quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Relatório de ONG traz exemplos sobre como evitar consequências de eventos climáticos extremos

No momento em que a Tailândia enfrenta cheias, a World Resources Institute investiga como líderes podem tomar decisões efetivas para se adaptar às mudanças do clima

Por Mariana Caetano, com informações de agências internacionais
 AFP
Enchentes na Tailândia já causaram a morte de mais de 400 pessoas
Um terço da Tailândia está debaixo d’água por conta das terríveis inundações que atingem o país há três meses, provocando mais de 400 mortes e a destruição de estabelecimentos comerciais e plantações. Agora, o enorme volume de água que cobria o planalto central tailandês está se dirigindo à capital Bangkok – e autoridades locais afirmaram nesta quinta-feira (3/11) que cerca de 20% da cidade já está alagada.

Uma série de fatores tem sido levantados na tentativa de explicar os motivos da tragédia, entre eles a possibilidade de as pesadas chuvas que caíram sobre o país terem sido causadas pelas mudanças climáticas. A seca na África e as queimadas no Brasil são outros exemplos de como as alterações no clima global têm produzido efeitos dramáticos sobre as populações humanas e ecossistemas.

A capacidade de recuperação diante de desafios como estes serão determinados, em parte, pela forma com que os governos se preparam e reagem a eventos extremos. É o que aponta o relatório internacional “World Resources 2010-2011: Decision Making in a Changing Climate” (“Recursos Mundiais 2010-2011: Tomada de decisões em um clima de mudanças”, na tradução para o português), feito pela ONG World Resources Institute, que investiga como líderes podem tomar decisões efetivas para se adaptar às mudanças climáticas.

No caso das inundações na Tailândia, é possível encontrar fortes ligações com exemplos citados no relatório, como as lições para se criar maior resistência a alagamentos, a melhoria da comunicação entre os governos, de moradia e infraestrutura.
Bons exemplos

No que diz respeito à capacidade de resistir à alagamentos, o Vietnã oferece boas lições, como o programa para manter mangues ao longo da costa, que funcionam como uma barreira de proteção a futuras elevações no nível do oceano e a tempestades. De 2001 a 2008, o projeto criou 15 mil hectares de novos manguezais.

Quanto à melhoria da comunicação entre os governos, o relatório cita o caso do estado brasileiro do Acre, onde foi criado um sistema de resposta emergencial a eventos extremos, como queimadas e inundações, que possibilita a troca de informações horizontalmente entre os diversos departamentos e também verticalmente, nos diferentes níveis de governo – com as decisões norteadas por dados fornecidos por satélites que trabalham 24 horas por dia.

Já no que tange à questão de infraestrutura e moradia, a África do Sul é o grande exemplo citado. O governo daquele país desenvolveu mapas dos ecossistemas para melhorar o entendimento sobre onde a conservação deve ser priorizada. Essas informações espaciais são usadas como base para a decisão sobre o uso que será dado às áreas, além de influenciar as leis. O objetivo é garantir que a expansão de centros urbanos, indústrias e mesmo da agricultura irá manter intactos ecossistemas que podem ajudar a reduzir o perigo de tragédias, como inundações.

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