domingo, 27 de março de 2011

Vale deve substituir Bertin em projeto de Belo Monte

 
A Vale deve anunciar nos próximos dias a sua entrada no projeto da hidrelétrica de Belo Monte como autoprodutor, com 9% do empreendimento. Substituirá a Gaia, do grupo Bertin, que deixa o negócio. A participação da mineradora, que corresponderá a cerca de R$ 2,3 bilhões, será uma espécie de resposta do presidente da empresa, Roger Agnelli, ao processo de “fritura” que vem sofrendo, com a pressão do governo por uma sucessão no comando da Vale.

Segundo fontes, o compromisso teria sido selado nesta quinta-feira (24/03), em uma reunião na sede da empresa, no
Rio, entre Agnelli e representantes do consórcio Norte Energia, responsável pelo projeto. A obra deve contar com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de, pelo menos, R$ 19,6 bilhões.

A hidrelétrica de Belo Monte é obra prioritária do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a saída do grupo Bertin, anunciada em fevereiro, por falta de fôlego financeiro para acompanhar o investimento, representou um baque significativo no projeto. Belo Monte, que será construída no Rio Xingu, está orçada em torno de R$ 25 bilhões e este mês o consórcio Norte Energia obteve autorização para começar a montar o canteiro de obras.

O projeto tem, necessariamente, de ser integrado por autoprodutores (que participam da obra para obter energia para seus próprios
investimentos), com uma parcela de 10%. A entrada isolada da Vale ocorre num momento em que Roger Agnelli sofre forte pressão em torno da sua permanência no cargo. O mandato do executivo, que termina em abril, teve um termo aditivo assinado no ano passado, estendendo o período até o fim de 2012. Mas os acionistas (Previ, Bradespar, BNDESPar e Mitsui) estariam dispostos a cumprir as cláusulas indenizatórias para efetivar a substituição.

Globo Rural

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