quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Agroeconomia nas festas de final de ano

Definitivamente, o brasileiro não é conhecido por sua disciplina. Pelo contrário, a maioria das pessoas se vira nos 30 segundos antes de esgotar o tempo. Com as festas de final de ano não é diferente. O velho hábito de deixar as compras da ceia de Natal para a última hora se repete ano após ano. Mas quem se antecipa, economiza, compra produtos de melhor qualidade e ainda surpreende a família com itens que fazem toda a diferença. 

Nadiella MonteiroNo ano passado, uma pesquisa realizada pelo Procon-SP constatou uma diferença de preço dos produtos da ceia de Natal de 16,91%. Quem tem tempo disponível para pesquisar acaba poupando, ainda mais quando se trata das festas de final de ano, período marcado pela fartura das mesas e grande incidência de itens importados.

Isso porque o preço final do produto vai depender do valor pago na importação. “É uma espécie de aposta. Se acha que o dólar vai subir, você faz o pedido lá por agosto, setembro”, diz Leonardo Chiappetta, do Empório Chiappetta, box do Mercado Municipal de São Paulo. 

Aí está o problema: muitos comerciantes erraram. Fizeram as encomendas em setembro, mês da alta do dólar. Mas a escalada da moeda norte-americana não continuou, pelo contrário, caiu, favorecendo quem fez a aposta contrária. Por isso quem se antecipar e pesquisar pode poupar um bom dinheiro. Só para se ter uma ideia, o preço do damasco seco varia de R$ 18 a R$ 25 o quilo. O valor mais em conta foi registrado na zona cerealista nas imediações do Mercado Municipal, o preço mais alto foi encontrado no supermercado Pão de Açúcar.

Mas a compra antecipada não vale para todos os produtos. A castanha portuguesa, por exemplo, é exceção à regra. Elas devem ser compradas nas proximidades das festas. O motivo é que as remessas do final de outubro, início de novembro, marcam o início da safra e vêm por avião, chegando ao consumidor por cerca de R$ 40 o quilo. Em dezembro, produto chega em maior quantidade e de navio, o que faz o custo cair para R$ 30 o quilo. 

Qualidade e Inovação

Para quem não se importa tanto com a economia, há outros motivos para se antecipar às compras. “Nas vésperas, fica tudo lotado, não tem como darmos uma atenção especial ao cliente”, diz o comerciante Marcelo Silva Nunes, do Rei do Bacalhau, box do Mercado Municipal. “Quem compra antes, compra com mais tranquilidade e escolhe um produto de melhor qualidade”, completa Nunes.

Outro diferencial é ter tempo para inovar e surpreender a família na mesa. “É um momento de prospecção, mesmo que o consumidor decida não comprar já, ele pode pesquisar com calma e se inteirar das novidades”, diz Chiappetta. Neste critério, os mercados municipais são ótimas opções, por causa do contato direto com os comerciantes, que dão dicas sobre o que fazer, como fazer, maneiras de armazenar e harmonizar comidas e bebidas. 

Mas se a ideia é passar o Natal a dois e fugir da tradicional ceia, uma possibilidade é apostar numa refeição tipicamente italiana. “Pode ser uma massa artesanal da Toscana e de sobremesa sorvete com frutas secas como açaí, maçã ou castanhas caramelizadas com coco”, sugere Chiappetta. Aos que desejam apenas um detalhe, a sugestão é: “Servir um cafezinho com graviola ou bergamota cristalizada”. Nada mal para finalizar a ceia com chave de ouro.

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