quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Meio Ambiente: desmatamento cresce no Brasil

No momento em que o País discute as etapas finais do processo de votação do seu novo Código Florestal, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revela que a taxa anual de desmatamento na Amazônia vai superar a do ano passado. A notícia não poderia ser mais preocupante, mobilizando os que exigem maior rigor na legislação ambiental.

O incremento da devastação da mata foi acusado pelo sistema Deter. Como se sabe, o programa de monitoramento da Amazônia do Inpe conta com quatro sistemas operacionais: Prodes, Deter, Queimadas e Degrad. Eles atuam de forma complementar entre si. O Deter é encarregado de apoiar a fiscalização e controle do desmatamento da Amazônia, através da divulgação mensal de um mapa de alertas para áreas maiores que 25 hectares. Os alertas indicam tanto áreas totalmente desmatadas (corte raso) como áreas em processo de desmatamento por degradação florestal progressiva.

Já o Prodes mede as taxas anuais de corte raso para os períodos de agosto do ano anterior a julho do ano corrente, considerando desmatamentos com áreas superiores a 6,25 hectares. Por ser mais detalhado e depender das condições climáticas da estação seca para aquisição de imagens livres de nuvens, o Prodes é realizado uma vez por ano. Além deles, há um sistema operacional de monitoramento de queimadas por satélite e o Degrad, um novo sistema destinado a mapear áreas em processo de desmatamento em imagens Landsat e CBERS, onde a cobertura florestal ainda não foi totalmente removida.

Em 11 meses, o Deter detectou uma área de desmatamento 35% maior do que a captada entre agosto de 2009 e julho de 2010. Em termos absolutos isso soma 2.429,5 quilômetros quadrados de matas abatidas. Os dados totais só serão divulgados no fim deste mês. Contudo, já se sabe que aumentou a devastação. Ora, esse resultado poderá comprometer os compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global, pois o desmatamento ainda é a maior fonte de emissão de carbono no Brasil.

Ainda que o Governo tenha reagido ao desmatamento verificado na véspera da votação do novo Código Florestal os dados anunciados reforçam os apelos no sentido de um maior rigor na legislação ambiental para coibir o retrocesso nessa área.

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