quinta-feira, 19 de abril de 2012

Eletrobras admite assumir controle da CEA, mas diz que não vai salvar o Grupo Rede sozinha

Crédito: Divulgação/Eletrosul
O presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, admitiu que a empresa deve assumir o controle da estatal de energia do Amapá, a CEA, até o final do ano, logo após tomar o comando da Celg, de Goiás. Mas negou a intenção de protagonizar também o socorro ao Grupo Rede, que controla nove distribuidoras no País e enfrenta dificuldades financeiras. Uma dessas concessionárias, a Celpa, entrou com um pedido de recuperação judicial no final de fevereiro.
Embora negue a possibilidade de assumir a Celpa, a Eletrobras já possui 34% da empresa e pode vir a participar de um processo de reestruturação dessa e de outras empresas do Grupo Rede. “A Eletrobras pode ser parte da solução, mas não vai ser a responsável por tudo”, assegurou Costa Neto, para quem uma eventual operação dessas precisaria também de outros atores.
Ainda sobre distribuição, o executivo destacou que as empresas da Eletrobras no setor continuam com prejuízos, mas obtiveram melhorias em relação aos números de 2010. “Vamos melhorar esse desempenho ano a ano investindo na redução das perdas comerciais, da inadimplência, dos custos operacionais e das multas e penalidades que recebemos por problemas na distribuição”, afirmou.
Geração
O presidente da Eletrobras confirmou que a empresa estuda a viabilidade da construção de uma hidrelétrica com capacidade instalada de 1.500 MW no norte de Moçambique. Segundo o executivo, o projeto, que está sendo estudado em parceria com a estatal moçambicana EDM, é composto também de duas linhas de transmissão, de 1.500 quilômetros de extensão cada uma. Estimado em US$6 bilhões, o empreendimento vai levar energia para toda Moçambique e para a África do Sul.
De acordo com Costa Neto, o financiamento da usina na África ainda está sendo estruturado, mas há possibilidade de o BNDES – acionista da Eletrobras com 23% das ações ordinárias – participar da operação. O executivo acredita que os estudos sobre a forma de financiamento e de viabilidade socioambiental devam estar prontos até o fim de 2013.
O dirigente da Eletrobras informou também que estará nesta quinta-feira (19) com a presidente Dilma Rousseff, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o presidente do Uruguai, José Mujica, para assinar um protocolo de intenções para a realização de estudos visando ao aproveitamento do potencial eólico em território uruguaio. No momento, a Eletrobras constroi, em parceria com a estatal UTE, uma linha de transmissão de 400 quilômetros de extensão unindo os dois países.

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