domingo, 27 de fevereiro de 2011

Consumidores brasileiros também podem fazer consultas no Goodguide

O Goodguide, ferramenta online criada nos Estados Unidos e que permite aos consumidores de lá obterem, de forma rápida, prática e direta, informações independentes sobre a sustentabilidade de produtos e serviços que consomem, pode ser usada no Brasil, já que parte dos mais 90 mil itens norte-americanos cadastrados no buscador são produtos exportados e até confeccionados em vários países do mundo.
Não existem dados sobre o número de brasileiros que usam a ferramenta, nem a quantidade exata de produtos comercializados no Brasil cadastrados no sistema, mas é considerável o volume das importações brasileiras a partir dos Estados Unidos. Dos produtos estrangeiros que chegaram aqui em 2010, 15,1% vieram dos Estados Unidos, segundo dados da Secretaria do Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC). Da Ásia foram 30,7%; da União Europeia, 21,7%, e de América Latina e Caribe, 16,9%.
“Apesar de já funcionar há quatro anos, o Goodguide ainda é uma ferramenta em construção e, mesmo nos Estados Unidos, muitos produtos ainda não estão cadastrados. Aqui no Brasil, testamos, com sucesso, perto de uma dezena de marcas internacionais, mas acreditamos que essa lista pode ser maior”, explica Alice Lobo, diretora executiva do Prêmio GreenBest. A iniciativa, que reconhece as melhores iniciativas e produtos sustentáveis no Brasil, selecionou o Goodguide para finalista na categoria Sites e Aplicativos.
Para Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, o Goodguide ajuda o movimento do consumo consciente. “Ferramentas como o Goodguide são importantes fontes de informação para consumidores de toda parte, já que os produtos tendem a ser os mesmos no mundo inteiro. Aliada às já consolidadas redes sociais, onde internautas relatam suas experiências com bens adquiridos, se tornam um instrumento muito útil para o consumo consciente”, analisa.
O Goodguide também é associado a diversos sites de compras online como o Amazon, eBay e PayPal, ou seja, na hora da compra pela internet, o consumidor pode, antes de pagar pelo produto, a partir das referências de determinado item, procurar informações no buscador.
Itens que vão desde alimentos, produtos de cuidados pessoais, limpeza doméstica, eletroeletrônicos e eletrodomésticos e até comida para animais são analisados por uma equipe de especialistas em avaliação do ciclo de vida de produtos, engenharia ambiental, química, nutrição e estudiosos do comportamento do consumidor, além de outros profissionais independentes e os resultados cadastrados na ferramenta. O grupo é liderado por Dara O´Rourke, idealizador do projeto e o professor de política ambiental e do trabalho da Universidade de Berkeley.
O projeto, que não tem fins lucrativos, é financiado, principalmente por empresas que se dedicam identificar, atender e fornecer capital para empreendedores inovadores sob ponto de vista da sustentabilidade. Recebe também dinheiro de fundos de pesquisa das instituições que se associaram ao projeto, como a Universidade da Califórnia e percentagens de vendas dos sites de varejo associadas.
Como funciona
Na hora da compra, o consumidor pode obter informações rápidas e confiáveis sobre os produtos disponíveis, usando um aplicativo próprio estalado no aparelho iPhone para fazer a leitura do código de barras. Em instantes, o sistema fornece informações (só em inglês) como o local de confecção do produto, substâncias tóxicas usadas, exploração de trabalhadores, preocupação do fabricante com a conservação do meio ambiente, entre outras. É um perfil completo do produto e dá uma nota simples, de 0 a 10.

Nenhum comentário:

Postar um comentário