terça-feira, 24 de abril de 2012

Expedição médica prevê dois mil atendimentos na Amazônia


MANAUS- Um grupo de médicos e voluntários embarcam em uma expedição médica para levar atendimento a indígenas na aldeia de Taracuá, localizada às margens do rio Uaupés, no extremo noroeste do Amazonas (próxima à região da Cabeça do Cachorro). Esta é a vigésima segunda expedição realizada por uma organização não-governamental de Campinas (SP). Ao todo, 54 voluntários participam da ação com a meta de realizar 2 mil atendimentos.
“Queremos levar atendimento médico e cuidados à população indígena, sem fazer qualquer interferência sobre a cultura ou hábitos. No local devem ser feitos pelo menos 2 mil atendimentos e 200 cirurgias para atender as 600 pessoas da comunidade”, resume o tenente-coronel, de 51 anos, que deixou o cenário urbano do bairro Cambuí na noite desta sexta-feira (20) com destino à nona expedição. A viagem, que conta com passagens pela capital Manaus e São Gabriel da Cachoeira, leva quase doze horas.
À frente da equipe de logística, a campineira Marcia Abdala, de 55 anos, parte para a décima sexta expedição neste sábado (21). A viagem que mais gosta de recordar foi realizada em abril do ano passado, quando passou pela tribo dos caiapós, localizada às margens do Rio Xungu, na divisa entre os estados do Pará (PA) e Mato Grosso (MT). “Fiquei impressionada com a liderança, união, força e a pintura corporal que realizam. Sem dúvida foi a mais bela que já pude observar”, ressalta.
Macedo explica que metade do grupo de voluntários é oriunda da região de Campinas, incluindo participantes das cidades de Americana, Sorocaba e Mogi Guaçu, que devem contar com o auxílio de mais 35 pessoas que integram a secretaria da Saúde Indígena. Na pauta de serviços a serem prestados constam cirurgias plásticas, de catarata, hérnia, remoção de pequenos tumores, tratamentos odontológicos e ginecológicos, além da presença de nutricionistas.
O tenente-coronel diz que não tem local preferido como destino para uma possível expedição, porém, não titubeia ao dizer em bom humor que “só vai sair do grupo de voluntáros, se mandarem”. “São todos amigos, desta vez apenas cinco são novatos. Todos partem com o ideal de compartilhar ações que mostram como a sociedade deveria ser”, ressalta. Criada por médicos voluntários em 2003, a ONG Expedicionários da Saúde já contabiliza 2,9 mil cirurgias.
Na avaliação de Macedo, a expedição mais difícil foi executada após a tragédia provocada pelo terremoto de magnitude 7, em janeiro de 2010, no Haiti. “Foi completamente diferente, pois tratava-se de uma realidade mil vezes superior à nossa capacidade de atendimento e não houve um planejamento como para os trabalhos feitos no Amazonas. Foi emocionante e há várias cenas que passam sempre pela memória”, conta o tenente-coronel. Sobre os trabalhos na região Norte, o tenente-coronel diz que os cenários são parecidos, mas sempre constróem novas experiências.

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