segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

As pernas e os ferrões das abelhas

As pernas das abelhas têm as mesmas partes básicas das de outros insetos. Começando com a parte mais próxima do corpo da abelha, elas são coxa, trocânter, fêmur, tíbia e tarso. Essas partes funcionam basicamente como o quadril, a coxa, a canela e o pé das abelhas, e pequenas juntas separam cada segmento. As pernas das abelhas também podem ter várias estruturas especiais, como:


  • pêlos parecidos com escovas, pentes e cestas para coletar o pólen;
  • uma pata e uma garra para segurar e manipular objetos;
  • um pequeno esporão para remover o pólen da antena;
  • uma corbícula para armazenar o pólen.
O abdômen não tem quase nenhuma apêndice, mas armazena praticamente todos os órgãos internos da abelha. Passagens chamadas espiráculos permitem que a abelha respire e uma rede de tubos e traquéias leva o oxigênio para dentro do corpo da abelha. Uma aorta no tórax bombeia o sangue, ou a hemolinfa, diretamente para os órgãos em vez de passar por um grupo de vasos sangüíneos. O oxigênio passa pela hemolinfa sem o uso de glóbulos vermelhos; então, o fluido é transparente em vez de ser vermelho. O abdômen também armazena um sistema digestivo que parece com um tubo e inclui um papo, ou um estômago de mel, onde a abelha guarda o néctar.


The baskets on this bee's hind legs, made from hair, are full of pollen.
Foto cedida por MorgueFile
As cestas nas pernas traseiras da abelha, feitas de pêlos, estão cheias de pólen





O abdômen de uma abelha tem um apêndice notável, o ferrão, que é um ovipositor, ou um depositador de ovo modificado. O ferrão possui uma bolsa de veneno com lancetas afiadas, que injetam o veneno (em inglês) que a abelha produz usando sua glândula de veneno. Muitos cientistas acreditam que as abelhas herdaram o veneno de suas ancestrais parecidas com vespas, que usavam seus ovipositores para depositar ovos nos corpos de outros insetos. Por fim, as substâncias que revestiam o ovipositor se tornaram venenosas, o que facilitou o domínio das presas pelas vespas pré-históricas.
As abelhas não depositam ovos na carne, mas mantiveram a habilidade de picar para se defender. Algumas abelhas, no entanto, não possuem ferrões. Os ovipositores são os órgãos reprodutivos das fêmeas; assim, os zangões geralmente não podem picar. Também existem várias espécies de abelhas sem ferrão.
 Várias espécies de abelhas domésticas têm ferrões farpados, que grudam nos corpos de mamíferos e puxam parte de seu abdômen quando voa para longe. Como resultado, a abelha morre. As abelhas com ferrões farpados muitas vezes podem picar outros insetos sem se machucar. As abelhas rainhas domésticas e as abelhas de muitas outras espécies, inclusive as grandes e muitas das solitárias, têm ferrões lisos e podem picar mamíferos várias vezes.
Além do veneno, as abelhas produzem uma série de substâncias úteis em suas glândulas localizadas por todo o corpo. Os tipos de glândulas variam consideravelmente, dependendo da espécie da abelha e da maneira como ela vive. Vamos dar uma olhada, na próxima seção, nos diferentes tipos de abelhas e no modo como elas usam as substâncias que seus corpos produzem.


O veneno da abelha
O veneno da abelha contém várias substâncias que destroem as células. Isso inclui peptídeos e enzimas que invadem e destroem a camada de gordura que reveste cada célula. O veneno também destrói os mastócitos da pele, que fazem parte do sistema imunológico do corpo. Isso libera histamina, que estimula a dilatação dos vasos sangüíneos e permite que as células imunológicos cheguem ao local da picada mais rapidamente e neutralizem o veneno. Em pessoas com alergia à picada de abelha, no entanto, esse processo libera muita histamina. A resposta de dilatação dos vasos sangüíneos é extrema, e eles não conseguem mais realizar suas funções de regular a pressão sangüínea. Como resultado, a pressão sangüínea baixa rapidamente e as células param de receber oxigênio. Esse tipo de choque anafilático (em inglês) também causa inchaço e espasmos e pode levar à morte. O tratamento típico é uma injeção de epinefrina, que contrai os vasos sangüíneos, ajudando a restabelecer a pressão sangüínea e a distribuição de oxigênio.

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