domingo, 27 de fevereiro de 2011

Comissão Europeia desenvolve observatório para monitorar áreas protegidas

A redução da biodiversidade é um perigo cada vez mais presente no planeta, e tem sido alvo de pesquisas e discussões por todo mundo. Para contrabalancear essa tendência, a Convenção da Diversidade Biológica da COP Nagoya, de outubro de 2010, estabeleceu novas metas a serem alcançadas até 2020 para os 193 países participantes. Pelo menos 17% das águas continentais e 10% das áreas marinhas e costeiras devem estar protegidas em dez anos.
Para auxiliar na preservação destas regiões, o Centro de Pesquisa Conjunta (JRC, em inglês) da Comissão Europeia criou o Observatório Digital de Áreas de Proteção (DOPA, em inglês), um sistema de informação que tem como objetivo desenvolver mapas detalhados e indicadores e alertas ambientais para proteger ecossistemas em escala mundial.
Neste sistema, os dados referentes à distribuição de espécies e os indicadores socioeconômicos, por exemplo, serão entrecruzados pelo sensoriamento de informação para gerar indicadores ambientais mundiais. O observatório também conecta descobertas científicas realizadas por pesquisadores a observações ambientais feitas por satélites espaciais.
O sistema poderá detectar influências de atividades humanas nos ecossistemas, além de identificar corredores ecológicos e novas regiões a serem protegidas. Assim, a informação combinada pelo DOPA poderá ajudar governos e instituições a definir políticas e adotar ações concretas para interromper a perda de biodiversidade e restabelecer ecossistemas degradados.
Desta maneira será possível não apenas identificar áreas a serem protegidas, mas também perceber quais ameaças essas regiões sofrem e como protegê-las de maneira mais eficiente, e como fazê-lo sem criar conflitos com as atividades humanas.
No Brasil, o governo desenvolveu dois sistemas semelhantes, o Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (PRODES) e o de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (DETER), criados para monitorar o território amazônico e rastrear possíveis desmatamentos na região.

Atualmente, 12% da superfície terrestre de nosso planeta, cerca de 0,5% dos oceanos e 6% dos mares territoriais são protegidos. De acordo com a Convenção da Diversidade Biológica da COP Nagoya, as 130 mil áreas de proteção terrestres existentes são insuficientes para preservar a diversidade da vida na terra, principalmente se for levado em conta que a população mundial logo chegará a sete bilhões de habitantes.

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