segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Equador tem a taxa de desmatamento mais alta da América Latina

Segundo a FAO, perda anual de florestas no país atinge quase 200 mil hectares

Por Agência EFE
Jos.
O Equador possui uma das taxas mais altas de desmatamento da América Latina, com uma perda anual de entre 60 mil e 200 mil hectares de florestas nativas, fruto do corte ilegal, da expansão de cultivos e da pressão de empresas petrolíferas e mineradoras, afirmam os especialistas.

O país conta com aproximadamente 9,6 milhões de hectares de florestas primárias e é um dos países da região com mais variedade de árvores, devido à ampla diversidade climática de seu território. Os ecossistemas vão desde o páramo andino ao tropical da Amazônia, onde se encontra o Parque Nacional Yasuní, considerado por cientistas como a área de maior biodiversidade do mundo.

Com base em dados obtidos via satélite pelo Centro de Levantamentos Integrados de Recursos Naturais por Sensores Remotos (Clirsen) em 2000, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) elaborou um relatório neste ano que estima a perda anual de florestas em quase 200 mil hectares. Segundo a organização, o Equador sofre uma redução de 1,8% de suas florestas primárias ao ano, a taxa mais alta da América Latina, que registrou uma redução média de 0,4% anual, enquanto o índice mundial foi de 0,1%.

Por outro lado, o governo calcula uma perda muito menor do que a FAO, de cerca de 62 mil hectares ao ano. "Temos um vazio de informações que certamente vai fazer com que esta taxa suba, talvez para 70 mil, mas não é como se pensava há dez anos", justificou o gerente do programa "Socio Bosque", do Ministério do Meio Ambiente, Max Lascano. Para ele, a principal ameaça é a mudança do uso do solo, seguida pela pecuária e as atividades extrativistas.

Natalia Bonilla, encarregada do programa de florestas da ONG Ação Ecológica, também apontou as petrolíferas, e especialmente a indústria madeireira como causadoras da diminuição do volume florestal. “As empresas da madeira se beneficiam de um sistema de controle florestal carregado de corrupção e do uso de intermediários que contatam pequenos agricultores e compram os troncos em pequena escala”, afirma.

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