Introdução
Neste artigo veremos detalhes sobre os mosquitos, examinaremos como eles procriam e picam, quais as doenças que podem nos trazer e o que poderemos fazer para controlá-los.
Imagem cedida por centros de controle e prevenção de doenças Mosquito fêmea (Anopheles gambiae) se alimentando |
Olhando de perto
Os mosquitos são insetos que existem há mais de trinta milhões de anos. Tudo indica que ao longo desses anos os mosquitos se dedicaram a aperfeiçoar suas habilidades ao ponto de serem agora especialistas em encontrar pessoas para picar. Um mosquito tem uma verdadeira bateria de sensores projetados para rastrear a presa, como:
- sensores químicos - os mosquitos são sensíveis ao dióxido de carbono e ao ácido láctico a uma distância de 36 metros. Os mamíferos e pássaros liberam esses gases como parte do processo normal de respiração. Certos produtos químicos no suor também atraem os mosquitos (as pessoas que não transpiram muito não recebem tantas picadas);
- sensores visuais - se as roupas contrastarem com o ambiente e, principalmente, se os mosquitos perceberem movimentos associados à roupa, as picadas são certas. Eles apostam que qualquer movimento é sinal de "vida", com bastante sangue disponível no local em que ele ocorre;
- sensores de calor - mosquitos podem detectar o calor e encontrar mamíferos e pássaros de sangue quente com muita facilidade à curta distância.
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- cabeça - onde estão todos os sensores, juntos com o aparato para as picadas. A cabeça tem dois olhos compostos, uma antena para detecção de produtos químicos e as partes da boca, chamadas palpos e a tromba (somente as fêmeas têm trombas, ou proboscis, para picar);
- tórax - segmento onde se encontram fixadas as duas asas e as seis pernas. Contém os músculos de vôo, o coração composto, alguns gânglios de células nervosas e traquíolos;
- abdômen - este segmento contém os órgãos digestivos e excretores.
Partes do mosquito |
Existem mais de 2.700 espécies de mosquitos no mundo e 13 gêneros nos Estados Unidos. A maioria dos mosquitos pertence a três desses gêneros:
- Aedes - algumas vezes chamado de mosquitos de "enchentes", porque a enchente favorece a incubação dos ovos. Os mosquitos Aedes têm abdomens com pontas salientes. São exemplos o mosquito da febre amarela (Aedes aegypti) e o mosquito tigre asiático (Aedes albopictus). Voadores resistentes, são capazes de viajar a grandes distâncias (deslocamentos de até 120km) de seus viveiros. Eles persistentemente picam mamíferos (especialmente os seres humanos), principalmente de madrugada e no início da tarde. As picadas são dolorosas;
- Anoféles - tendem a procriar em corpos permanentes de água doce. Os mosquitos anoféles também têm abdomens com pontas salientes. Incluem diversas espécies, tais como a do mosquito comum da malária (anopheles quadrimaculatus), que pode transmitir a malária aos seres humanos;
- Culex - tendem a procriar em corpos tranqüilos de água parada. Os mosquitos culex têm abdomens sem pontas salientes. Incluem diversas espécies como a que mais existe na América do Norte, o (em inglês) "northern house mosquito" (Culex pipiens). Voam pouco e tendem a viver poucas semanas, apenas durante os meses de verão. Persistentemente picam (preferem mais os pássaros do que os seres humanos) e atacam na alvorada ou depois do crepúsculo. As picadas são dolorosas.
Ciclo de vida e de procriação
Como todos insetos, os mosquitos são incubados em ovos e passam por diversos estágios antes de atingirem a vida adulta. As fêmeas depositam seus ovos na água, os estágios de larva e pupa (ou crisálida), são inteiramente aquáticos. A pupa, quando alcança o desenvolvimento adulto, deixa a água e transforma-se em um inseto voador terrestre. O ciclo de vida de um mosquito pode variar desde uma até várias semanas, dependendo da espécie a que pertença (as fêmeas adultas acasaladas de algumas espécies podem sobreviver durante o inverno em lugares frios e úmidos até a primavera, quando então depositam seus ovos na água e morrem).
Ciclo de vida do mosquito da febre amarela (Aedes aegypti): do ovo (superior à esquerda) depositado na superfície da água emerge uma larva aquática (inferior à esquerda). A larva se transforma em pupa aquática (inferior, à direita), que depois se transforma em um mosquito voador terrestre (superior, à direita). A fêmea adulta pica o ser humano para conseguir sangue e botar seus ovos. |
Ovos
Os mosquitos botam ovos na água, seja nas grandes massas de água ou na água parada das piscinas e áreas de acumulação onde a água acabará estagnada (buracos de árvores e sarjetas). As fêmeas põem ovos na superfície da água, exceto os mosquitos Aedes, que botam seus ovos acima da água e em áreas protegidas - que acabam sendo inundadas. Os ovos podem ser postos de um em um, ou em quantidade, quando então formam uma balsa flutuante de ovos de mosquito (consulte o ciclo de vida do mosquito [site em inglês] e veja a foto de uma balsa de ovos). A maioria dos ovos sobrevivem ao inverno e têm a casca rompida na primavera.
Larva
Imagem cedida por centros de controle e prevenção de doençasLarva do Aedes aegypti se alongando com sifões curtos na água |
Pupa
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Fase adulta
Dentro do casulo pupal, a pupa se transforma em organismo adulto. O mosquito adulto usa a pressão do ar para romper o casulo pupal, rasteja para uma área protegida e fica repousando enquanto seu esqueleto se solidifica, estendendo as asas para que sequem. Uma vez terminada esta operação, o mosquito pode voar e viver fora da água.
Uma das primeiras coisas que os mosquitos adultos fazem é procurar companhia, acasalar-se e se alimentarem. Os mosquitos machos têm as partes da boca pequenas e alimentam-se do néctar das plantas. Por outro lado, as fêmeas têm uma tromba comprida que usam para picar animais e seres humanos quando retiram sangue para se alimentarem (o sangue fornece as proteínas que as fêmeas precisam para botarem seus ovos). Depois de alimentadas, as fêmeas põem seus ovos (cada nova desova exige uma refeição de sangue). As fêmeas continuam esse ciclo e vivem muitos dias ou até semanas (mais no inverno), ao passo que os machos vivem apenas poucos dias depois de acasalarem. Os ciclos de vida dos mosquitos variam com as espécies e com as condições ambientais.
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