segunda-feira, 17 de junho de 2013

Inflação torna brasileiro mais consciente ao consumir

 A alta da inflação levou os brasileiros a adotar práticas mais conscientes na hora de se alimentar, de fazer a lista de compras e de reaproveitar restos de comida. É o que aponta a pesquisa nacional Consumo Consciente, elaborada pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) em parceria com o Instituto Ipsos.
“Do ano passado para cá, mais brasileiros adotaram medidas que são condizentes com ecologia, com a preservação dos recursos naturais. Isso significa que essas medidas foram adotadas em função de alguma circunstância, qual seja, a inflação mais alta”, disse o economista da Fecomércio-RJ Christian Travassos.
De acordo com a pesquisa, feita com mil pessoas de 70 cidades brasileiras, o percentual de pessoas preocupadas com a preservação do meio ambiente no dia a dia subiu de 56%, no ano passado, para 60% este ano.
Analisando a adoção de medidas menos agressivas ao meio ambiente, verifica-se que elas têm relação com os hábitos diários das famílias.
Segundo o economista, houve avanços significativos de um ano para outro, por exemplo, na uso de sobra de refeições para fazer novos pratos (de 66% para 72%), em verificar se a embalagem do produto está danificada, antes de comprar (de 65% para 70%), e na leitura do rótulo de um produto antes de adquiri-lo (de 51% para 56%).
“A gente associou a maior frequência desses hábitos a um custo mais alto de vida. Abastecer a despensa está mais caro no Brasil”, avaliou. Travassos acrescentou que devido ao aumento dos preços de alimentos e bebidas, o brasileiro tornou-se mais criterioso ao fazer suas compras. Daí a importância que passaram a ter atitudes como verificar validade de produtos e fazer listas de compras. “Esses itens ganham espaço na rotina do brasileiro”.
Em relação ao aspecto social dos entrevistados, a pesquisa identificou que a classe DE foi a que apresentou mais avanços de 2012 para 2013 em termos de consumo consciente. “Até porque tem mais margem para avançar e porque é a que sofreu mais com a alta de alimentos e bebidas no último ano”, ressaltou o economista. Nesse grupo, o índice de brasileiros que mostraram maior preocupação com o meio ambiente subiu de 37% para 51%.
“Se antes ela (classe DE) estava mais propensa ao desperdício, a não atentar tanto para essas práticas no consumo do dia a dia, com a inflação mais cara ficou mais difícil desperdiçar alimento. Você pensa duas vezes antes de jogar fora uma salada. O tomate está muito caro, a cebola também. Vamos aproveitar, vamos fazer um novo prato, vamos checar o armário antes de ir para o supermercado”, salientou Travassos. A classe AB também avançou em relação ao consumo consciente, passando de 69% para 71%.   Fonte: Alana Granda da Agência Brasil


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