quarta-feira, 2 de março de 2011

Aranhas ( Introdução )

Introdução




Amando-as ou odiando-as, você precisa admitir que as aranhas são animais impressionantes e bem equipados. Elas possuem um conjunto de sensores de primeira linha, ferramentas de contrução internas, uma armadura muito forte e um sistema altamente eficiente de injeção de veneno. Quantas criaturas podem contar com tudo isso?

aranha lince
Imagem cedida por Steve Clark
Uma aranha lince no deserto australiano

Esse tipo de adaptação fez das aranhas um dos predadores de maior sucesso da história. Nos seus 400 milhões de anos de existência, elas se espalharam por todos os continentes e dominaram quase todos os ambientes da Terra. Atualmente, existem cerca de 40 mil espécies de aranhas conhecidas e milhares que ainda não foram descobertas. Isso é impressionante se levarmos em conta que existem apenas cerca de 4 mil espécies diferentes de mamíferos.
Nesse artigo descobriremos como esses animais únicos tecem teias, atacam presas e andam pelas paredes. Veremos também algumas espécies particularmente interessantes, incluindo aranhas que nadam, outras que pulam de galho em galho e as que podem matar uma pessoa.
Conceitos básicos das aranhas
As aranhas se parecem muito com os insetos, mas, na verdade, são parte de uma classe completamente diferente. As aranhas fazem parte da classe Arachnida e representam dentro dela a ordem Araneae; esta ordem divide espaço com outras as quais são representadas por ácaros, carrapatos e escorpiões.


Enquanto as aranhas variam de tamanho, forma e comportamento, praticamente todas as espécies compartilham um conjunto básico de características:
  • elas têm oito pernas, feitas de sete segmentos cada;
  • alimentam-se principalmente de insetos;
  • podem injetar veneno na presa;
  • são capazes de produzir seda;
  • têm um par de pequenos apêndices na cabeça chamados pedipalpos;
  • seus corpos são divididos em duas seções, o cefalotórax e o abdômen, unidos pelo pedicelo. O cefalotórax, a fusão da cabeça com o tórax (em inglês), distingue aranhas de insetos, que têm cabeça, tórax e abdômen separados.
As aranhas têm os mesmos sistemas corporais básicos que os humanos, mas eles não funcionam do mesmo jeito e são dispostos de maneira diferente. O cefalotórax contém o cérebro, estômago, olhos e boca e o abdômen contém o coração, canal alimentar, órgãos reprodutores e pulmões.

sistemas corporais da aranha
Imagem cedida por Ed Nieuwenhuys

As aranhas possuem dois tipos diferentes de sistema respiratório: traquéia e pulmões folhosos. A maioria das espécies possuem ambos, mas algumas têm um ou outro. Comparados aos pulmões humanos, esses sistemas respiratórios são incrivelmente simples. A traquéia é formada por tubos longos que correm pelo corpo através de uma fenda no exoesqueleto. O ar entra, o oxigênio se difunde (em inglês) pelo sangue e o dióxido de carbono se difunde no ar. O movimento normal da aranha fornece toda a energia necessária para movimentar o ar para dentro e para fora. Os pulmões folhosos são uma série de estruturas muito finas, parecidas com folhas (como as páginas de um livro). O interior de cada folha é preenchido com sangue e o exterior é exposto ao ar. Como na traquéia, os pulmões folhosos trocam oxigênio e dióxido de carbono através da difusão.
No sangue da aranha, chamado hemolinfa, circula oxigênio, nutrientes e hormônios para diferentes órgãos do corpo. Diferente dos humanos, as aranhas têm um sistema circulatório aberto. O coração da aranha é um tubo cercado por um músculo, com uma válvula de mão única em cada extremidade. Ele bombeia o sangue para dentro da cavidade corpórea ao redor de todos os órgãos, que recebem o oxigênio; estes órgãos recebem oxigênio porque estão preenchidos de sangue.
Uma das coisas mais espantosas nas aranhas é o quanto elas conseguem fazer com um cérebro tão pequeno. O sistema nervoso central das aranhas é composto por dois gânglios relativamente simples ou grupos de células nervosas, ligados a nervos que revestem os diversos músculos e sistemas sensoriais. As instruções simples, codificadas nessas células nervosas, dão às aranhas toda a informação que elas precisam para realizar tarefas complexas, como construir teias e atacar presas. Algumas espécies ainda demonstram um comportamento de aprendizado. Se algo não funciona, como por exemplo, uma teia em um determinado lugar, a aranha abandona aquela atividade e tenta algo novo.

pêlos de aranha no microscópio
Imagem cedida por MicroAngela
Imagem de um pêlo sensível de aranha em um microscópio de varredura
Embora a maioria das aranhas tenha múltiplos pares de olhos, a visão é um sentido secundário na vasta maioria das espécies. Muitas delas interagem com o mundo principalmente através de sensações táteis. Elas são cobertas com pêlos de alta sensibilidade, que captam até as menores vibrações de onde quer que estejam, no chão, em uma folha ou teia, por exemplo. Muitas aranhas têm pêlos adicionais, chamados tricobótrios, que captam vibrações no ar (som). A maioria delas também tem sensações de paladar e olfato, que cumprem seu papel na alimentação e reprodução.
Muitas aranhas possuem adaptações especiais que lhes permitem andar facilmente por superfícies relativamente lisas e verticais. A extremidade de cada perna é coberta com tufos grossos de pêlos e a ponta de cada pêlo é coberta com "pés" microscópicos. Esses pequenos pés agarram as pequenas saliências de onde quer que a aranha esteja, fazendo com que ela se mova facilmente em quase todos os terrenos, a superfície lisa das banheiras é uma notável exceção para muitas espécies.

os pêlos das aranhas
As aranhas têm grossos tufos de pêlos, cada um terminando em pés microscópios que permitem que elas andem em superfícies verticais
Tarântulas
Para muitos aracnofóbicos, as tarântulas grandes e peludas são as piores. Mas, na verdade, as tarântulas - um termo generalizado para aranhas grandes e peludas, na sub-ordem Mygalomorpha - são relativamente inofensivas aos humanos. A maioria passa o tempo em arbustos ou buracos, esperando que o alimento passe por ela. Elas não tecem teias e não são venenosas para os humanos. No entanto, suas presas podem perfurar a pele e algumas espécies podem lançar pêlos pontiagudos das costas.

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