Elaborado por meio de uma oficina de planejamento participativo realizada em outubro de 2011, em João Pessoa (PB), o Plano de Ação Nacional (PAN) Aves da Caatinga, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) através do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE), tem por objetivo atender a 14 espécies de avifauna ameaçadas de extinção no bioma que se estende por quase todos os Estados do Nordeste brasileiro, além do norte de Minas Gerais.
O Plano, desenvolvido em parceria com entidades como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG) e universidades da região, constitui um marco na conservação das aves habitantes da Caatinga, que correspondem a 533 espécies – sendo 23 delas endêmicas – mas ainda são timidamente estudadas, apesar de o bioma ser apontado como uma das mais importantes áreas de endemismo da avifauna sul-americana.
De acordo com o coordenador do CEMAVE, João Luiz Nascimento, a matriz de planejamento do PAN traça cinco metas a serem atingidas até 2016. “Esses objetivos incluem: a redução da captura e do tráfico do periquito-cara-suja (Pyrrhura griseipectus); a diminuição das taxas de perdas de formação arbórea e de outras formações da Caatinga nas áreas importantes para a conservação das espécies-alvo, além da promoção da conectividade entre fragmentos remanescentes; o cálculo estimativo do tamanho populacional das espécies e a manutenção ou aumento da área de ocupação delas; e a redução da pressão de caça sobre a jacucaca (Penelope jacucaca) e o zabelê (Crypturellus noctivagus zabele)”, explica João Luiz.
“No último dia 30 de março”, continua o coordenador do CEMAVE, “foi publicada no Diário Oficial da União a Portaria no 106 de 29 de março de 2012, que institui um Grupo Assessor para acompanhar a implementação e realizar a monitoria do PAN”. O grupo é composto por 10 membros – entre representantes do ICMBio, universidades e ONGs – sob a coordenação do biólogo Antonio Eduardo Barbosa, analista ambiental do CEMAVE.
João Luiz ressalta ainda que as outras três espécies de aves ameaçadas na região – o soldadinho-do-Araripe (Antilophia bokermanni), a arara-azul-de-Lear (Anodorhychus leari) e a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) – já são contempladas por Planos de Ação específicos desenvolvidos pelo ICMBio.
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