terça-feira, 9 de agosto de 2011

Rio Carvão reclama de poluição atmosférica


 
Com a presença de moradores de Rio Carvão, a sessão legislativa da terça-feira 2/08 tornou-se o canal para divulgação dos incômodos que a poluição atmosférica vem causando àquela comunidade.
Presidente da Associação de moradores – Cleyton José Pereira fez uma explanação dos acontecimentos e informou que  os resíduos sólidos resultantes da atividade extrativista vem incomodando os moradores desde a década de 1970.
Segundo informações do próprio presidente da Associação, a companhia responsável pela coqueria disponibilizou um equipamento para monitorar as partículas em suspensão no ar e, do ano passado até o mês de junho deste ano, houve apenas um dia em que o limite foi ultrapassado. Todavia, mesmo estando dentro das normas estabelecidas pela lei, a comunidade de 776 habitantes reclama do pó que se espalha pela região. O grande temor de todos são as consequências que este fato pode ocasionar na saúde dos moradores.
Buscando dados técnicos e científicos, a referida associação esta mantendo contato com a UNESC- Universidade do Extremo Sul Catarinense, de Criciúma, para elaborar um trabalho sobre este assunto. Alem da poluição no ar, os moradores reclamam ainda das transportadoras, as quais deixam cair rejeitos de carvão nas estradas e, inclusive, da falta de um órgão municipal para cuidar das questões relativas ao meio ambiente.
Os vereadores se colocaram à disposição da comunidade e houve até sugestão de se formar uma Comissão específica para intermediar as negociações entre a companhia que atua neste segmento e os moradores de Rio Carvão.
A moradora Silvana Morona, residente em Rio Carvão Baixo, disse à reportagem de Panorama SC, que espera mais atenção e agilidade por parte das autoridades, pois há tempo os moradores vem sofrendo com a poluição atmosférica.
A posição da Rio Deserto
“Referente à Unidade Produtiva III – Coqueria, Rio Carvão, as Empresas Rio Deserto vem esclarecer que foi a primeira Coqueria a implantar o equipamento AGV (Amostrador de Grande Volume) que tem como função analisar as partículas totais em suspensão no ar, sendo que, instalou o primeiro equipamento em 2006 e, em 2010, por solicitação da comunidade, foi instalado outro equipamento.
Atualmente um dos equipamentos está instalado na casa da Sra. Marta Gastaldon, onde a empresa realiza o monitoramento, e o outro na residência indicada pela comunidade, do Sr. Osmar Goulart, este monitorado pelo laboratório solicitado pela comunidade, o IPAT.
Todos os resultados atendem os padrões legais da Resolução CONAMA nº 03/1990. A empresa, ao longo dos anos, tem realizado diversas melhorias no sentido de atender os anseios da comunidade, dentre elas: Construção de quatro lavadores de gases (cada bateria tem um lavador específico), tratamento das águas dos lavadores que trabalham em circuito fechado, melhorias no pátio operacional intensificando a cortina arbórea, implantação de várias bacias de contenção de águas de pátio que são utilizadas em circuito fechado, implantação do gerenciamento de resíduos sólidos, melhorias nas vias de acesso, box de cobertura de matéria-prima, tratamento das águas de lavagem dos caminhões, implantação de caminhão utilizado no descarregamento dos fornos com o objeto de captação de material particulado e o molhamento das estradas através de caminhão pipa.
Conforme as Licenças Ambientais de Operação, a empresa realiza diversos monitoramentos, incluindo de águas e também das chaminés, que são realizados por laboratório terceirizado. Todos os relatórios ambientais são enviados para a FATMA, Ministério Público Federal (MPF) e para a comunidade. Todos os resultados de monitoramento atendem os padrões legais e os limites estabelecidos na Licença Ambiental de Operação.
A empresa possui um Engº Ambiental específico para tratar exclusivamente das questões relacionadas à Coqueria Rio Carvão. Em seu quadro do Departamento de Meio Ambiente, conta com diversos profissionais, como Biólogo, Engº Químico, Técnico Agrícola, Engº Ambiental, Técnico em Meio Ambiente, Geólogo, entre outros. A empresa foi a pioneira na Região no desenvolvimento e implantação de lavadores de gases para tratamento das emissões atmosféricas.
Na reunião realizada em 17 de janeiro, da sede da Procuradoria da República (MPF), foi levantada pela comunidade a presença de particulados (fuligem), causados pelo carregamento e descarre-gamento dos fornos. Mesmo que o problema em discussão é uma particularidade não prevista em legislação, ou seja, não existe legislação associada para carregamento e descarregamento dos fornos, a empresa foi pró ativa e comprometeu-se em implantar, até final de julho de 2011 a cobertura de uma bateria para avaliar a eficácia da ação, por tratar-se de uma obra de grande envergadura. É importante salientar que esse projeto é inovador em âmbito nacional e mundial, já que é a primeira Coqueria operando com esses tipos de fornos, que tem a bateria coberta. A obra já foi concluída.
A empresa pretende avaliar, nos próximos meses essa implantação para cobrir as outras baterias. A empresa sempre ouviu a comunidade, respondeu aos seus questionamentos e, vem cada vez mais buscando tecnologia para melhorar qualidade ambiental, mesmo já atendendo todas as legislações. Além desta ação foram realizadas diversas exigências do Ministério Público Federal, tais como: contratar laboratório externo para monitorar o equipamento AGV instalado na casa do Sr. Osmar Goulart,analisar o material particulado recolhido nas residências das Sra. Silvana Mutini Morona e Sra. Clésia da Graça Ceron Mutini, a fim de caracterizar a natureza deste material. A empresa atendeu todas as solicitações do Ministério Público Federal e os resultados confirmaram que o material analisado representa uma grande parcela da emissão de poeira da estrada.
Por fim, é muito importante separar a questão ambiental “luta pelo meio ambiente” com oportunidades políticas. A empresa quer deixar claro que o atendimento da legislação é um valor e compromisso da empresa. Estaremos sempre abertos, como sempre estivemos, aos interessados em conhecer, tanto a Unidade da Coqueria, no Rio Carvão, bem como as demais Unidades do grupo Rio Deserto. Inclusive, no último dia 29 de julho, durante Festa Julina na Comunidade de Rio Carvão, a empresa lançou o projeto “Comunidade na Empresa”, com o objetivo de reforçar a abertura da empresa ao acompanhamento dos moradores dos investimentos e melhorias realizados na unidade.”
Foto Jornal Panorama SC

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