terça-feira, 10 de maio de 2011

Fórmula 1 abraçará motores elétricos híbridos em 2013

O ronco dos motores está em cheque e nem todo mundo está gostando disso. A partir de 2013, a F1 vai começar a usar motores híbridos, semelhantes em conceito ao de carros que já rodam há anos por aí, caso do pioneiro Toyota Prius. Na pista, os bólidos atingirão velocidades de mais de 300 km/hora impulsionados por um motor a combustão, mas a passagem pelos boxes será feita em total silêncio. Nessa parte, usarão exclusivamente um motor elétrico. Ainda assim, a categoria estará longe de produzir uma corrida com carros elétricos puros-sangues. Pelo menos, os novos motores híbridos apontam para esse caminho e embutem novidades poupadoras de energia.

Os atuais motores da F1 são de 8 cilindros, 2,4 litros e produzem cerca de 800 cavalos de potência. O segredo de tanta potência é que esse propulsores chegam a 19 mil rotações por minuto, contra 7 mil de um carro de rua. Aprovada pelo FIA, órgão que comanda a F1, a nova proposta é de um motor bem menor. Ele terá 4 cilindros e 1,6 litros e, entretanto, será mais poderoso. Hoje, os carros já usam sistemas de recuperação de energia cinética (da sigla KERS, em inglês). Esses sistemas acumulam energia nas freadas, que posteriormente pode ser usada para dar um impulso extra aos carros em momentos chave, como as ultrapassagens. Nos novos motores híbridos, o KERS deverá ser 4 vezes mais poderoso e permitir que os motores superem fácil os 800 cavalos de potência. “Em última instância, a Fórmula 1 se define pela tecnologia que adota e por estar em constante reinvenção de si mesma. Não importa se a mudança passa pelo chassi ou pelo motor. Essa é a essência do nosso esporte”, diz Adam Parr, dirigente do time Williams e defensor fervoroso do novo motor.
Parr talvez apoie a iniciativa porque sua escuderia não vence um campeonato desde 1997, há 14 temporadas. “As pessoas que não querem mudanças são aquelas que, por alguma razão, percebem que tem uma vantagem derivada da tecnologia em uso”, afirma e ao mesmo tempo passa recibo.
Contra a alteração está Bernie Ecclestone, o super cartola da F1. Ele teme pela falta do ronco dos motores – que comove os fãs — mesmo que seja só durante as passagens pelos boxes. Ao seu lado, está a Ferrari, sinônimo de F1, que também vende carros de rua com motores de 8 e até 12 cilindros. Mas a Scuderia Ferrari mudou ao longo dos anos, como mostra a foto acima, que enfileira modelos de corrida das temporadas de 1949 até 2001.

A F1 vai continuar a ser o playground de pilotos mimados e o campo de batalha dos cartolas gananciosos, mas se voltar a perseguir uma de suas características mais proclamadas, a de laboratório de novas tecnologias, pode colocar esses egos desmedidos a trabalharem por algo que mais tarde possa tornar os600 milhões de carros que rodam pelo mundo — fora outros 200 milhões de caminhões leves – mais econômico e ajudá-los a se livra dos combustíveis fósseis. Por enquanto, tem que recuperar o tempo perdido. O Toyota Prius foi lançado no Japão em 1997, por coincidência, mesmo ano em que a Williams iniciou seu jejum.

Fonte: www.oeco.com.br

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