quinta-feira, 16 de junho de 2011

Usineiros constroem hospital para animais silvestres em Araçatuba

por Viviane Taguchi
   Divulgação
O hospital Ceretas é o primeiro do gênero no país e vai criar um banco genético de animais silvestres
Um grupo formado por 19 usinas de cana-de-açúcar instaladas na região noroeste paulista entregaram nesta sexta-feira (10/6), em Araçatuba, os dois prédios do primeiro hospital estadual para animais silvestres de São Paulo. A obra, de R$ 800 mil, foi patrocinada pelo grupo, denominado "Usinas Amigas da Fauna", através de uma parceria selada em 2008 entre a União dos Produtores de Bioenergia (Udop), Polícia Ambiental, Unesp Araçatuba, o escritório regional do Ibama em Araçatuba, e a Secretaria estadual de Meio Ambiente. O Centro de Recuperação e Triagem de Animais Silvestres (Ceretas) funcionará junto ao hospital veterinário da Unesp/Araçatuba.

De acordo com Pedro Felício Estrada Bernabé, diretor da Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba, o Ceretas irá receber, triar, tratar e identificar todas as espécies de animais silvestres resgatadas ou apreendidas pelos órgãos fiscalizadores, assim como animais que tenham sido mantidos irregularmente em cativeiros. O projeto de criação do centro foi idealizado pelo professor Sérgio Garcia Diniz, do departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal da Faculdade de Veterinária de Araçatuba e pela Udop e a pedra fundamental do hospital foi lançado em fevereiro de 2008.

Nos últimos anos, o número de atendimentos a animais silvestres que sofreram maus tratos ou se foram atropelados nas estradas da região de Araçatuba aumentou significativamente. Estes animais ficam expostos aos perigos quando migram entre as áreas verdes de reserva legal e as áreas de preservação permanente (APP) existentes na região. Desde então, eles eram atendidos e tratados em uma unidade auxiliar do hospital Luiz Quintiliano de Oliveira (Unesp).
Segundo o presidente da UDOP, Celso Torquato Junqueira Franco, a "recuperação das matas ciliares, a proteção das áreas de preservação permanente e a criação de corredores ecológicos (criados a partir da assinatura do Acordo Agroambiental entre usinas do Estado de São Paulo e o Governo) acabaram acarretando na aproximação dos animais silvestres dos centros urbanos, sofrendo atropelamentos e maus tratos, daí a necessidade do centro, que é inédito no Brasil". Entre as espécies já resgatadas, constam tamanduás-bandeira, cachorros-do-mato, macacos de várias espécies, tucanos, araras, maritacas e centenas de aves.

Tratamento

O prédio do Ceretas, segundo a Udop, tem 695 metros de área construída anexa à Faculdade de Medicina Veterinária. Segundo Bernabé, o ceretas já inicia suas atividades com estrutura adequada para atender a demanda de toda a região oeste paulista, uma média de 500 animais por ano. "A responsabilidade de preservação de um meio ambiente ecologicamente equilibrado na presente e
nas futuras gerações depende da ação de cidadania organizadas por entidades públicas e privadas, além do próprio cidadão", diz o diretor.

Conforme informações das Usinas Amigas da Fauna, o Ceretas será uma referência para o tratamento de Animais Silvestres acidentados ou capturados. Todos os animais serão registrados e a partir daí, um trabalho de investigação para detectar seu habitat natural, será feito para futuramente realojar as espécies. Um banco genético destes animais (inédito no país) também será elaborado no Ceretas.

Amigas da Fauna

As usinas parceiras no projeto, reconhecidas como Amigas da Fauna são: Alcoazul, Aralco, Clealco, Usina Da Matta, Diana, Figueira, Generalco, Ipê, Lins, Pioneiros, Raízen/Benalcool, Raízen/Destivale, Raízen/Gasa, Raízen/Mundial, Raízen/Univalem, Renuka/Equipav, Revati, Unialco e Virálcool.

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