sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Troca de resíduos

CIN promove rodada de negócios em Simbiose Industrial
Empresários trocaram informações sobre oferta e procura por rejeitos industriais

Na biologia, o termo “simbiose” define a relação que ocorre entre dois organismos de diferentes espécies que se associam para troca mútua de benefícios. No mundo empresarial é cada vez mais frequente a utilização do termo “simbiose industrial” para definir a interação de empresas de naturezas distintas, onde o resíduo de uma pode ser empregado por outra como matéria-prima, fonte de energia ou outro tipo insumo.
Para promover este tipo de relação no Paraná, o Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) promoveu nesta quinta-feira (04) a rodada de negócios “Simbiose Industrial - Conectando Empresas. Criando Oportunidades” que reuniu mais de 37 empresas do Paraná, que puderam, não só conhecer mais detalhes sobre este processo, como trocar informações entre si sobre os resíduos que têm à disposição e aqueles que têm interesse em aproveitar em seus processos.
Para falar aos empresários paranaenses sobre o tema, o CIN trouxe do Reino Unido a capacitadora internacional Rhada Daniel, que apresentou o NISP (National Industrial Symbiosis Programme), programa pioneiro nesta área desenvolvido na Inglaterra que serviu de modelo para outras iniciativas em diversos países.
Também foi apresentado o projeto piloto desenvolvido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) nesta área. Segundo a analista ambiental da Fiemg, Cláudia Stancioli, além de resíduos industriais, é possível intercambiar serviços, conhecimento, energia, e outros subprodutos. “Um laboratório de análises, cuja capacidade não é totalmente aproveitada, ou um terreno ocioso também podem ser oferecidos para outras empresas.”, afirma.
De acordo com a coordenadora do CIN, Janet Pacheco, a simbiose industrial é uma boa oportunidade para preparar os empresários para a nova lei de resíduos sólidos, que prevê a necessidade da logística reversa. “Aqueles que têm visão sairão na frente.”, afirmou.
A iniciativa agradou o supervisor de meio ambiente da empresa Berneck, que fabrica painéis e serrados de madeira, Ricardo Ribeiro. Segundo ele, o processo industrial da empresa utiliza a biomassa como fonte de energia para esquentar as caldeiras poderia utilizar os resíduos de outras empresas. Hoje a Berneck utiliza como combustível os rejeitos da sua própria produção (cascas de pinnus), mas a demanda é maior do que a disponibilidade deste insumo.
Durante a rodada de negócios, Ribeiro ofereceu cinzas de caldeira, material que pode ser utilizado por outras empresas para preparar o solo para o plantio. Com isso seria eliminado o custo da destinação correta destes resíduos. “Qualquer custo que você tem com resíduo é alto”, observa o profissional.
A rodada de negócios utilizou a dinâmica criada pelo NISP, em cada mesa de negociação são entregues ficha de oferta e de procura de materiais. Posteriormente um sistema de computador cruza estes dados e as empresas recebem uma ficha com tudo aquilo que foi ofertado do seu interesse para iniciar as negociações.
Apenas em uma tarde de negociação foram computadas 95 ofertas de resíduos, 36 procuras, que resultaram em 276 oportunidades de simbiose industrial.

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