quinta-feira, 10 de março de 2011

Do lixo, R$ 2,5 mi entram pelo cano

Dinheiro jogado no lixo e que vai embora pelo cano, literalmente. Bonecas velhas, escovas de dente gastas, embalagens plásticas e camisinhas são só algumas das coisas que chegam à rede coletora de esgoto da Baixada Santista, após terem sido despejadas principalmente no vaso sanitário. A destinação deste material custa em torno de R$ 2,5 milhões por ano.

Ao longo de 365 dias, as 12 mil toneladas de lixo, jogadas pelo vaso sanitário, pia ou ralo do quintal, têm o peso equivalente a 12 mil carros populares, como o modelo Uno. Por dia, são 33 toneladas (36 automóveis) de detritos e objetos inservíveis retiradas da rede coletora das nove cidades. Só nas tubulações de Santos e São Vicente, o volume chega a 8 toneladas (quase nove carros).


O custo da tonelada desse tipo de lixo, retirada das galerias e enviada ao aterro sanitário, é de R$ 210,00, pagos pela Sabesp. Por dia, são R$ 6.930,00. No final do mês, a conta é de R$ 207.900,00 e, no ano, mais de R$ 2,5 milhões.


Responsabilidade

Na maior parte dos casos, o causador do lixo acumulado é o próprio morador, que faz o despejo indiscriminadamente, afirma o gerente de tratamento de esgoto da Sabesp na Baixada Santista, Helvécio Carvalho de Sena. Para ele, o descaso pode não ter reflexo imediato no cotidiano das pessoas, mas gradativamente afeta desde o encanamento das casas até a balneabilidade das praias. Mais cedo ou mais tarde, esse tipo de infração vai pesar no bolso de quem joga lixo pelo ralo.

A taxa cobrada pela Sabesp para desobstrução, quando comprovada a responsabilidade do morador, é de R$ 41,00. No ano passado, segundo o gerente, foram feitas cerca de 25 mil desobstruções do sistema de esgoto por objetos que não poderiam estar ali, mas que deveriam ter sido enviados ao lixo comum. Santos e São Vicente responderam por 15 mil atendimentos. "As pessoas que fazem isso (jogam lixo pelo vaso, pia ou ralo) não estão prejudicando a Sabesp. Num primeiro momento, se entupir o encanamento da residência, o esgoto vai voltar, e o cheiro será sentido por essas pessoas.


A Sabesp vai ser chamada para resolver, mas quem perde principalmente são os infratores", alerta o gerente, que acredita em uma redução de, pelo menos, 50% do volume de lixo se as pessoas fossem conscientizadas. Sena conta que "é inacreditável a variedade de objetos encontrados". Ele cita, por exemplo, pedaços de madeira, garrafas pet, absorventes íntimos e camisinhas, mandados pelos moradores ao sistema de esgoto.

A Tribuna 

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