terça-feira, 21 de junho de 2011

FGV DIREITO RIO promove Jornada Internacional para a Rio+20

Especialistas discutirão, nos dias 24 e 25 de junho, temas como economia verde, desenvolvimento sustentável e a governança de atores públicos e privados

O Programa de Direito e Meio Ambiente da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas (PMDA/FGV DIREITO RIO) realiza nos dias 24 e 25 de junho a Jornada Internacional Preparatória para a Rio+20. Juristas e profissionais da área ambiental vão se reunir para discutir e redigir recomendações jurídicas de proteção ambiental. O documento será encaminhado para o Secretariado Geral da Rio+20. A Rio+20, que acontecerá em 2012, é a Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável na qual será feito um balanço dos avanços na área socioambiental 20 anos após a Rio 92.

O objetivo da Jornada Internacional é apresentar aos chefes de Estado propostas que sirvam como uma das referências para as discussões preparatórias da Conferência. Os participantes também vão produzir recomendações aos Ministérios brasileiros responsáveis pelas discussões sobre temas de interesse para o Brasil.

A jornada no Rio de Janeiro faz parte de um projeto realizado por diversas universidades e associações ambientais. Ela será a primeira reunião de juristas e associações de direito ambiental desse projeto. Até o fim deste ano, ocorrerão mais dois encontros. Em São Paulo, a jornada, organizada pelo Ministério Público Federal da 3ª Região e pela Escola Superior do Ministério Público, acontecerá nos dias 27 e 28 de junho de 2011. De 29 de setembro até 1º de outubro, o encontro será em Limoges, na França, promovido pelo Centro Internacional de Direito Comparado do Meio Ambiente (CIDCE).

Entre os temas que serão discutidos estão a economia verde sob a perspectiva jurídica da responsabilidade dos atores públicos e privados e a governança nacional e internacional do desenvolvimento sustentável. Nos dois tópicos serão tratados instrumentos como a transferência de tecnologia, bem como metodologias de efetividade e princípios. Além disso, a governança será analisada em duas áreas importantes: energia e florestas. 

Na avaliação da pesquisadora responsável pelo projeto do PDMA da FGV DIREITO RIO, Carina Oliveira, o principal desafio deste primeiro encontro é discutir a responsabilidade de atores em um contexto de aumento de danos ambientais internacionais. “Os instrumentos jurídicos são fundamentais para que todos os Estados possam ser beneficiados com as conseqüências positivas que a Conferência pode fomentar para o meio ambiente”, diz. De acordo com a pesquisadora, o Brasil e o mundo têm muitos pontos para avançar na área ambiental.

“O Brasil deve melhorar a efetividade da aplicação de suas normas, com incentivos e políticas de implementação pelos Estados e pelos municípios. O meio ambiente está juridicamente bem amparado, com uma produção normativa que é referência no mundo. Entretanto, a efetividade da aplicação dessas normas ainda é questionável em razão da falta de fiscalização, de planejamento, de fortalecimento das instituições, além de incentivos e sanções econômicos que têm de ser aplicados para aumentar o cumprimento das normas. A integração regional também deve ser fomentada para que os problemas que ultrapassam as fronteiras sejam minimizados”, explica. Entre os problemas identificados pela pesquisadora no plano internacional estão a falta de cooperação e de coordenação entre as organizações responsáveis por temas ambientais e por outras organizações ligadas, por exemplo, ao comércio e aos investimentos. Além disso, os atores que estão diretamente envolvidos às questões ambientais, como organizações não governamentais, os indivíduos e as empresas têm de ter os seus direitos e deveres mais objetivamente previstos no plano internacional. 

Apoios: a Pace University, o Instituto de Direito e Meio Ambiente Brasil-Estados Unidos - BAILE, a Embaixada da França no Brasil, o Consulado Geral dos Estados Unidos da América no Rio de Janeiro, o Núcleo de Estudos e Pesquisas do Senado Federal, o Senado Federal, a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, o Centro Universitário de Brasília-UNICEUB, a PUC-Goiás, a Universidade Federal do Pará, a Academia Paranaense de Direito Ambiental-APDA, o Instituto Estudos Direito e Cidadania, a Associação Brasileira do Ministério Público de Meio Ambiente - ABRAMPA  e a The Access Iniciative.

Participantes de destaque:
Professores franceses:
Professor Michel Prieur: Michel Prieur, Professor Emérito na Universidade de Limoges – França, Presidente do Centro Internacional de Direito Comparado do Meio Ambiente, consultor de diversas organizações internacionais, Presidente adjunto da Comissão de Direito do meio ambiente da UICN.
Gérard Monédiaire – Professor na Universidade de Limoges/França, Diretor do Centro de Pesquisas Interdisciplinares em direito ambiental, de ordenamento e de urbanismo (CRIDEAU)
Professores americanos:
Professores da Pace e da Tulane  Ex: Professor David Cassuto – Pace, Professor Collin Crawford – Professor da Tulane

Professores de direito ambiental e direito internacional ambiental de diversas universidades do Brasil: Marcelo Dias Varella (Uniceub), Solange Teles (Mackensi SP, Mestrado da UNISANTOS e da UEA) , Prof. Rômulo Sampaio

