sexta-feira, 3 de junho de 2011

ONU debate economia verde, em preparação para Rio+20

por Agência EFE
   Reprodução
"Não vai haver uma fórmula que funcione para todos", ressalta Migiro
 
A Assembleia Geral da ONU realizou nesta quinta-feira (02/06) um debate sobre os desafios e as oportunidades apresentadas pela economia verde, em preparação para a conferência internacional sobre mudança climática que acontecerá em 2012 no Rio de Janeiro, batizada de Rio+20.

"Falta apenas um ano para a conferência e estamos nos esforçando para conseguir um resultado significativo, que impulsione as lideranças políticas rumo a um objetivo comum: o desenvolvimento sustentável para todos", disse na abertura do debate a vice secretária-geral da ONU, Asha-Rose Migiro.

Em seu discurso, Migiro destacou a importância da cúpula Rio+20 - batizada assim porque avaliará em 2012 os resultados da Eco-92 - especialmente para os países em desenvolvimento, "nações que enfrentam uma ampla gama de desafios", destacou.

"No entanto, [esses países] podem se beneficiar enormemente se evitarem as tecnologias altamente poluentes do século XIX e iniciarem o caminho da energia limpa do século XXI", acrescentou a vice-secretária -geral, que apostou encontrar modelos de economia verde adequados para todos os contextos e países. "Não vai haver uma fórmula que funcione para todos", ressaltou.

O presidente da Assembleia Geral, o suíço Joseph Deiss, concordou com Migiro ao apostar que a economia verde terá distintas formas, dependendo do contexto de cada país, seu nível de desenvolvimento e sua situação geográfica. "Os diferentes exemplos de economia verde que funcionam já em alguns lugares do mundo mostram que a proteção ao meio ambiente e a conservação dos recursos resultam em benefícios econômicos seja qual for seu nível de desenvolvimento", assegurou Deiss.

O representante da União Europeia na ONU, o espanhol Pedro Serrano, lembrou também a necessidade da criação de políticas para a economia verde em nível nacional e regional, levando em conta as necessidades e as circunstâncias específicas dos diferentes países. "Também existem desafios e soluções inovadoras comuns, e os países se beneficiarão por compartilhar suas experiências e boas práticas", acrescentou Serrano.

Coincidindo com a realização desse debate, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) apresentou nesta quinta-feira um guia dedicado aos países em desenvolvimento para auxiliar na criação de políticas de financiamento da luta contra a mudança climática.

A maioria dos governos não tem "conhecimento e capacidade para acessar a complexa e altamente técnica estrutura financeira da luta contra a mudança climática, onde atuam mais de 6 mil fundos de capital privado e fundos públicos internacionais", indicaram os responsáveis do Pnud, em comunicado.

A administradora do Pnud, a costarriquenha Rebeca Grynspan, assinalou no comunicado que "90% dos investimentos em energias renováveis são realizados por países do G20 (grupo dos países desenvolvidos e emergentes), enquanto apenas 10% vão para o resto do mundo”.

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