sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Indonesianos buscam experiência na agricultura de Tibagi


 Estrangeiros querem copiar modelo adotado na cultura de grãos

A agricultura de ponta associada à tecnologia na região dos Campos Gerais é reconhecida em todo o mundo pela técnica que assegura grande produtividade. Para entender como funciona a produção de grãos em Tibagi, grupo de dez indonesianos visitou propriedades rurais do município desde dia 13 de novembro. Durante todo o período, os estrangeiros ficaram hospedados na Pousada Longe Vista, onde receberam treinamento intensivo de agrônomos da cidade. O retorno ao país localizado entre o Sudeste asiático e a Oceania é previsto para este sábado (26).

O tradutor do grupo, Wilibrodus Paulus Wedho, é indonesiano mas vive em Curitiba e acompanhou as atividades ao lado dos curiosos e bastante simpáticos visitantes. “O objetivo é conhecer sobre a agricultura de precisão, por isso estivemos nas fazendas Santa Branca e Mutuca”, informa.

Segundo Wili, profissionais de várias áreas compõe a expedição, desde agrônomos, hidrólogos e técnicos de diferentes setores aproveitaram a estada em Tibagi para conhecer todo o processo de produção. “Desde a correção de solo, plantio, aplicação de adubo, fertilização, herbicidas, fungicidas, inseticidas e depois também todo o tratamento ao longo do ciclo de produção, até a colheita”, relata.

A intenção é retornar à Indonésia com o máximo de conhecimento possível sobre como tratar o solo para a produção de alimentos. “Eles são de uma empresa privada com central na capital, Jacarta, e trabalham com a produção de carvão. Agora querem ampliar as atividades, principalmente em prol do lado social, investindo nas pessoas”, detalha Wili. “Chegando lá, vão apresentar para o proprietário da empresa o que viram aqui, com uma simulação, tudo o que é preciso para a agricultura de precisão”, indica.

De acordo com o tradutor, o país formado por um arquipélago de mais de 13 mil ilhas fica em região tropical, na linha do Equador, e o clima é parecido com o de algumas regiões do Brasil. A pretensão é iniciar a produção de grãos numa área experimental de 500 hectares. “Estão planejando 10 mil hectares na sequência”, reforça. No entanto, por enquanto não haverá plantio de milho, soja ou trigo porque o cultivo será em área alagada. “Na área banhada seria o arroz e como a terra tem muito alumínio, ainda não aceita o milho”, aponta.

Wili esclarece que aqui na região dos Campos Gerais, há 35 anos, também houve o plantio de arroz. “Aqui também tinha alumínio muito alto. Para baixar o alumínio, precisam aplicar calcário e isso foi feito até que a terra ficasse boa para o trigo, o milho e a soja”, relembra. Conforme ele, Cálcio, Magnésio e Potássio são os três elementos fundamentais e o equilíbrio do solo é o segredo de produção que os indonesianos vieram buscar. “Por enquanto estão querendo zerar o alumínio e aumentar cálcio e magnésio. Quando chegar o mais próximo do ideal, vão mudar a cultura para milho e soja”, prevê.


Jantar com o embaixador

Na estada em Tibagi, os indonesianos também aproveitaram para conhecer hábitos brasileiros e a cultura local. Numa noite de confraternização, foram recepcionados na Pousada Longe Vista com jantar temático feito pela indonesiana Panoca de Geus, que vive em Carambeí mas preserva a culinária típica de seu país de origem em seu livro de receitas. O embaixador da Indonésia no Brasil, Sudaryomo Hartosudarmo, participou do jantar e ficou entusiasmado com a receptividade. “Ele gostou, se divertiu. Para o grupo todo foi uma experiência bem interessante”, descreve Luana Arina de Geus, administradora da Pousada. O jantar foi na noite de quarta-feira (23).


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