sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Redes sociais e sites da internet ajudam animais em situações de risco

O servidor público Mario Augusto com a cadela encontrada no último dia de 2011: mensagens diárias nas redes sociais em busca do dono (Gustavo Moreno/CB/D.A Press)  
O servidor público Mario Augusto com a cadela encontrada no último dia de 2011: mensagens diárias nas redes sociais em busca do dono

A internet se tornou uma aliada para quem deseja ajudar animais em situação de risco. Além dos tradicionais cartazes espalhados pelas ruas, aqueles que se dedicam à proteção dos bichos encontraram nos e-mails e nas redes sociais mais um mecanismo para, por exemplo, defendê-los de maus-tratos ou entregá-los ao dono em caso de desaparecimento. Foi por meio de uma mensagem na internet, no último dia do ano, que a bancária Andrea Fernandes de Sousa, 41 anos, moradora do Lago Sul, decidiu ajudar uma cadela perdida na região. Ela abrigou o animal em casa e começou a procura pelo dono.

Andrea viu na rede o aviso sobre uma cadela que estava perdida na QI 28 do Lago Sul. A mensagem fazia um apelo a quem pudesse ajudar e a bancária logo respondeu ao chamado para saber em qual conjunto o animal estava. “Pela foto, não consegui identificar se ela estava em um abrigo ou não, mas não pensei duas vezes e fui até lá. Os moradores deram comida, mas ela estava na rua”, contou. Andrea levou o a cachorrinha para casa. “Como era 31 de dezembro, achei que ela pudesse se assustar com fogos e correr algum perigo”, explicou.

Desde então, a cadela sem raça definida tem sido tratada como se fosse de casa. Recebeu carinho e atenção de Andrea e do marido, o servidor público Mario Augusto de Oliveira Neto, 42 anos. O animal foi levado a uma consulta na clínica veterinária de confiança da família, tomou vacinas e passa bem. “Não me parece um cachorro abandonado porque está muito bem cuidado. É muito mansinho e gosta de brincar”, disse a bancária. Ontem, Mario levou a cadela para ser castrada. “Fui orientada a fazer isso por especialistas e é o mais seguro para ela, pois tenho outros cachorros em casa. Anunciei na internet que eu faria isso nessa data e vamos assumir o risco”, defendeu.

Foto do cão Nico publicada no site da ProAnima: desaparecido (Arquivo Pessoal)
Foto do cão Nico publicada no site da ProAnima: desaparecido

Redes sociais
Para localizar o dono da cadela, Andrea colocou o aviso nas redes sociais e no site da Associação Protetora dos Animais do Distrito Federal (ProAnima). “Uso a internet para isso, para encontrar outras pessoas que gostam de bichos e que gostam de ajudar”, contou. A cada dia, ela publica uma nova mensagem na página pessoal.

Para a diretora-geral da ProAnima, Simone Lima, o anúncio na internet pode facilitar a procura pelo animal desaparecido. “Estimulamos as pessoas a usarem as redes sociais para otimizar as buscas e observamos que há muitos resultados positivos. Tem alcance muito maior”, explicou. Segundo ela, no site da associação, há todo dia um novo pedido para divulgar o desaparecimento de um bicho de estimação. Quanto àqueles que encontraram o animal, há de dois a três comunicados diariamente.

Na página da ProAnima, estão diversos anúncios de pessoas que perderam ou encontraram animais. Entre eles o cão Nico, uma mistura das raças poodle e maltês, da empresária Grace Milki, 45 anos, moradora do Lago Sul. Ele sumiu em 10 de dezembro. “Esperamos encontrá-lo logo. No dia seguinte ao anúncio, uma pessoa nos ligou e disse que estava com o Nico, mas não era o mesmo cachorro”, contou.

A estudante Bianca da Nóbrega Rogoski, 22 anos, moradora da Asa Norte, localizou o dono de um cachorro da raça fox paulistinha por meio dos anúncios que fez. Ela seguia para a casa de familiares, em 31 de dezembro, quando viu o bicho na rua. Tirou fotos do cão, espalhou cartazes na região e anúncios na internet. “Já fiz um trabalho voluntário na ProAnima e conhecia esse serviço. Divulgamos nas redes sociais e nos e-mails dos parentes”, contou.

Yorkshire torturado
O vídeo em que uma enfermeira aparece maltratando uma cadela da raça yorkshire chocou o país em dezembro último. As cenas ocorreram em Formosa, cidade distante 75km de Brasília, e foram gravadas por um homem que fazia uma visita à vizinha da dona do animal. O bicho de estimação foi chutado e sufocado pela enfermeira, não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias após a gravação. A mulher que aparece na filmagem comete as agressões na frente da filha de um ano meio. As cenas fortes foram compartilhadas nas redes sociais e vistas por milhares de pessoas no YouTube. A polícia investiga o caso.

Serviço
Quem quiser anunciar no site da ProAnima pode entrar em contato pelo e-mail proanima@proanima.org.br.

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