Consultores do Senado : Prof. Tarciso Dal Maso Jardim, Prof. Carlos Henrique Rubens Tomé Silva, Prof. Fernando Meneguin

Desembargador do TJ/RJ: Prof. Sidney Hartung Buarque


Serviço

PROGRAMA

24 de junho de 2011

08h30 – 09h00 – Recepção dos participantes

09h00 – 09h15 – Abertura: Senador Rodrigo Rollemberg – Presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado
Diplomatas, Ministério do Meio Ambiente

09h15 – 11h15 - A) A ECONOMIA VERDE E A RESPONSABILIDADE DOS ATORES PÚBLICOS E PRIVADOS

1) A responsabilidade dos Estados por danos ambientais
Prof. Marcelo Dias Varella: “A responsabilidade objetiva do Estado por danos ambientais internacionais”
Prof. Tarciso Dal Maso Jardim: “O dano ambiental internacionalmente atribuível ao Estado”
Prof. David Cassuto: Manutenção da legalidade: controle nos desafios transfronteirços relacionados ao Brasil e ao Aqüífero Guarani”.

2) Organizações internacionais: quais as mudanças necessárias para aumentar a fiscalização dos atores públicos e privados
Prof. Dimas Pereira Duarte Júnior: Participação e exercício de oposição como pressupostos de uma poliarquia internacional em matéria ambiental"

11h15 – 11h30 – Intervalo

11h30 – 13h30 – 3) A responsabilidade das empresas por danos ambientais
Prof. Sidney Hartung Buarque : “A desconsideração da pessoa jurídica no crime ambiental”
Prof. Grace Ladeira:Análise da responsabilidade socioambiental das empresas
Prof. Silvia Pinheiro: “Princípios do Equador, Contratos e Direitos humanos”
Prof. Luiz Borges: “A responsabilidade das instituições financeiras por danos ambientais”

4) Fiscalização pelos indivíduos
Prof. Monediaire: “Os instrumentos processuais não contenciosos nas mãos dos cidadãos europeus”


13h30 – Intervalo para almoço


15h-16h30 - B) A GOVERNANÇA NACIONAL E INTERNACIONAL DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1) A governança nacional – princípios, metodologias e instrumentos

a) Princípios
Prof. Prieur: “O princípio da não regressão em direito do meio ambiente”

b) Metodologias de análise
Prof. Rômulo Sampaio: “ A relevância da atuação dos municípios para a governança ambiental no Estado do Rio de Janeiro: um estudo empírico”
Prof. Solange Teles: “Efetividade das normas jurídicas ambientais e indicadores de sustentabilidade”

c) Instrumentos
Prof. Carlos Henrique Rubens Tomé Silva:  "O Papel da Transferência de Tecnologia na Promoção do Desenvolvimento Sustentável"
Prof. Renata Calsing e Prof. Maria Marinho: “Tratados ambientais e a questão da transferência de tecnologia”.

16h30- 16h45 – Intervalo

16h45 – 18h30 - 2) A governança internacional: comércio e investimentos sustentáveis

a) Floresta: o controle do comércio internacional de madeira
Prof. Bouin: “O regulamento da União européia de 15 de fevereiro de 2010 sobre o controle do comércio de madeira”

b) Energia: investimentos sustentáveis
Prof. Luciane Martins de Araújo Mascarenhas: “Energias renováveis na busca da sustentabilidade”
Prof. Elizabeth Burleson


25 de junho de 2011


9h00 – 13h00 - 3) A governança nacional do desenvolvimento sustentável: o exemplo das florestas

a) Florestas: a questão fundiária e os mecanismos de compensação 

09h00 – 10h45
Prof. Jessica Makowiak “Biodiversidade e compensação
Prof. Luiz Gustavo Bezerra “An International Regime for Biodiversity Offsets” 
Prof. Colin Crawford "O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza: a aplicabilidade de mecanismos desta lei em outros países"

10h45-11h – intervalo

11h-13h
Prof. Fernando Meneguin “Economia verde: a fixação de direitos de propriedade” 
Prof. José Antônio Tietzzman e SilvaApontamentos sobre a gestão florestal no Brasil e o necessário diálogo com a esfera internacional”
Prof. José Heder Benatti  “Políticas públicas de regularização fundiária na Amazônia no contexto das mudanças climáticas”
Prof. Virgílio Gibbon Considerações sobre os conceitos de REDD e REDD+: a experiência do Estado do Acre”

13h – 14h30 – intervalo

14h30 – 18h – Elaboração de recomendações jurídicas sobre os temas discutidos


JORNADA INTERNACIONAL PREPARATÓRIA PARA A  RIO +20: A ECONOMIA VERDE NO CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A GOVERNANÇA DOS ATORES PÚBLICOS E PRIVADOS

Data: 24 e 25 de junho de 2011
Local: Hotel Novo Mundo - Praia do Flamengo, n. 20, Rio de Janeiro

Mais informações e inscrições pelo site http://direitorio.fgv.br/. As inscrições são gratuitas.

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