As pernas das abelhas têm as mesmas partes básicas das de outros insetos. Começando com a parte mais próxima do corpo da abelha, elas são
coxa, trocânter, fêmur, tíbia e
tarso. Essas partes funcionam basicamente como o quadril, a coxa, a canela e o pé das abelhas, e pequenas juntas separam cada segmento. As pernas das abelhas também podem ter várias estruturas especiais, como:
- pêlos parecidos com escovas, pentes e cestas para coletar o pólen;
- uma pata e uma garra para segurar e manipular objetos;
- um pequeno esporão para remover o pólen da antena;
- uma corbícula para armazenar o pólen.
O abdômen não tem quase nenhuma apêndice, mas armazena praticamente todos os órgãos internos da abelha. Passagens chamadas
espiráculos permitem que a abelha respire e uma rede de tubos e
traquéias leva o oxigênio para dentro do corpo da abelha. Uma
aorta no tórax bombeia o sangue, ou a
hemolinfa, diretamente para os órgãos em vez de passar por um grupo de vasos sangüíneos. O oxigênio passa pela hemolinfa sem o uso de glóbulos vermelhos; então, o fluido é transparente em vez de ser vermelho. O abdômen também armazena um sistema digestivo que parece com um tubo e inclui um
papo, ou um
estômago de mel, onde a abelha guarda o néctar.
Foto cedida por MorgueFile
As cestas nas pernas traseiras da abelha, feitas de pêlos, estão cheias de pólen |
O abdômen de uma abelha tem um apêndice notável, o
ferrão, que é um
ovipositor, ou um depositador de ovo modificado. O ferrão possui uma
bolsa de veneno com
lancetas afiadas, que injetam o
veneno (em inglês) que a abelha produz usando sua glândula de veneno. Muitos cientistas acreditam que as abelhas herdaram o veneno de suas ancestrais parecidas com vespas, que usavam seus ovipositores para depositar ovos nos corpos de outros insetos. Por fim, as substâncias que revestiam o ovipositor se tornaram venenosas, o que facilitou o domínio das presas pelas vespas pré-históricas.
As abelhas não depositam ovos na carne, mas mantiveram a habilidade de picar para se defender. Algumas abelhas, no entanto, não possuem ferrões. Os ovipositores são os órgãos reprodutivos das fêmeas; assim, os zangões geralmente não podem picar. Também existem várias espécies de abelhas sem ferrão.
Várias espécies de abelhas domésticas têm ferrões farpados, que grudam nos corpos de mamíferos e puxam parte de seu abdômen quando voa para longe. Como resultado, a abelha morre. As abelhas com ferrões farpados muitas vezes podem picar outros insetos sem se machucar. As abelhas rainhas domésticas e as abelhas de muitas outras espécies, inclusive as grandes e muitas das solitárias, têm ferrões lisos e podem picar mamíferos várias vezes.
Além do veneno, as abelhas produzem uma série de substâncias úteis em suas
glândulas localizadas por todo o corpo. Os tipos de glândulas variam consideravelmente, dependendo da espécie da abelha e da maneira como ela vive. Vamos dar uma olhada, na próxima seção, nos diferentes tipos de abelhas e no modo como elas usam as substâncias que seus corpos produzem.
O veneno da abelhaO veneno da abelha contém várias substâncias que destroem as células. Isso inclui peptídeos e enzimas que invadem e destroem a camada de gordura que reveste cada célula. O veneno também destrói os mastócitos da pele, que fazem parte do sistema imunológico do corpo. Isso libera histamina, que estimula a dilatação dos vasos sangüíneos e permite que as células imunológicos cheguem ao local da picada mais rapidamente e neutralizem o veneno. Em pessoas com alergia à picada de abelha, no entanto, esse processo libera muita histamina. A resposta de dilatação dos vasos sangüíneos é extrema, e eles não conseguem mais realizar suas funções de regular a pressão sangüínea. Como resultado, a pressão sangüínea baixa rapidamente e as células param de receber oxigênio. Esse tipo de choque anafilático (em inglês) também causa inchaço e espasmos e pode levar à morte. O tratamento típico é uma injeção de epinefrina, que contrai os vasos sangüíneos, ajudando a restabelecer a pressão sangüínea e a distribuição de oxigênio. |
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