros estão no guia Aves do Brasil: Pantanal & Cerrado. Entre elas estão a arara-azul-grande, o corujão-orelhudo, o tiê-bicudo e o periquito-rei.
Divulgação
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Arara-azul-grande é o xodó da autora Martha Argel

A intenção dos autores é, além de auxiliar os observadores de aves, que o livro seja uma ferramenta de conservação. "As aves são uma porta de entrada para a natureza", diz a ornitóloga Martha Argel, uma das autoras.
Apesar de o Brasil ser o segundo em número de espécies de aves do mundo, a quantidade de guias sobre o tema é inferior a de outros países ricos em biodiversidade. "Mas a observação de aves como passatempo no País cresceu muito. Há cinco anos quase não se falava em observação," diz.
Segundo Martha, escolheu-se falar do Pantanal primeiro porque é um dos maiores destinos de ecoturismo no País. O Cerrado é um bioma que tem sofrido muito com o desmatamento. "A ideia é contemplar todas as regiões do Brasil, talvez em cinco edições", conta. O próximo será sobre as aves da Mata Atlântica. Os xodós da ornitóloga na região abordada agora são a arara-azul-grande, que ilustra a capa do livro, o tucanuçu e o tuiuiú.
Exemplos. A arara-azul-grande é descrita no livro como "espetacular, o maior psitacídeo do mundo". O avanço da agropecuária fez a população dessa espécie cair bastante ou sumir em boa parte da distribuição original, explica o guia. No Pantanal, a captura para tráfico afetou a espécie, mas agora a população "parece estar estável ou mesmo aumentando".
O tucanuçu é caracterizado como "o maior dos tucanos". "Costuma pousar em galhos secos, quase como se quisesse chamar a atenção para seu bico fora do comum", diz o guia. O bico é muito longo, amarelo e laranja - com uma "gota" de preto na ponta. E o tuiuiú, considerado a ave-símbolo tanto de Mato Grosso quanto de Mato Grosso do Sul, é descrito como uma "cegonha enorme com bico volumoso voltado para cima", comum em brejos e margens de lagoas.
Para facilitar o reconhecimento das espécies, o guia traz ilustrações de diversos autores (um deles, Guy Tudor, é também coautor do livro).
Inspirador. A ideia de fazer o guia foi do biólogo Márcio Ayres, que idealizou a criação das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, na Amazônia, e morreu em 2003.
De acordo com os autores, "poucas pessoas no mundo foram responsáveis pela proteção de tantas áreas significativas como Márcio". E soube reconhecer a necessidade de aproximar a população brasileira da belíssima fauna de aves do País.
"Ele nos pediu que criássemos um guia de campo simples de usar e com preço acessível, que trouxesse informações sobre as espécies e fosse capaz de inspirar, na próxima geração de brasileiros, o amor pela natureza e o interesse pela conservação".
O lançamento pela Wildlife Conservation Society (WCS) e Editora Horizonte será na próxima quinta-feira, na livraria Fnac de Pinheiros, às 19 horas. O preço sugerido do guia é de R$ 44 (possível graças a doações feitas à WCS). A obra também foi lançada nos EUA, em inglês.

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