terça-feira, 7 de junho de 2011

Campanha reforça potencial da bioeletricidade no Brasil

por Globo Rural On-line
 Shutterstock
Um potencial equivalente a três usinas de Belo Monte, hoje adormecido nos canaviais brasileiros, pode ser incorporado à matriz elétrica brasileira com importantes ganhos para a segurança energética nacional e no campo ambiental. Disseminar essa realidade é um dos principais objetivos de uma nova iniciativa dedicada à bioeletricidade, lançada esta segunda-feira (06/06), o primeiro dia do EthanolSummit, evento promovido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que segue até esta terça-feira (07/06), no Grand Hyatt Hotel de São Paulo.

A iniciativa vem do Projeto AGORA, que reúne oito empresas e onze entidades da cadeia produtiva da cana-de-açúcar em um dos maiores esforços de comunicação e marketing integrados do agronegócio brasileiro. As ações pela bioeletricidade incluem o esclarecimento para tomadores de decisão e formadores de opinião, uma campanha para disseminar as vantagens ao público, e o desenvolvimento de um novo site, também lançado nesta segunda-feira, dedicado ao tema: http://www.bioeletricidade.com/.

“Temos uma solução eficiente e disponível para que o Brasil não enfrente dificuldades de abastecimento de energia elétrica ou o perigo de um novo ‘apagão’ no futuro, portanto é fundamental que essa informação chegue ao grande público e aos diferentes níveis de governo, para que todos entendam a importância de remarmos juntos, na mesma direção, para realizar todo o potencial da bioeletricidade”, afirma Marcos Jank, presidente da Unica, uma das entidades que participam do Projeto AGORA.

 Grande potencial

Estudos mostram que, até 2020, o Brasil precisa acrescentar ao sistema elétrico o equivalente a quase sete usinas Belo Monte. “Isso significa que o país não pode abrir mão de uma fonte limpa, renovável e disponível, que vem do campo e pode responder por quase metade dessa demanda”, diz o consultor de bioeletricidade e especialista em agroenergia da Fundação Getúlio Vargas, Zilmar de Souza. “É a eletricidade plantada,” afirma.

Das 432 usinas de processamento de cana em atividade no Brasil, 129 hoje exportam seu excedente de bioeletricidade, 70 delas no estado de São Paulo. Isso já representa mais de 2% da eletricidade utilizada pelo país, atendendo ao consumo anual médio de 20 milhões de brasileiros. É também o equivalente a 20% da energia que virá de Belo Monte quando a usina estiver concluída e em plena atividade, prevista para 2019.

Segundo Souza, é preciso ficar claro que a ampliação da atual contribuição da bioeletricidade para a matriz energética nacional é algo plenamente viável. “Dados da Unica mostram que o setor sucroenergético pode suprir em até 15% o consumo nacional de eletricidade. O setor, que já surpreendeu o mundo com a eficiência e a sustentabilidade do etanol, pode repetir a dose com a bioeletricidade. E o EthanolSummit, que reúne um contingente importante de visitantes e especialistas de todos os continentes, é um momento perfeito para darmos esse recado,” completa.

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