No momento em que a Tailândia enfrenta cheias, a World Resources Institute investiga como líderes podem tomar decisões efetivas para se adaptar às mudanças do clima
Por Mariana Caetano, com informações de agências internacionaisEnchentes na Tailândia já causaram a morte de mais de 400 pessoas
Uma série de fatores tem sido levantados na tentativa de explicar os motivos da tragédia, entre eles a possibilidade de as pesadas chuvas que caíram sobre o país terem sido causadas pelas mudanças climáticas. A seca na África e as queimadas no Brasil são outros exemplos de como as alterações no clima global têm produzido efeitos dramáticos sobre as populações humanas e ecossistemas.
A capacidade de recuperação diante de desafios como estes serão determinados, em parte, pela forma com que os governos se preparam e reagem a eventos extremos. É o que aponta o relatório internacional “World Resources 2010-2011: Decision Making in a Changing Climate” (“Recursos Mundiais 2010-2011: Tomada de decisões em um clima de mudanças”, na tradução para o português), feito pela ONG World Resources Institute, que investiga como líderes podem tomar decisões efetivas para se adaptar às mudanças climáticas.
No caso das inundações na Tailândia, é possível encontrar fortes ligações com exemplos citados no relatório, como as lições para se criar maior resistência a alagamentos, a melhoria da comunicação entre os governos, de moradia e infraestrutura.
Bons exemplos
No que diz respeito à capacidade de resistir à alagamentos, o Vietnã oferece boas lições, como o programa para manter mangues ao longo da costa, que funcionam como uma barreira de proteção a futuras elevações no nível do oceano e a tempestades. De 2001 a 2008, o projeto criou 15 mil hectares de novos manguezais.
Quanto à melhoria da comunicação entre os governos, o relatório cita o caso do estado brasileiro do Acre, onde foi criado um sistema de resposta emergencial a eventos extremos, como queimadas e inundações, que possibilita a troca de informações horizontalmente entre os diversos departamentos e também verticalmente, nos diferentes níveis de governo – com as decisões norteadas por dados fornecidos por satélites que trabalham 24 horas por dia.
Já no que tange à questão de infraestrutura e moradia, a África do Sul é o grande exemplo citado. O governo daquele país desenvolveu mapas dos ecossistemas para melhorar o entendimento sobre onde a conservação deve ser priorizada. Essas informações espaciais são usadas como base para a decisão sobre o uso que será dado às áreas, além de influenciar as leis. O objetivo é garantir que a expansão de centros urbanos, indústrias e mesmo da agricultura irá manter intactos ecossistemas que podem ajudar a reduzir o perigo de tragédias, como inundações.
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