segunda-feira, 28 de março de 2011

Coletiva Sobre Belo Monte


James Cameron e Cacique Raoni Txucarramãe em discussão
A hidrelétrica de Belo Monte foi tema em coletiva extraordinária, realizada no segundo dia do Fórum Mundial de Sustentabilidade. James Cameron,  cineasta de Titanic e Avatar, afirmou que o grande problema é que não há transparência ou inclusão no projeto. “O que está em questão aqui são os direitos humanos” afirmou.
Ao seu lado, o cacique Raoni Txucarramãe, da liderança Kayapó, fez um discurso na língua original do povo. Auxiliado por Terry Turner, antropólogo que lhe serviu de tradutor, fez uma contundente crítica à hidrelétrica. “O governo nunca falou conosco. Só quem tem dinheiro tem acesso aos ouvidos do governo” disse o cacique.
Afirmou ainda que, se a barragem for construída, as plantações com as quais alimentam sua crianças serão alagadas. "Nós sentimos sobretudo que o governo tem uma grande falta de compaixão. Estão querendo construir a despeito do sofrimento que sabem que estas coisas vão causar”, enfatizou o cacique em seu discurso.
O cacique também falou do batismo de James Cameron em sua tribo, onde é agora recebido como amigo. O nome kayapó dado ao cineasta foi Kapremp-Ti. Kapremp é o nome dado à força coletiva da natureza, e Ti funciona como um aumentativo. Kapremp-Ti seria, portanto, Grande Força da Natureza.
Já Sheyla Juruna, da liderança Jununa, discursou em português, mas suas críticas foram igualmente severas: "O governo Lula vem pregando uma mentira. Nosso povo nunca foi ouvido. Não tem diálogo e nós estamos cansados de gritar. Por que não nos escutam para que possam desenvolver alternativas mais válidas?” questionou.
As obras da hidrelétrica deverão prejudicar mais de 8 mil pessoas, entre povo indígenas e populações ribeirinhas.

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