quinta-feira, 10 de março de 2011

Locomoção

A explicação sobre a agilidade das cobras – centenas de vértebras e costelas – está intimamente ligada a sua locomoção: escamas ventrais. Essas escamas retangulares especializadas cobrem a parte de baixo da cobra, correspondendo diretamente ao número de costelas. As margens de baixo das escamas ventrais funcionam como a superfície de um pneu, aderindo ao solo e fazendo a propulsão da cobra para frente.
As cobras têm quatro métodos de movimento:




  • serpentino - esse movimento em forma de S, também conhecido como locomoção ondulatória, é usado pela maioria das cobras terrestres e aquáticas. Começando no pescoço, a cobra contrai seus músculos, impulsionando seu corpo de um lado para o outro, criando uma série de curvas. Na água esse movimento facilmente faz a propulsão da cobra para frente porque em cada contração ela empurra para trás parte do corpo d'água. Na terra, a cobra geralmente encontra pontos de resistência na superfície, como pedras, ramos ou saliências, usando suas escamas para empurrar todos os pontos de uma só vez, impulsionando-se para a frente;

    Uma espécie de cascavel usando as pedras como pontos de resistência
  • ondulação lateral - em ambientes com poucos pontos de resistência, as cobras podem usar uma variação do movimento de serpentina para se locomover. Contraindo seus músculos e arremessando o corpo, elas criam uma forma de S que tem apenas dois pontos de contato com o solo; quando se impulsionam, movem-se lateralmente. Uma boa parte do corpo fica fora do solo enquanto ela se move;
    As cobras podem voar?
    Há cinco espécies diferentes de cobras "voadoras". Essas cobras venenosas, que habitam as árvores, são encontradas no Sri Lanka e sudeste da Ásia. Elas se penduram em um galho alto e balançam no ar. Então fazem seu corpo se achatar alargando suas muitas costelas e usam movimentos laterais em forma de S para se manter no ar. Essas cobras não podem voar para cima, mas conseguem planar por uma boa distância.
  • retilíneo - um método muito mais lento para movimentar-se é o estilo lagarta ou locomoção retilínea. Essa técnica também contrai o corpo em curvas mas essas ondas são bem menores e se curvam para cima e para baixo, ao invés de para os lados. Quando uma cobra usa o movimento de lagarta, os topos de cada curva levantam acima do solo enquanto as escamas ventrais da base empurram o chão, criando um efeito encrespado similar a uma lagarta se movendo;
  • sanfonado - os métodos anteriores funcionam bem para superfícies horizontais, mas as cobras escalam usando a técnica sanfonada. A cobra estende a cabeça e a frente do corpo ao longo da superfície vertical e então encontra um lugar para agarrar com suas escamas ventrais. Para conseguir se firmar bem, ela amontoa o meio do seu corpo em curvas apertadas que agarram a superfície ao mesmo tempo que traciona a parte de trás para cima; ela então salta para frente para encontrar um novo local para agarrar com suas escamas.

Sucuri: a rainha da selva
A cobra mais pesada que existe é também uma das melhores nadadoras. A sucuri, que pode pesar até 250 kg e medir mais de 30 cm de diâmetro, geralmente vive perto de rios tranqüilos e pântanos nas florestas da América do Sul. Passa a maior parte do tempo na água, onde pode mover-se muito mais rápido do que na terra, usando seus músculos potentes para fazer a propulsão através da água com locomoção ondulatória. Como um jacaré, os olhos e narinas da sucuri se localizam em cima da cabeça para que possam ver a presa e respirar, ao mesmo tempo mantendo o resto do corpo escondido embaixo da água. Quando fica completamente submersa, a sucuri pode prender a respiração por até 10 minutos. Essas cobras também copulam e dão à luz dentro da água (veja a seção Sexo das cobras). Para se alimentar, a sucuri, que não é venenosa, usa constrição para sufocar e geralmente afogar sua presa (veja a seção Alimentação).

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