sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Faltam mudas para renovação de cafezais

Folha de São Paulo

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA
 
Embalados pela alta das cotações, produtores de café de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Paraná estão tendo dificuldades em encontrar mudas do grão para suas lavouras.
Os cafeicultores aproveitam o bom momento para investir na renovação das plantações, cortando os pés antigos e plantando novos, que são mais produtivos.
No último ano, o preço pago ao produtor pelo café subiu até 60%, dependendo da variedade, e tende a se manter no patamar atual.
A troca dos pés de café também permite implementar a mecanização das lavouras, cada vez mais necessária devido à escassez de mão de obra no campo que representa cerca de 35% dos custos de produção.
Nesse caso, os pés são plantados de forma mais espaçada, para permitir a entrada das máquinas.
A gente só vai conseguir qualidade com lavouras modernas, plantadas num alinhamento maior, com alta tecnologia. Temos de ganhar mercado nisso, diz o pesquisador da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) Ronaldo Nogueira de Medeiros.
Em Minas, maior produtor nacional de café e onde cerca de 30% das plantações são mecanizadas, ainda há mudas, mas a expectativa é que elas acabem em breve.
Das minhas mudas, já vendemos 80%, com adiantamento e tudo. Em outros anos, numa época dessas, só tinha vendido uns 30%, afirma Medeiros, que também é viveirista.
A época ideal para plantio do café começa em novembro e vai até janeiro. Como uma muda demora cerca de seis meses para ficar pronta, quem não encomendou até julho terá dificuldade para conseguir agora, e pode ser obrigado a renovar a lavoura só em 2013.
Os viveiristas estavam produzindo quase sob encomenda nos últimos anos, devido à baixa procura. Agora, a demanda aumentou muito, afirma Paulo Franzini, técnico da Secretaria da Agricultura do Paraná.
No Estado, a produção de mudas foi praticamente toda vendida. Se fizessem o dobro de mudas, venderiam tudo, diz o técnico agrícola Antônio Carlos Spanhol, da cooperativa Cocamar.
As mudas estão cerca de 20% mais caras do que no ano passado no Paraná aumento ainda não observado nos outros Estados.
No Espírito Santo, segundo maior produtor do país, o governo estadual promove, há 15 anos, um programa de renovação das lavouras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário