terça-feira, 24 de janeiro de 2012

12 formas simples de reduzir rapidamente o aquecimento global em dois terços até 2050

Fonte:TreeHugger Brasil




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Um novo artigo da revista Science destaca a eficácia de algumas ações que poderiam desacelerar relativamente o aquecimento global, e nenhuma delas envolve esquemas avançados de geoengenharia.
Todos driblam um pouco a questão da redução de emissões de carbono —embora os autores reconheçam que isso também precisa ser feito — e apontam para outras fontes de aquecimento, como a fuligem (negro de fumo) e as emissões de metano.
O pesquisador Drew Shindell, do Instituto Goddard de Pesquisas Espaciais da NASA e do Earth Institute da Universidade de Colúmbia, assim resume o estudo:
“Em última análise, teremos que lidar com o CO2, mas no curto prazo, reduzir esses poluentes é mais viável e traz resultados mais rápidos. Identificamos passos práticos que podemos adotar com tecnologias já existentes. Para a maioria dos países, proteger a saúde pública e a produção de alimentos talvez seja mais importantes que evitar a mudança climática, mas saber que tais medidas também a amenizam pode motivar os políticos a colocá-las em prática”.
Antes de citarmos os passos, vamos falar das compensações quanto à redução do aquecimento e às vantagens para a saúde humana.
Se todos os passos forem seguidos, a temperatura poderia cair 0,9°C até 2050, eliminando cerca de dois terços do aquecimento adicional previsto para meados do século.
Isso também evitaria entre 700 mil e 4,3 milhões de mortes anuais prematuras ligadas à poluição do ar, e aumentaria o rendimento das colheitas entre 30 e 135 toneladas pela redução da poluição por ozônio após 2030.

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Agora, vamos aos passos. O TreeHugger já cobriu vários deles (confira nos links, em inglês), mas se você preferir uma apresentação com fotos, esta galeria no Flickrcontém outras fotos e as imagens usadas neste post, com legendas explicando cada tópico em detalhes.

1.    Usar fogões a lenha mais eficientes — Além de ser um grande perigo para a saúde quando acesos em locais fechados, afetando sobretudo as mulheres, os fogões a lenha são uma grande fonte de fuligem em países subdesenvolvidos. Atualmente, causam cerca de 1,6 milhão de mortes prematuras por ano. Já existem várias versões mais eficientes desses fogareiros. Ou seja: não será preciso uma mudança drástica no estilo de vida ou na forma como as pessoas cozinham.

2.    Reduzir o desperdício da indústria de combustíveis fósseis — Embora cerca de 90% do metano gerado pela produção de combustíveis fósseis seja captado e reaproveitado em muitas nações industrializadas, em grande parte dos países em desenvolvimento esta taxa cai para 20%. Elevar essa porcentagem reduziria as emissões de metano e o aquecimento global.

3.    Aumentar a eficiência dos combustíveis e criar padrões de pureza — Se a frota mundial de veículos tivesse os mesmos padrões de eficiência e emissão de poluentes da Europa, a fuligem que sai dos escapamentos seria reduzida em 18%.

4.    Captar o metano das minas de carvão — Se pararmos de lançar o metano oriundo da mineração de carvão diretamente na atmosfera, reduziríamos de forma significativa as emissões de metano neste setor da economia, sobretudo na China. É claro que isso não elimina as emissões da própria queima do carvão, um problema que devemos enfrentar com urgência.

5.    Captar emissões de metano dos aterros sanitários — O lixo em decomposição em aterros é outra grande fonte de emissões de metano, mas ele pode ser captado e destinado a fins mais nobres que aquecer a atmosfera do planeta. Segundo a NASA, "instalar tais sistemas em larga escala poderia reduzir as emissões de metano ligadas à atividade humana em 8%". 

6.    Proibir as queimadas — Queimar terras cultiváveis para renovar o solo, na atual escala, é mais um veneno para a atmosfera. Se a prática fosse proibida, as emissões de fuligem cairiam 7%, e as de metano, 1%.

7.    Drenar com mais frequência os cultivos irrigados de arroz — Se os campos de arroz de várzea fossem drenados no meio da temporada, suas emissões de metano cairiam 2%.

8.    Melhorar os sistemas de tratamento de águas servidas — Infelizmente, muitos lugares do mundo ainda não contam com tratamento de águas residuais, mas a implantação de sistemas mais modernos e a modernização dos sistemas antigos reduziria suas emissões em 1%.

9.    Modernização dos fornos de olaria — Comuns nos países em desenvolvimento, os fornos que produzem tijolos são uma fonte significativa de poluição por fuligem. Sua modernização reduziria as emissões de negros de fumo em cerca de 4%.

10.    Investir na compostagem — Este tópico deve ser o mais conhecido entre os leitores do TreeHugger, mas não custa repetir: se separássemos os resíduos orgânicos dos aterros sanitários em escala mundial, diminuiríamos a quantidade total de metano produzida por eles (em torno de 22%). 

11.    Reduzir as emissões de metano do gado —  Todo mundo sabe que os animais ruminantes produzem muito metano (a história do arroto das vacas e tudo mais). Mas se mudássemos coletivamente o tipo de alimento fornecido a esses animais, cobríssemos as lagoas de estrume e captássemos suas emissões de metano, o metano gerado pela atividade humana cairia 2%. O estudo não diz, mas eu afirmo: se criássemos menos animais para o fornecimento de carne, leite e seus derivados, adotando dietas vegetarianas ou veganas, também reduziríamos significativamente as emissões e o aquecimento global.

12.    Modernizar os fornos de coque — O estudo destaca que "fornos de coque tradicionais, em formato de colmeia, ainda são utilizados para processar o carvão em algumas partes do mundo, embora já existam fornos menos poluentes”. Segundo a conclusão da equipe de Shindell, se todos os fornos de coque do mundo fossem modernizados, a redução total de emissões de fuligem seria de 3%.

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