Risco de surto de dengue leva técnicos do Ministério da Saúde a Londrina

O coordenador do Programa Nacional de Combate à Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, vai a Londrina nesta semana para revisar o plano de contingência dos governos municipal e estadual para enfrentar a dengue. A visita de Coelho foi confirmada sexta-feira, pela assessoria de imprensa do ministério. Ele vai à cidade pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e será acompanhado por um técnico da Secretaria de Assistência em Saúde (SAS). Os dois chegam a Londrina na segunda-feira (28) à noite, passam a terça-feira levantando informações e voltam para Brasília no dia seguinte. “A ideia é avaliar a situação e como o município está se preparando para enfrentar os casos e evitar agravamento da doença”, informou a assessoria de imprensa do ministério.

Londrina responde por quase a metade dos casos de dengue do Paraná. Os números mais recentes apontam 1.383 casos em todo o Estado, sendo que 638 foram registrados em Londrina. Na semana passada, um técnico do Ministério da Saúde elaborou um relatório sobre a situação da doença em Londrina e as condições do poder público para enfrentar a questão. Ele veio à cidade para ministrar um curso a pedido da Secretaria Estadual de Saúde e a pedido de Coelho, fez um levantamento sobre a situação na cidade.

Correções já foram pedidas

A secretária municipal de Saúde, Ana Olympia, disse na semana passada, quando da passagem de técnicos do Ministério da Saúde por Londrina, já foram solicitadas correções no plano de contingenciamento para enfrentar a dengue. Segundo ela, na visita de Giovanini Coelho, marcada para terça-feira, será feita uma avaliação “do que [a cidade] está precisando e de como [o ministério] pode ajudar”. “Temos várias demandas e pedimos ajuda para o Estado, que tem dado retorno”, declarou. A secretária explicou que está marcada uma reunião para as 10 horas da terça-feira, na 17ª Regional de Saúde, na qual será avaliada a situação de Londrina. Uma das questões que deve ser debatida é a instalação de um hospital de campanha, pedida pela vereadora Sandra Graça (PP).

O JL apurou que o relatório enviado a Brasília aponta que o problema em Londrina é de gestão, e cita a falta de médicos e plantões para atender os pacientes e que a cidade não conseguiu manter uma equipe com 230 agentes de endemias para combater o mosquito – o que colaborou para que os números aumentassem numa velocidade assustadora.
A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que técnicos visitam no País inteiro, as cidades em que há “uma situação atípica ou de crescimento acelerado dos casos”, situação na qual Londrina se enquadra. O ministério tem uma lista com 70 municípios de 16 Estados, nas quais existe o risco de surto. Segundo a assessoria, Londrina e o Paraná ainda não entraram nessa lista, que leva em conta o último trimestre de 2010, mas a cidade chamou a atenção das autoridades pelo ritmo acelerado de crescimento dos casos da doença. Com isso, o Ministério acredita que poderá “se antecipar às situações de epidemia”.
A chefe da 17ª Regional de Saúde, Djamedes Garrido, afirmou que “o Estado já repassou e já trouxe recursos financeiros, de pessoal e de estrutura” para o Município enfrentar o problema da dengue. Ela afirmou que o superintendente da Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), estará em Londrina para acompanhar o coordenador do Programa Nacional de Combate à Dengue.